30.10.10
Mais um ferido em Garraiada.Mais dinheiro público para o "boneco"
A notícia chegou-nos com quase um mês de atraso. Na garraiada promovida pela Associação Académica da Universidade dos Açores, no dia 3 de Outubro, no campo de futebol do Santa Clara houve um ferido que terá partido uma perna e foi operado no Hospital do Divino Espírito Santo.
A vítima ou o voluntário foi um jovem vindo da Terceira para o efeito.
Rodeios e touradas proibidos por Câmara Municipal no Brsil
A Câmara Municipal de Nova Friburgo, na região serrana do RJ, aprovou, no último dia 19, Projeto de Lei (PL) 004/10, de autoria do Vereador Manoel Martins (PSB), que proíbe “rodeios, touradas ou eventos similares que envolvam maus-tratos e crueldades de animais”.
Assim, Nova Friburgo caminha para fazer parte de uma series de municípios que estão aprovando leis que reconhecem direitos aos animais.
Agora falta a sanção do Prefeito Municipal e posterior fiscalização.
Fonte: http://centrodeestudosambientais.wordpress.com/2010/10/30/mais-uma-lei-que-proibe-rodeios-e-aprovada/
27.10.10
Governo Corta na Saúde e esbanja nas touradas
Governo dos Açores apoia Associação Regional de Criadores de Toiros da Tourada à Corda
O Governo dos Açores atribuiu à Associação Regional de Criadores de Toiros da Tourada à Corda um subsídio a fundo perdido, no valor de 49.000 euros, destinado a comparticipar actividades daquela associação.
Concedido por portaria do Secretário Regional da Agricultura e Florestas, hoje publicada em Jornal Oficial, este apoio destina-se a comparticipar "no projecto de assistência técnica, nas acções de divulgação, do melhoramento genético e na garantia da sanidade animal, promovendo a actividade e a sua especificidade agro-pecuária".
Noé Rodrigues justifica a concessão daquela comparticipação alegando que compete à Secretaria Regional da Agricultura e Florestas "apoiar a organização, a estruturação e o desenvolvimento das várias formas de associativismo agrícola para os fins e modalidades que sejam consideradas mais viáveis e proveitosas para a economia regional".
Por outro lado, invoca que a actividade daquela associação "reveste a maior importância" ao contribuir "para a promoção da modernização, da produtividade, da rentabilidade, da formação, da melhoria genética e qualitativa das ganadarias de toiros bravos".
O Secretário Regional refere ainda que associações como esta desenvolvem uma "prestação de serviço de natureza diversa, fortalecendo a assistência técnica relacionada com a sanidade animal, o bem-estar animal e o apoio às infra-estruturas específicas para o maneio destes animais".
GaCS/HO/FG
http://correionorte.com/sociedade/9533-governo-dos-acores-apoia-associacao-regional-de-criadores-de-toiros-da-tourada-a-corda/
26.10.10
PROTESTE: DIGA NÃO ÀS TOURADAS COMO PATRIMÓNIO DA HUMANIDADE
A Câmara Municipal de Angra do Heroísmo candidatou a Festa Brava da Terceira como Património Imaterial da Humanidade.
Se não está de acordo, proteste enviando o texto abaixo, ou melhor um original, para os seguintes endereços:
bpi@unesco.org
cnu@unesco.pt
manuela.galhardo@unesco.pt
drac.info@azores.gov.pt
bcc: acoresmelhores@gmail.com
Exma. Senhora Irina Bokova, Directora Geral da UNESCO
Exmo. Senhor Sr. Fernando Andresen Guimarães, Presidente da Comissão Nacional da UNESCO
Exma. Sra. Manuela Galhardo, Secretária Executiva da Comissão Nacional da UNESCO
Exmo. Sr. Jorge Augusto Paulus Bruno, Director Regional da Cultura
Entre 21 e 23 de Outubro de 2010, na ilha Terceira (Açores), decorreu um denominado Congresso Mundial de Ganadeiros de Toiros de Lide. No evento, foram feitos vários apelos para a legalização, nos Açores, de touradas picadas, bem como foi anunciada, pela Presidente da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo, a candidatura à UNESCO da Festa Brava da Terceira como Património Imaterial da Humanidade.
Considerando que as touradas para além de não criarem riqueza e de desconceituarem os Açores aos olhos da maioria dos povos do mundo;
Considerando que as touradas em nada contribuem para educar os cidadãos e cidadãs para o respeito aos animais, para além de causarem sofrimento aos mesmos e porem em risco a vida das pessoas;
Eu abaixo-assinado, apelo à UNESCO para que recuse a inscrição da Festa Brava da Terceira como Património Imaterial da Humanidade, o que a acontecer seria um apoio a todos os que naquela ilha pretendem incrementar os maus tratos, através da legalização da sorte de varas e dos touros de morte, e constituiria um autêntico retrocesso civilizacional.
Outubro de 2010
Nome
Local
BI ou Cartão do Cidadão
24.10.10
Mariana Baldaya sobre sorte de varas- A insistência no incremento da tortura continua
Governo Regional precisa abandonar preconceitos
Mariana Baldaya, da ganadaria Rego-Botelho, defende que o Governo Regional se deve "despir de preconceitos" e avançar com a legalização da sorte de varas, "fundamental em todo o processo de afirmação da Terceira" no circuito da tauromaquia.
