4.4.16
Luís Leitão
Luís Leitão e o Correio dos Açores
Desde sempre o jornal Correio dos Açores teve entre os seus colaboradores pessoas que deram o seu contributo à causa da proteção dos animais.
De entre os colaboradores, de que se destacou Alice Moderno, um deles foi Luís Leitão que também colaborou com aquela no jornal “A Folha” e com Maria Evelina de Sousa, na “Revista Pedagógica”, no “Autonómico”, de Vila Franca do Campo e no “Correio Micaelense”.
Luís Albino da Silva Leitão (1866-1940) foi um escritor e jornalista que colaborou com centenas de jornais e revistas em todo o território nacional e no Brasil, tendo dirigido a “Revista do Bem”.
De entre os temas que mais abordava destacam-se a luta contra a guerra, o alcoolismo, o tabagismo e a caça e a defesa dos direitos da criança, dos animais e do vegetarianismo, tendo nesse sentido colaborado com a revista “O Vegetariano”, órgão da Sociedade Vegetariana de Portugal.
No que diz respeito à defesa dos animais Luís Leitão foi membro da direção da Sociedade Protetora dos Animais de Lisboa e sócio benemérito de várias outras.
Através das pesquisas efetuadas até ao momento no Correio dos Açores, apenas temos conhecimento de um texto da sua autoria intitulado Sagacidade Canina, publicado em outubro de 1934.
Numa nota da responsabilidade da redação do jornal, Luís Leitão é apresentado como “o autor cuja obra tão volumosa quanto notável, representa uma verdadeira cruzada em prol dos animais, tem sido por diferentes vezes galardoado pelo seu aturado esforço em favor do aperfeiçoamento moral da raça”.
No seu texto, Luís Leitão faz a referência a dois cães, um que salvou o seu dono de ser assassinado e o outro que denunciou o matador do seu dono.
Sobre o segundo caso podemos ler o seguinte:
“Viajando Pirro, que foi rei do Epiro, encontrou um dia certo cão faminto junto ao cadáver do dono.
Acariciou-o, fez enterrar o morto, e ordenou por último que se levasse o animal para o palácio, onde o sustentariam. Um dia, passando o monarca revista às suas tropas, o cão, que parecia dormitar, lançou-se a um soldado que pretendeu morder. O monarca, admirado, mandou abrir um inquérito e verificou-se que o soldado fora o assassino do antigo dono do animal.”
Teófilo Braga
(Correio dos Açores, 30902, 5 de abril de 2016, p.11)
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