Um dos argumentos usados pelos defensores da indústria tauromáquica é o de que sem ela a biodiversidade da Terra ficaria mais pobre já que o touro acabaria por se extinguir.
Com este argumento o que pretendem é tentar convencer uma população cada vez mais sensibilizada para os problemas ambientais do planeta, tentando colocar-se ao lado dos que lutam, sem hipocrisias, para a construção de uma Terra sem explorados nem exploradores, sejam humanos ou não.
Tal como os outros argumentos, este não tem nenhuma razão de ser. Com efeito, o touro bravo não é nenhuma espécie, mas sim uma raça ou subespécie e o fim das touradas não significa, de maneira nenhuma, a extinção da raça.
O que não é compreensível é a utilização deste argumento conservacionista para justificar a única e verdadeira razão que leva os industriais da tauromaquia a criar touros, a económica. Se a motivação fosse a da conservação de uma espécie, como se compreende a necessidade de maltratar os touros, espetando bandarilhas, enfiando-lhes ferros ou provocando-lhe a morte numa praça, que é a mãe de todos os sonhos dos adeptos da sorte de varas?
Além disso, se a motivação fosse a protecção da espécie por que razão não propõem os industriais tauromáquicos a criação de reservas ou santuários para a protecção dos touros? Se eles são sensíveis ao sofrimento animal, como alguns o dizem relativamente aos cães, gatos e cavalos, por que não promovem a observação de touros (Bull Watching?).
Por último, desnecessário é perder muito tempo com o contributo dos touros bravos para a conservação dos ecossistemas já que os touros, não estão nos campos por estarem em equilíbrio com a natureza, mas por terem sido introduzidos com o único fim, o de satisfazerem interesses económicos de um reduzido grupo de industriais.
Fontes:
Evangelista, H.(2009). A tourada, razão da existência do touro bravo? Terra Livre, nº 7.
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