Na opinião de Mariana Baldaya, a Região "não deve andar a reboque das obsoletas e hipócritas leis da República".
Na sua intervenção subordinada ao tema "Os Açores entre dois continentes taurinos", aproveitou ainda para rejeitar "o lamentável exemplo da Catalunha", que determinou a proibição de touradas a partir de 2012.
Do ponto de vista de Mariana Baldaya é preciso também vontade para avançar para a real valorização do turismo taurino. "Estamos situados entre a Europa e a América, dois continentes com tradições taurinas, temos paisagens belíssimas, gente hospitaleira e uma cidade classificada como Património Mundial da Humanidade. Numa altura em que andam todos como loucos à procura de nichos de mercado para valorizar a nossa incipiente indústria hoteleira, não será correcto ignorar esta vertente", justifica.
Mariana Baldaya defende também a necessidade de todas as instituições ligadas, directa e indirectamente, à tauromaquia na ilha Terceira falarem a uma só voz no sentido do desenvolvimento de um real projeto de valorização da festa brava na ilha.
DI, 22 de Outubro de 2010
23.10.10
Festa Brava da Terceira candidata a Património Imaterial da Humanidade
A TWO-HOUR KILLING (français)
Carregado por jeromelescure. - Ver outros videos animais
A Câmara de Angra do Heroísmo, nos Açores, já apresentou o pedido de classificação da Festa Brava da Terceira como Património Imaterial da Humanidade, revelou hoje Andreia Cardoso, presidente da autarquia.
Destak/Lusa | destak@destak.pt
A autarca, que falava na sessão de abertura do IX Congresso Mundial de Ganaderos de Toiros de Lide, a decorrer na Terceira, anunciou que está a decorrer o processo que visa a classificação da 'Festa Brava' desta ilha açoriana.
“Ao longo de 476 anos de história, estamos inquestionavelmente ligados aos toiros”, afirmou a presidente da Câmara, frisando que a festa taurina na Terceira “é um fenómeno”.
Nesse sentido, considerou que este congresso é “um momento importante para Angra do Heroísmo, para os Açores e para Portugal”, não só pelas questões que serão abordadas ao longo de três dias, mas também “como reforço da dinamização do turismo de congressos”.
Na mesa-redonda que se seguiu à sessão de abertura, onde foi analisada a situação económica das ganadarias, estiveram em discussão questões como a rentabilidade da ganadaria de lide, o papel das ganadarias no contexto económico da festa brava e a incidência de fatores políticos, administrativos e reguladores.
O presidente da Asociación de Ganaderías de Lidia, Eduardo Martín-Peñato, em Espanha, defendeu ser necessário “aumentar os rendimentos da participação dos criadores na economia geral da atividade taurina”, que representa em Espanha dois por cento do Produto Interno Bruto (PIB) e movimenta anualmente cerca de 2500 milhões de euros.
Segundo Martin-Peñato, o rendimento anual dos ganadeiros espanhóis é na ordem dos 87 milhões, o que “não acontece em nenhum outro sector da economia”.
Em Portugal, o cenário das ganadarias “é pouco agradável” do ponto de vista económico, defendeu António Veiga Teixeira, salientando que "as ganadarias têm um peso económico quase nulo” e estão “incapazes de se defender devido a individualismos divergentes”.
Este ganadeiro português defendeu a necessidade de melhorar a qualidade dos espetáculos, que “não atraem patrocinadores nem geram lucros”.
António Veiga Teixeira considerou ainda que os espetáculos em Portugal não têm capacidade para se autopromoverem, “nem mesmo através da publicidade”, que considerou ser "inadequada" e “à moda do século XIX”.
Para inverter este quadro, apelou a uma maior dinamização e organização interna das ganadarias e associações, salientando que “existem perspetivas da divisão no mundo ganadeiro em dois grupos”.
Um seria o grupo dos “ganadeiros de sucesso”, que envolveria “empresários e toureiros” com uma série de interesses “externos à aficion”, enquanto o segundo incluiria “95 por cento das ganadarias portuguesas” e é um grupo que “pode perder dinheiro porque o único lucro que extraem é através das corridas e faenas”.
http://www.destak.pt/artigo/78200-festa-brava-da-terceira-candidata-a-patrimonio-imaterial-da-humanidade
19.10.10
Apelo da AFAMA (Faial)
18.10.10
Em tempo de crise um milhão de Euros para promover a Tauromaquia.
Dinheiros Públicos patrocinam Touradas!
Em tempo de crise um milhão de Euros para promover a Tauromaquia.
O MATP - Movimento Anti-Touradas de Portugal, denuncia agora e em tempo oportuno aquilo que sempre criticamos: O uso dos nossos impostos para patrocinar um espectáculo degradante em que o homem maltrata cruelmente os animais.
A comunicação social, vem denunciando ao longo das ultimas semanas o dinheiro mal gasto por diversos organismos públicos, sem no entanto referir que só no ano de 2009 pelo menos cerca de 1.000 000 (um milhão) de Euros foram gastos, dos cofres do érario publico, em espectáculos tauromáquicos, por meio de contratos de ajuste directo.
Num Portugal em que a crise está para ficar, onde há fome e o desemprego aumenta diáriamente, continuam alguns a gastar dinheiros públicos sem quaisquer escrúpulos, para o gáudio de um público sedento de ver sangue, tortura e morte de animais.
