5.11.10

A proposta de classificar a Festa Brava, Património Imaterial da Humanidade nem é digna de ser apreciada


Terra Nostra, 5 de Novembro de 2010

A Candidatura da denominada Festa Brava a Património Imaterial da Humanidade, alegadamente apresentada pela Câmara Municipal de Angra do Heroísmo, à UNESCO, não é nada original, não terá apanhado ninguém de surpresa e peca pelo facto do anúncio público surgir associado a um evento, um congresso de ganadeiros de touros de lide, onde, ou à margem do qual, foram lançados vários apelos ao incremento do sofrimento animal, através da legalização da sorte de varas, primeiro passo para os tão ambicionados, para uns poucos, touros de morte.
A iniciativa referida não tem nada de original, pois não é mais do que a cópia do que tem sido feito, a nível mundial, pelo cada vez mais encurralado mundo da indústria tauromáquica que, actualmente, só consegue sobreviver à custa de dinheiros públicos, veja-se o apoio concedido pelo Governo Regional dos Açores e por algumas autarquias, e que pretende encontrar junto da UNESCO uma tábua de salvação.
Considerando que as touradas em nada contribuem para EDUCAR os cidadãos e cidadãs para o respeito para com os animais, para além de causarem sofrimento aos mesmos e porem em risco a vida das pessoas e dos próprios animais, não se coadunando com os valores humanistas do mundo de hoje, considero que a proposta de classificar as touradas como património imaterial da humanidade nem sequer é digna de ser apreciada.

Teófilo Soares Braga

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