25.5.09

O Bom Senso...

O bom senso prevaleceu. Foi ganha uma batalha, por certo uma de muitas que se seguirão. No sabor das emoções às vezes perde-se a postura e ofende-se quem pensa diferente. Julgo que foi exactamente isso o que se passou na sessão de trabalhos do dia 13 Maio na Assembleia Legislativa Regional e nos vários órgãos de comunicação social onde deu para perceber a “máquina” que estava por detrás de todo este processo. Foi a parte a querer valer-se pelo todo.
Mas valeu o debate, pela força das convicções e do que cada uma das partes defende. Basicamente o que se pretendeu foi que todos tivessem uma voz activa e participativa nas decisões que respeitam a todos os açorianos. Sentiu-se nas ruas de Angra e na ilha Terceira em geral o descontentamento pela eventual introdução da Sorte de Varas. Bastava ir ao encontro das pessoas e ouvi-las. Penso que os senhores deputados que defenderam a proposta esqueceram-se disso.
Parabéns ao povo, aos que não se conformaram, aos que assinaram na rua uma das várias petições que circulavam pelos Açores, a todos os que por vários meios fizeram-se ouvir. Foi estimulante sentir toda esta movimentação em torno de uma causa. Percebeu-se que os cidadãos estão atentos à forma como este novo Estatuto Político-Administrativo, obtido a ferro e fogo, será utilizado no futuro. Isto nunca foi uma questão partidária. As cores da votação na Assembleia Legislativa são a prova viva. Foi antes uma nódoa na democracia participativa.
O tema da Sorte de Varas não tem dignidade para fracturar a nossa sociedade. Sentiu-se a mobilização civil em torno de uma inovação retrógrada. Apraz-me o facto do Presidente do Governo Regional já ter tomado a iniciativa de apresentar um diploma que regulamente as touradas na Região Autónoma dos Açores. Não gosto de “partidarites” mas acho que na ilha Terceira a politica está excessivamente “lobbilizada”. Admito que vá para além da Terceira. Admito que seja regra comum. Em todo o caso, a procura de notoriedade pode por vezes funcionar exactamente ao contrário. Quero dizer, ser-se notado sim, mas pelas piores razões. Os cidadãos de hoje não são a geração de eleitores de há 10 ou 20 anos atrás. Temos outra sensibilidade e sobretudo não somos tão ingénuos. Percebemos à distância quando se está na política para ser servido e não para servir. Um eleito público assume um cargo de grande responsabilidade, que não se compadece com interesses privados em detrimento do interesse público. Termino com uma frase dita e citada vezes sem conta “O engano recebido deve ser gravado na memória para sempre”: para aprender para o futuro, e para assumir as responsabilidades em devido tempo.

Duarte Gomes

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