A Câmara Municipal de Elvas gastou mais de 75.000 Euros, dos quais 65.600 Euros para a aquisição de uma Praça de Touros desmontável para Vila Fernando, também o Município de Portel gastou 74.600 Euros para a compra de uma Praça de Touros amovível, no Alandroal o município gastou 40.000 Euros no aluguer de touros e contratação de Cavaleiros tauromáquicos, dos 92.000 Euros gastos na Azambuja mais de 76.000 foram gastos na aquisição de bilhetes para duas corridas de touros.
Mas os piores exemplos são os de Angra do Heroísmo, que através da Culturangra EEM gastou mais de 275.000 Euros em touradas, a maioria deste dinheiro nas Sanjoaninas de 2009 e da Câmara Municipal de Santarém que só na aquisição de bilhetes para oferta para Touradas e Espectáculos Tauromáquicos dispendeu 168,000 Euros!
Estas ou outras autarquias também gastaram milhares de euros em cada um dos seguintes casos: Na aquisição de ar condicionado para um núcleo tauromáquico, na compra de livros de toureiros, em contratação de touradas, nos cartazes para anunciar as corridas de touros.
A lista poderia continuar num sem fim de casos de outros eventos que directa ou indirectamente serviram para promover o maltrato animal.
É caso para dizer Basta! Não chega que a maioria da população portuguesa condene as touradas? Até mesmo aqueles que são indiferentes não o podem ser quando um País em crise tem indivíduos que fazem mau uso do dinheiro que lhes é atribuido pelo Estado e todos somos penalizados.
Não queremos que o nosso dinheiro seja manchado de sangue inocente. Assim, vem o MATP - Movimento Anti-Touradas de Portugal, solicitar ao Governo que seja posto um fim a este tipo de situações, solicitando a imediata revisão do Código dos Contratos Públicos (CCP) por forma a impedir a subvenção da Tauromaquia, seja por ajuste direto, como nos casos referidos acima, ou por concurso público.
Porto, 17 de Outubro de 2010
MATP – Movimento Anti- Touradas de Portugal
MATP - Movimento Anti-Touradas de Portugal: Dinheiros Públicos patrocinam Touradas!
13.10.10
Mais dinheiros públicos para monumento
Comissão procura apoios
Monumento ao touro
revestido em bronze
O Monumento ao Touro da rotunda da Carreirinha, em Angra do Heroísmo, poderá ser revestido em bronze para que possa resistir melhor às condições climatéricas.
O presidente da Comissão do Monumento ao Touro de Angra do Heroísmo, João Paes, disse ontem ao DI que essa possibilidade não foi contemplada no orçamento inicial da obra, por isso a sua concretização vai depender dos apoios que forem conseguidos para esse efeito.
"Vamos ver se é possível colocar em cima do revestimento inicialmente que está previsto uma camada de bronze para que o monumento fique ainda mais bonito, mas isso vai depender dos apoios que possam surgir para esse efeito", afirmou.
Por outro lado, João Paes referiu que o mau tempo verificado nos últimos dias tem atrasado os trabalhos de instalação da escultura da autoria do artista plástico terceirense Renato Costa e Silva.
Devido a esse contratempo a inauguração do monumento, que estava prevista para a altura do nono Congresso Mundial de Criadores de Toiros de Lide, que vai decorrer na Terceira de 20 a 24 de Outubro, foi adiada.
João Paes adiantou que, "se não houver mais nenhum imprevisto, a inauguração do monumento deverá realizar-se no próximo mês de novembro".
Orçada em 150 mil euros, a construção do monumento ao touro foi financiada pelo Governo Regional, ficando a Câmara Municipal de Angra do Heroísmo responsável pela sua manutenção.
Diário Insular, 12 de Outubro 2010
11.10.10
Centro de Acolhimento para a animais a construir em 2011
O Governo Regional dos Açores vai construir no próximo ano um centro
de acolhimento para animais exóticos na ilha de São Miguel. O
objectivo é garantir um espaço que possa servir de acolhimento para os
animais exóticos ou selvagens que são detectados pelas forças de
segurança em acções de fiscalização ou detectados no aeroporto João
Paulo II. Actualmente, como não existe um centro de acolhimento dos
animais exóticos, as polícias sempre que fazem uma apreensão deixam
ficar os animais com os actuais donos, que ficam com o estatuto de
fiel depositário do animal. Diogo Caetano, presidente da associação
Amigos dos Açores, considera que esta medida é muito importante para
salvaguardar o bem-estar animal nos Açores. “Determinados animais
exóticos não estão autorizados a entrar na Região, mas como não existe
nenhum centro de recolha para recuperarem ou serem devolvidos à
natureza, acabam por ser entregues a fiéis depositários. Mas são
animais que não deveriam viver num ambiente restrito de uma jaula ou
qualquer quintal”, garante o ambientalista. O anúncio da criação deste
centro foi efectuado pelo secretário regional do Ambiente e do Mar
durante a reunião do Conselho Regional do Ambiente e do
Desenvolvimento Sustentável (CRADS). “O secretário do Ambiente
anunciou a construção de um centro de recuperação de animais na ilha
de São Miguel em 2011. Para a Associação Amigos dos Açores trata-se de
uma boa notícia, porque poderá ser resolvida a situação da importação
de alguns animais que não têm licença e são apreendidos pelo Serviço
de Protecção da Natureza e Ambiente da Guarda Nacional Republicana, e
depois não há qualquer possibilidade de garantir a sua instalação num
local provisório”, explicou Diogo Caetano. O presidente da Associação
Amigos dos Açores esclarece que este centro “poderá receber animais
provenientes do jardim zoológico da Povoação, que se encontra
embargado, e não tem condições para os animais que apresenta, só que
não existe outro local onde possam ser albergados esses animais.
