Comecemos pelo princípio: - O que é a “Sorte de Varas”?
Permitam-me que leia uma definição objectiva, que não é minha exactamente para não ser acusada de preconceituosa:
“As Sortes de Varas, são actos tauromáquicos extremamente violentos típicos das touradas em Espanha (…). Nas Sortes de Varas, os touros estão com os cornos inteiros e investem desesperadamenten contra um cavalo – que tem uma imensa e muito pesada armadura a toda a sua volta e que tem os olhos tapados para não ter ainda mais medo do que já sente (…), enquanto do alto do cavalo, o 'picador' espeta uma longa lança - a vara – com um ferro muito comprido e afiado na extremidade, no dorso do touro. Quanto mais o touro faz força para se soltar e tentar defender, mais o ferro comprido o perfura, rasgando-o e provocando-lhe um ferimento de gravidade extrema.
Ora, é isto que os proponentes deste Projecto de Decreto Legislativo Regional (para legalizar esta prática), pretendem importar e impôr aos Açorianos e Açorianas.
Pretendem fazê-lo, aproveitando uma nova competência legislativa consignada no nosso Estatuto Político-Administrativo. Estatuto que – é bom lembrá-lo – foi arrancado a ferros aos diferentes centralismos e centralistas da República, que desconfiavam e continuam a desconfiar da maturidade do Povo Açoriano para usufruir de tanta amplitude legislativa.
A verdade é que, com esta iniciativa legislativa, temo que muitos e muitas lhes venham a dar razão...
Sobretudo, porque muitos outros problemas – graves e de difícil solução – existem nesta Região e afligem, quotidianamente, as pessoas: no trabalho, na saúde, na mobilidade, na educação, na juventude, etc.
Do nosso ponto de vista, é para responder às especificidades destes problemas, nos Açores, que as novas competências legislativas devem ser aproveitadas. E não, para, em em contra-ciclo (nacional e internacional), defender para os Açores uma prática que cada vez mais pessoas pretendem erradicar.
E que não venham falar em “tradição” porque, a existir – o que não é o caso! -, as tradições não são imutáveis, as tradições têm a ver e nascem de contextos históricos. As sociedades evoluem – mesmo contra a vontade de alguns - e os seus valores também.
É por isso que defendemos que o voto contra a Sorte de Varas, não resulta, apenas e só, da defesa dos Direitos dos Animais; no mínimo, do direito a não serem torturados para gáudio de alguns, o voto contra a introdução da Sorte de Varas, nos Açores,
resulta também, e sobretudo, de defesa dos Direitos Humanos, dos direitos das pessoas ao Progresso, à Civilidade e ao Combate à Barbárie.
Infelizmente, a História repete-se, hoje e aqui. Há 7 anos atrás, debateu-se, nesta Assembleia, este mesmo assunto. Permitam-me que destaque duas intervenções feitas por 2 deputados de então:
*
“A repetição e a defesa de actos brutais contra os animais, tende a brutalizar o próprio homem e por isso eu sou contra a confirmação em texto de lei, seja ela nacional, seja ela de âmbito regional, de determinadas excepções, mesmo que essas excepções se fundamentem na tradição (...)” - Fernando Lopes, PS
*
“O dia de hoje ficará na História como um dia negro para a Autonomia, para a Democracia e para a credibilidade desta Assembleia Legislativa Regional. Um grupo de deputados aceitou trazer a este Parlamento uma proposta de Decreto Legislativo Regional que visa impôr a chamada Sorte de Varas aos açorianos em geral e aos terceirenses em particular. Tudo foi preparado nas costas do povo e sem debate público, com negociações em segredo que visam exclusivamente a prossecução de interesses particulares” - Aires Reis, PSD
Como é possível que nada tenhamos aprendido, nem evoluído, nem alterado, na nossa história colectiva, nos últimos 7 anos?!
Permitam-me que leia uma definição objectiva, que não é minha exactamente para não ser acusada de preconceituosa:
“As Sortes de Varas, são actos tauromáquicos extremamente violentos típicos das touradas em Espanha (…). Nas Sortes de Varas, os touros estão com os cornos inteiros e investem desesperadamenten contra um cavalo – que tem uma imensa e muito pesada armadura a toda a sua volta e que tem os olhos tapados para não ter ainda mais medo do que já sente (…), enquanto do alto do cavalo, o 'picador' espeta uma longa lança - a vara – com um ferro muito comprido e afiado na extremidade, no dorso do touro. Quanto mais o touro faz força para se soltar e tentar defender, mais o ferro comprido o perfura, rasgando-o e provocando-lhe um ferimento de gravidade extrema.
Ora, é isto que os proponentes deste Projecto de Decreto Legislativo Regional (para legalizar esta prática), pretendem importar e impôr aos Açorianos e Açorianas.
Pretendem fazê-lo, aproveitando uma nova competência legislativa consignada no nosso Estatuto Político-Administrativo. Estatuto que – é bom lembrá-lo – foi arrancado a ferros aos diferentes centralismos e centralistas da República, que desconfiavam e continuam a desconfiar da maturidade do Povo Açoriano para usufruir de tanta amplitude legislativa.
A verdade é que, com esta iniciativa legislativa, temo que muitos e muitas lhes venham a dar razão...
Sobretudo, porque muitos outros problemas – graves e de difícil solução – existem nesta Região e afligem, quotidianamente, as pessoas: no trabalho, na saúde, na mobilidade, na educação, na juventude, etc.
Do nosso ponto de vista, é para responder às especificidades destes problemas, nos Açores, que as novas competências legislativas devem ser aproveitadas. E não, para, em em contra-ciclo (nacional e internacional), defender para os Açores uma prática que cada vez mais pessoas pretendem erradicar.
E que não venham falar em “tradição” porque, a existir – o que não é o caso! -, as tradições não são imutáveis, as tradições têm a ver e nascem de contextos históricos. As sociedades evoluem – mesmo contra a vontade de alguns - e os seus valores também.
É por isso que defendemos que o voto contra a Sorte de Varas, não resulta, apenas e só, da defesa dos Direitos dos Animais; no mínimo, do direito a não serem torturados para gáudio de alguns, o voto contra a introdução da Sorte de Varas, nos Açores,
resulta também, e sobretudo, de defesa dos Direitos Humanos, dos direitos das pessoas ao Progresso, à Civilidade e ao Combate à Barbárie.
Infelizmente, a História repete-se, hoje e aqui. Há 7 anos atrás, debateu-se, nesta Assembleia, este mesmo assunto. Permitam-me que destaque duas intervenções feitas por 2 deputados de então:
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“A repetição e a defesa de actos brutais contra os animais, tende a brutalizar o próprio homem e por isso eu sou contra a confirmação em texto de lei, seja ela nacional, seja ela de âmbito regional, de determinadas excepções, mesmo que essas excepções se fundamentem na tradição (...)” - Fernando Lopes, PS
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“O dia de hoje ficará na História como um dia negro para a Autonomia, para a Democracia e para a credibilidade desta Assembleia Legislativa Regional. Um grupo de deputados aceitou trazer a este Parlamento uma proposta de Decreto Legislativo Regional que visa impôr a chamada Sorte de Varas aos açorianos em geral e aos terceirenses em particular. Tudo foi preparado nas costas do povo e sem debate público, com negociações em segredo que visam exclusivamente a prossecução de interesses particulares” - Aires Reis, PSD
Como é possível que nada tenhamos aprendido, nem evoluído, nem alterado, na nossa história colectiva, nos últimos 7 anos?!
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