A aparente vitalidade dos toiros à corda esconde uma atividade à beira do colapso.
As taxas e as licenças já custam mais do que o aluguer de touros para as touradas à corda.
O líder dos ganadeiros fala em "atividade asfixiada".
O Presidente da Associação de Ganadeiros, Duarte Pires, considerou ontem "insustentável" o custo de taxas e licenças obrigatórias para as touradas à corda, que já são superiores, em média, ao preço do aluguer dos toiros.Um estudo elaborado por Toste Pimpão detetou na época taurina de 2010 a realização de 257 touradas na ilha Terceira, que custaram às comissões de festas 334.100 euros. Só que desse total apenas 128.500 euros (38,50 por cento) foram parar às mãos dos ganadeiros. O grosso do bolo, 205.600 euros (61,50 por cento), "sumiu-se" para pagar taxas e licenças, incluindo o policiamento das touradas pela PSP.Em média, por cada tourada os ganadeiros receberam 500 euros, indo 800 euros para obrigações legais. Segundo Toste Pimpão, "este é o caminho mais curto para o fim da festa brava como a conhecemos na Terceira". O aficionado lembrou que são já várias as comissões de festas que desistiram de organizar touradas, sendo substituídas por juntas de freguesias, que também já desistiram. A questão financeira é cada vez mais crítica. "Em várias freguesias o peditório para os toiros já não dá para as taxas e as licenças", disse Pimpão ao DI.
Tanto Toste Pimpão como Duarte Pires coincidem em críticas ao que consideram ser "um absurdo" e que tem a ver com o custo do policiamento. Pires refere mesmo não compreender "como é que a segurança pública tem que ser paga aos polícias", contestando assim o pagamento por parte das comissões de festas de um serviço que, em seu entender, "deveria ser prestado sem pagamento".O líder dos ganadeiros convida as autoridades "a reverem o seu posicionamento" na questão das taxas, mas também no que diz respeito ao regulamento da organização de touradas à corda, alegando que "muita coisa está mal"."Neste momento, a festa brava tradicional da Terceira está a ser asfixiada e as autoridades não têm a noção da gravidade das medidas que vão tomando", disse Duarte Pires.
MAIS UMA...Já depois da realização do estudo de Toste Pimpão, as licenças de fogo subiram, por portaria nacional, de seis para 100 euros.
Fonte: Diário Insular, 12 de Janeiro de 2011
NOTA- Este texto prova o que vimos afirmando, são os dinheiros públicos que alimentam a indústria das touradas nos Açores.
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