Nestes casos os animais são mantidos com o fiel depositário”,
acrescenta. A construção deste centro será efectuada pelas secretarias
do Ambiente e do Mar e secretaria da Agricultura e Florestas tendo
como função específica receber “animais selvagens e exóticos”. “Quando
é apreendido um animal no aeroporto ou no porto nunca se sabe bem qual
é o animal que chega aos Açores, por isso, a criação deste centro será
uma grande mais-valia para a Região ficar com os animais
transitoriamente, garantir o seu tratamento e encaminhar os animais
para os locais mais apropriados”, afirma Diogo Caetano. Durante a
reunião do CRADS foi anunciado ainda que está a ser preparada a
instalação de um centro de acolhimento de aves na ilha do Corvo,
destinado a acolher aves migratórias. “Este centro no Corvo pretende
acolher aves que por dificuldades climáticas possam ficar retidas na
Região e possam ser recuperadas para ser devolvidas à natureza”,
sublinhou o ambientalista.• Conselho Regional é composto por 21
membros representativos de entidades O Conselho Regional do Ambiente e
do Desenvolvimento Sustentável é um órgão composto pelo secretário
regional do Ambiente e do Mar, que preside, e ainda por 21 vogais,
designados na passada semana para um mandato de três anos, entre os
quais se contam representantes do presidente do Governo e do
secretário da Saúde, Associação de Municípios da Região, Departamento
Marítimo dos Açores, PSP, Serviço de Protecção da Natureza e do
Ambiente da GNR, Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos
(ERSARA), Universidade dos Açores, Federação Agrícola dos Açores e
Câmara do Comércio e Indústria dos Açores. Estão ainda representadas
associações, desde logo de natureza ambientalista.
Luís Pedro Silva
Fonte:Açoriano Oriental, 11 de Outubro de 2010
5.10.10
Homenagem a Alice Moderno
Alice Moderno (1867-1946) - uma singela homenagem
“Lembra-te sempre que ao maltratares um animal vais ferir a tua própria dignidade” (Alice Moderno)
Hoje, 5 de Outubro de 2010, quando se comemoram 100 anos de implantação da República, aproveitamos o dia para prestar uma singela homenagem a Alice Moderno.
Mas quem foi Alice Moderna para que estejamos, aqui, a recordá-la?
Para além da sua actividade de jornalista, escritora, agricultora e comerciante, Alice Moderno foi uma mulher que pugnou pelos seus ideais republicanos e feministas, sendo uma defensora da natureza e amiga dos animais.
Como precursora dos actuais movimentos de defesa do ambiente, de que muitos de nós somos membros, Alice Moderno, no início da segunda década do século passado, já pensava que uma árvore de pé poderia ter mais valor do que abatida. Vejamos o que dizia a propósito:
“Plantar árvores é não só amar a natureza. Mas ainda ser previdente quanto ao futuro, e generoso para com as gerações vindouras. Cortá-las ou arrancá-las a esmo, sem um motivo justo, é praticar um acto de selvajaria”(A Folha, 16/2/1913).
“A árvore é confidente discreta dos namorados e a desvelada protectora dos pássaros – esses poetas do ar. A árvore é a maior riqueza da gleba, o maior tesouro dos campos e o maior encanto da paisagem!” (A Folha, 15/3/1914).
Como amiga dos animais, Alice Moderno foi mais sobretudo uma mulher de acção. Com efeito, embora fundada em 1911, a Sociedade Micaelense Protectora dos Animais esteve quase inactiva até 1914, data em que Alice Moderno assumiu a sua presidência. Durante a presidência de Alice Moderno, foram criadas as condições para o funcionamento da SMPA, como a aquisição de uma sede e de mobiliário e foram tomadas medidas conducentes a acabar com os maus tratos que eram alvo os animais usados no transporte de cargas diversas, nomeadamente os que transportavam beterraba para a fábrica do açúcar, e para a educação dos mais novos através do envio de uma comunicação aos professores “pedindo-lhes para que, mensalmente, façam uma prelecção aos seus alunos, incutindo no espírito dos mesmos a bondade para com os animais, que não é mais do que um coeficiente da bondade universal”.
Mas, Alice Moderno não se preocupava apenas com os animais de tiro, pois uma das suas preocupações foi a criação de um posto veterinário para tratamento de todos os animais. A propósito dizia ela:
“Caridade não é apenas a que se exerce de homem para homem: é a que abrange todos os seres da Criação, visto que a sua qualidade de inferiores não lhes tira o direito aos mesmos sentimentos de piedade e de justiça que prodigalizamos aos nossos semelhantes”.
A evolução da sociedade fez com que quase desaparecessem os problemas associados ao transporte de cargas. Hoje toda a nossa atenção deverá recair sobretudo sobre o abandono de animais domésticos, o tratamento dado aos animais de produção e ao retrocesso civilizacional que se está a assistir com a tentativa de introduzir touradas onde não são tradição e de agravar a tortura dos touros bravos, com a legalização da sorte de varas e touros de morte.
Alice Moderno, também não foi indiferente às touradas. Foi convidada e assistiu contrariada a uma tourada, na ilha Terceira, e não ousou comunicar aos seus amigos, considerando-os “semi-espanhóis no capítulo de los toros”, o que pensava pois, escreveu ela, “não compreenderiam decerto a minha excessiva sentimentalidade”.
Na sua carta XIX, referindo-se à tourada a que assistiu escreveu o seguinte:
“É ele [cavalo], não tenho pejo de o confessar, que absorve toda a minha simpatia e para o qual voam os meus melhores desejos. Pobre animal, ser incompleto, irmão nosso inferior, serviu o homem com toda a sua dedicação e com toda a sua lealdade, consumindo em seu proveito todas as suas forças e toda a sua inteligência! (…) Agora, porém, no fim da vida, é posto à margem e alugado a preço ínfimo, para ir servir de alvo às pontas de uma fera, da qual nem pode fugir, visto que tem os olhos vendados!”
“E esta fera [touro], pobre animal, também, foi arrancada ao sossego do seu pasto, para ir servir de divertimento a uma multidão ociosa e cruel, em cujo número me incluo! (…) Entrará assim em várias toiradas, em que será barbaramente farpeada até que, enfurecida, ensanguentada, ludibriada, injuriada, procurará vingar-se, arremessando-se sobre o adversário que a desafia e fere. Depois de reconhecida como matreira, tornada velhaca pelo convívio do homem, será mutilada”.
Que o exemplo de Alice Moderno nos dê forças para os combates em que estamos envolvidos, por uma terra mais limpa, justa e pacífica.
Ponta Delgada, 5 de Outubro de 2010
Teófilo Braga
4.10.10
5 de Outubro- homenagem a Alice Moderno pelos Amigos dos Açores
Uma vez que o dia 4 de Outubro é um dia útil, o Grupo pelo Bem Estar Animal dos Amigos dos Açores organizará no dia 5 de Outubro (feriado) pelas 10 horas uma visita ao Hospital Veterinário Alice Moderno, em Ponta Delgada, sito no campus do serviço de desenvolvimento agrário de São Gonçalo, para a qual se convidam todos os interessados a comparecer pelas 9h30 na entrada deste campus, junto ao Laboratório
Rregional de Engenharia Civil e entrada Norte da Universidade dos Açores.
Neste local pretende-se constatar os objectivos e missão deste Hospital Veterinário, bem como prestar uma pequena homenagem à mulher interventiva, poetisa e defensora dos animais que foi Alice Moderno.
2.10.10
Manifesto em Defesa dos Animais
4 de OUTUBRO de 2010
MANIFESTO EM DEFESA DOS ANIMAIS
Desde 1930, em vários países do mundo, o dia 4 de Outubro é dedicado aos animais. Neste dia, são homenageados os nossos amigos animais que, infelizmente, continuam, ainda hoje, a ser desrespeitados por muitos humanos e nalguns casos por entidades públicas que deveriam dar o exemplo à restante sociedade.
Hoje, 4 de Outubro de 2010, o grupo de pessoas individuais e colectivas manifesta a sua preocupação relativamente as seguintes problemas e situações de maus tratos aos animais ao seguinte:
1- Abate de animais domésticos. Todos os anos ultrapassa largamente um milhar o número de animais de companhia (cães e gatos) que são abandonados, acabando na sua maioria por serem abatidos nos canis municipais ou atropelados nas estradas. O esforço que é feito pelas associações de protecção dos animais, que se debatem com faltas de meios e de apoios públicos, acaba por ser inglório pois através dele só uma pequena parte dos animais abandonados consegue um novo lar.
Não estando de acordo com a política seguida actualmente para combater o abandono que tem por principal pilar os abates, pois até hoje não tem resolvido nada, consideramos necessário que a nível regional seja lançada uma campanha de esterilização com vista a adequar o número de animais de companhia ao número efectivo de donos capazes de cuidar deles de forma responsável;
2- Promoção pública da tortura animal. Ao longo dos séculos da história dos Açores, a tauromaquia tem sofrido uma evolução no sentido da diminuição dos maus tratos aos touros, não constituindo qualquer tradição na maioria das nossas ilhas. Em 2009, contrariando a evolução que se assiste a nível internacional, onde aquela actividade é cada vez mais repudiada, e ao arrepio dos ensinamentos da própria história insular, um grupo de deputados pretendeu legalizar a sorte de varas. Gorada a sua intenção, a minoria de industriais que aposta no incremento da tortura animal, tenta ganhar adeptos sobretudo em São Miguel, tendo conseguido promover algumas touradas à corda com a colaboração sobretudo de autarquias e de comissões de festas de cariz religioso.
Considerando que as touradas, qualquer que seja o seu tipo, em nada contribuem para educar os cidadãos e as cidadãs para o respeito aos animais, para além de causarem maus tratos aos mesmos e porem em risco a vida das pessoas, não podemos admitir a na sua realização sejam usados dinheiros públicos;
3- Mortalidade provocada na fauna selvagem. O cagarro é uma ave oceânica que vem a terra apenas durante a época de reprodução. Este período decorre entre Março e Outubro, altura em que as crias já suficientemente desenvolvidas partem com os seus progenitores em direcção ao mar, dispersando-se pelo Oceano Atlântico e regressando apenas no próximo ano. Realizando-se a sua partida de noite, muitas crias são atraídas pelas luzes das nossas vilas e cidades, acabando por cair em terra e ser frequentemente atropeladas se não forem ajudadas.
Considerando a importância que o salvamento do maior número de cagarros tem para a conservação da natureza e o respeito pelos animais, apelamos à participação de todos nas campanhas que ainda este mês serão postas em marcha pelas mais diversas entidades, nomeadamente pelas organizações não governamentais de ambiente.
4- Cativeiro de animais não domésticos. A criação de parques zoológicos nos séculos passados respondia ao propósito de mostrar ao público uma colecção de animais exóticos que de outra maneira nunca seriam vistos nem conhecidos. Na actualidade isto deixou de fazer qualquer sentido. Agora as leis exigem obrigatoriamente aos parques a realização de programas de conservação, educação ambiental e bem-estar animal. Como consequência disto, nos Açores têm vindo a ser fechados núcleos zoológicos que incumpriam estas exigências. No entanto, ainda continua a existir um núcleo zoológico na Vila da Povoação (São Miguel).
Apesar do referido parque encontrar-se já embargado pelas autoridades e apesar de ser de titularidade pública, o recinto continua ainda hoje aberto ao público. Pelo manifesto desrespeito às leis e aos animais, consideramos que o parque deve ser imediatamente fechado e os animais conduzidos a umas instalações apropriadas que garantam o seu bem-estar.
5- Modelos intensivos de produção animal. A exploração agrícola de animais constitui historicamente um importante sector económico nas nossas ilhas. Se bem que os relatos de maus tratos a estes animais têm vindo a diminuir nas últimas décadas, evidenciando uma notável evolução da sociedade, subsistem ainda bastantes situações penosas. Para além disso, a introdução de técnicas de produção intensiva tem vindo a piorar as condições de vida de muitos deles, limitando a sua vida ao reduzido espaço duma gaiola.
Tendo em conta a imagem de proximidade à natureza que tanto caracteriza os Açores no exterior, consideramos que se deve reforçar o modelo tradicional de criação de animais, modelo que garante sempre a mais alta qualidade. Devem também ser criadas e publicitadas novas formas de certificação nas explorações que valorizem devidamente ante o consumidor os seus níveis de qualidade ambiental, alimentar e de respeito pelo bem-estar animal.
6- Falta de respeito com a vida animal. Numa sociedade em que tudo se compra e se vende, os animais são tratados muitas vezes como simples mercadorias e rebaixados à categoria de simples objectos. Só uns poucos animais domésticos conseguem as vezes escapar a esta visão. Na realidade, como já foi demonstrado pela ciência há longos anos, os animais são os irmãos com os quais o homem comparte a natureza. O desrespeito para com os animais é também o desrespeito para com os homens, como partes integrantes da mesma natureza.
Consideramos que o tratamento legal dado aos animais deve fugir da visão redutora que os converte em simples objectos. A nossa sociedade deve evoluir para padrões éticos nos quais os animais sejam respeitados em conformidade com a Declaração Universal dos Direitos dos Animais.
Açores, 4 de Outubro de 2010
Subscritores colectivos:
Grupo pelo Bem-Estar Animal, Amigos dos Açores – Associação Ecológica
CADEP-CN (Clube dos Amigos e Defensores do Património – Cultural e Natural de Santa Maria)
APA – Associação Açoriana de Protecção dos Animais
Amigos da Caldeira de Santo Cristo, Ilha de São Jorge
Gê-Questa – Associação de Defesa do Ambiente
CAES- Colectivo Açoriano de Ecologia Social
Subscritores individuais (por ordem alfabética):
Adelino Luís da Câmara Alves
Afonso Pereira Bernardino
Alberto Carlos Marques Duarte
Alberto Francisco Albertino Monteiro
Alexandra Patrícia Soares Manes
Amália Rosa
Ana Cadete
Ana Catarina Cantante dos Santos
Ana Catarina Soares Carreiro
Ana Cláudia Martins de Melo
Ana Sofia Ferreira
Ana Teresa Fernandes Simões Ribeiro
André Filipe Cabral Leite
Andre Correia
Andrea Fernandes Simões Ribeiro
Andreia Soares de Jesus Leite
António Eduardo Soares de Sousa
António Humberto Serpa
António M. F. Cabral
Arlinda Maria Garcia da Fonte
Armando B. Mendes
Baltasar Ornelas Pinheiro
Bárbara Jacob Oliveira
Bárbara P. Bernardino
Carla Cabral
Carla Viveiros
Carlos Bruno Castanha Gomes
Carlos Couto
Catarina Furtado
Cecília Santos Alves
Cecília de Sousa Melo- Terceira
Cidalina do Carmo Lopes Gomes
Clara Raquel Reis Patuleia
Cláudia Albasini
Cláudia Emanuela Vieira Tavares
Cláudia Moniz Tapia
Clara Cymbron
Conceição Melo
Constança Pereira Quaresma
Cristina D’Eça Leal Soares Vieira
Cristina Sofia da Costa Oliveira Machado – Professora – Pico da Pedra
David Santos
Deborah da Cunha Estima
Décio Almada Pereira
Diamantina Barbosa
Diogo Pereira Bernardino
Dolores Oliveira
Duarte Sousa
Edgar Coutinho
Eliene Narducci
Elsa Lobo Ferreira
Elvira Dias de Almeida
Elvira Lameiras
Emanuel de Jesus Ferreira Carreiro
Emília Maria Mendonça Soares
Esmeralda Raposo
Eva Almeida Lima
Evaristo Melo
Filipa D’Eça Leal Soares Vieira Ferreira de Pina
Francisco Luís do Rego Soares Raposo
Gabriela Mota Vieira
George Robert Hayes
Gilberto Melo Pacheco
Gonçalo de Portugal
Helena Alexandra Frazão Tavares
Helena Cabral
Helena Maria Carreiro
Helena Melo Medeiros, S. Miguel
Isabel Marques Ribeiro
Isabel Velho
Inês Barbosa
Joana Augusto Gil Morais Sarmento, Angra do Heroísmo
Joana de Jesus Lopes
Joana D’Eça Leal Soares Vieira da Costa Pereira
João Carlos da Silva Abrunhosa de Carvalho, Ponta Delgada
João Luís Coutinho
João Luis de Sousa Rebelo
João Manuel Hipólito Manes
João Silveira Sousa
Joaquim Alberto Pereira Bernardino
Joaquim Maria Reis Patuleia Pessoa de Moraes
Jorge Manuel Melo Amaral
José António Resendes
José de Andrade Melo – Professor -Santa Maria
José Manuel N. Azevedo
José Melo
José Moniz Pimentel
Jessica Ann Ferreira
Katerina L´dokova
Laura Paiva
Leonor Pereira Bernardino
Lúcia Maria Oliveira Ventura
Lúcia Travassos
Luís Alberto da Silva Bernardo
Luis Barbosa
Luís Filipe dos Santos Resendes
Luís Manuel Amorim Cordeiro
Luís Manuel Garcia
Luís Miguel Mendonça
Margarida Hilário
Maria Alexandra Janes Morais Cardoso Baptista
Maria Alice de Medeiros Barbosa
Maria do Carmo Barreto
Maria Conceição Salgadinho
Maria Gabriela Serra Medeiros Oliveira – Bióloga – Ponta Delgada
Maria Goretti Medeiros Sebastião
Maria Helena D’Eça Leal
Maria João Fernandes Lopes
Maria José Milheiro
Maria Luisa Rocha Moniz Borges de Sousa
Maria Manuela Carreiro Machado
Maria Natália Melo
Maria Zita Santos Raposo Correia
Maria Vieira Soares
Marina Sécio
Mário Jorge Furtado Arruda
Mario de Sousa Borges
Marta Elisa dos Santos Dutra
Miguel Franco Wallenstein Teixeira
Mónica Sofia Rodrigues da Cunha Azevedo
Nélia Maria Torres Melo
Nelson Correia
Olga Margarida Gomes Miranda Cordeiro
Patrícia Fraga Serra
Paula Cristina Vieira Tavares
Paula Curi Garnet Andrade Melo – Jurista – Santa Maria
Paulo A. V. Borges
Paulo Jorge Simas Correia
Paulo Mota Machado Bermonte
Pedro Leite Pacheco
Pedro Miguel Baptista Pacheco
Raquel Ramos
Rita Patuleia P. Bernardino
Rui Andrade Lopes
Sandra Câmara
Sara Margarida Correia Cabral
Selma Maria Rezendes Cordeiro
Sérgio Diogo Caetano
Silvia Borges
Sílvia Melo
Sizaltina Rego
Sónia Borges
Sonia Lisboa
Susana Pereira
Teófilo José Soares de Braga
Tiago Patuleia
Vanda Veloso
Vera Sousa
Vitor Correia
Vitor Hugo
Zulmira Almeida
(Última actualização – 2 de Outubro 12:00)
Manifesto em Defesa dos Animais
4 de OUTUBRO de 2010
MANIFESTO EM DEFESA DOS ANIMAIS
Desde 1930, em vários países do mundo, o dia 4 de Outubro é dedicado aos animais. Neste dia, são homenageados os nossos amigos animais que, infelizmente, continuam, ainda hoje, a ser desrespeitados por muitos humanos e nalguns casos por entidades públicas que deveriam dar o exemplo à restante sociedade.
Hoje, 4 de Outubro de 2010, o grupo de pessoas individuais e colectivas manifesta a sua preocupação relativamente as seguintes problemas e situações de maus tratos aos animais ao seguinte:
1- Abate de animais domésticos. Todos os anos ultrapassa largamente um milhar o número de animais de companhia (cães e gatos) que são abandonados, acabando na sua maioria por serem abatidos nos canis municipais ou atropelados nas estradas. O esforço que é feito pelas associações de protecção dos animais, que se debatem com faltas de meios e de apoios públicos, acaba por ser inglório pois através dele só uma pequena parte dos animais abandonados consegue um novo lar.
Não estando de acordo com a política seguida actualmente para combater o abandono que tem por principal pilar os abates, pois até hoje não tem resolvido nada, consideramos necessário que a nível regional seja lançada uma campanha de esterilização com vista a adequar o número de animais de companhia ao número efectivo de donos capazes de cuidar deles de forma responsável;
2- Promoção pública da tortura animal. Ao longo dos séculos da história dos Açores, a tauromaquia tem sofrido uma evolução no sentido da diminuição dos maus tratos aos touros, não constituindo qualquer tradição na maioria das nossas ilhas. Em 2009, contrariando a evolução que se assiste a nível internacional, onde aquela actividade é cada vez mais repudiada, e ao arrepio dos ensinamentos da própria história insular, um grupo de deputados pretendeu legalizar a sorte de varas. Gorada a sua intenção, a minoria de industriais que aposta no incremento da tortura animal, tenta ganhar adeptos sobretudo em São Miguel, tendo conseguido promover algumas touradas à corda com a colaboração sobretudo de autarquias e de comissões de festas de cariz religioso.
Considerando que as touradas, qualquer que seja o seu tipo, em nada contribuem para educar os cidadãos e as cidadãs para o respeito aos animais, para além de causarem maus tratos aos mesmos e porem em risco a vida das pessoas, não podemos admitir a na sua realização sejam usados dinheiros públicos;
3- Mortalidade provocada na fauna selvagem. O cagarro é uma ave oceânica que vem a terra apenas durante a época de reprodução. Este período decorre entre Março e Outubro, altura em que as crias já suficientemente desenvolvidas partem com os seus progenitores em direcção ao mar, dispersando-se pelo Oceano Atlântico e regressando apenas no próximo ano. Realizando-se a sua partida de noite, muitas crias são atraídas pelas luzes das nossas vilas e cidades, acabando por cair em terra e ser frequentemente atropeladas se não forem ajudadas.
Considerando a importância que o salvamento do maior número de cagarros tem para a conservação da natureza e o respeito pelos animais, apelamos à participação de todos nas campanhas que ainda este mês serão postas em marcha pelas mais diversas entidades, nomeadamente pelas organizações não governamentais de ambiente.
4- Cativeiro de animais não domésticos. A criação de parques zoológicos nos séculos passados respondia ao propósito de mostrar ao público uma colecção de animais exóticos que de outra maneira nunca seriam vistos nem conhecidos. Na actualidade isto deixou de fazer qualquer sentido. Agora as leis exigem obrigatoriamente aos parques a realização de programas de conservação, educação ambiental e bem-estar animal. Como consequência disto, nos Açores têm vindo a ser fechados núcleos zoológicos que incumpriam estas exigências. No entanto, ainda continua a existir um núcleo zoológico na Vila da Povoação (São Miguel).
Apesar do referido parque encontrar-se já embargado pelas autoridades e apesar de ser de titularidade pública, o recinto continua ainda hoje aberto ao público. Pelo manifesto desrespeito às leis e aos animais, consideramos que o parque deve ser imediatamente fechado e os animais conduzidos a umas instalações apropriadas que garantam o seu bem-estar.
5- Modelos intensivos de produção animal. A exploração agrícola de animais constitui historicamente um importante sector económico nas nossas ilhas. Se bem que os relatos de maus tratos a estes animais têm vindo a diminuir nas últimas décadas, evidenciando uma notável evolução da sociedade, subsistem ainda bastantes situações penosas. Para além disso, a introdução de técnicas de produção intensiva tem vindo a piorar as condições de vida de muitos deles, limitando a sua vida ao reduzido espaço duma gaiola.
Tendo em conta a imagem de proximidade à natureza que tanto caracteriza os Açores no exterior, consideramos que se deve reforçar o modelo tradicional de criação de animais, modelo que garante sempre a mais alta qualidade. Devem também ser criadas e publicitadas novas formas de certificação nas explorações que valorizem devidamente ante o consumidor os seus níveis de qualidade ambiental, alimentar e de respeito pelo bem-estar animal.
6- Falta de respeito com a vida animal. Numa sociedade em que tudo se compra e se vende, os animais são tratados muitas vezes como simples mercadorias e rebaixados à categoria de simples objectos. Só uns poucos animais domésticos conseguem as vezes escapar a esta visão. Na realidade, como já foi demonstrado pela ciência há longos anos, os animais são os irmãos com os quais o homem comparte a natureza. O desrespeito para com os animais é também o desrespeito para com os homens, como partes integrantes da mesma natureza.
Consideramos que o tratamento legal dado aos animais deve fugir da visão redutora que os converte em simples objectos. A nossa sociedade deve evoluir para padrões éticos nos quais os animais sejam respeitados em conformidade com a Declaração Universal dos Direitos dos Animais.
Açores, 4 de Outubro de 2010
Subscritores colectivos:
Grupo pelo Bem-Estar Animal, Amigos dos Açores – Associação Ecológica
CADEP-CN (Clube dos Amigos e Defensores do Património – Cultural e Natural de Santa Maria)
APA – Associação Açoriana de Protecção dos Animais
Amigos da Caldeira de Santo Cristo, Ilha de São Jorge
Gê-Questa – Associação de Defesa do Ambiente
CAES- Colectivo Açoriano de Ecologia Social
Subscritores individuais (por ordem alfabética):
Adelino Luís da Câmara Alves
Afonso Pereira Bernardino
Alberto Carlos Marques Duarte
Alberto Francisco Albertino Monteiro
Alexandra Patrícia Soares Manes
Amália Rosa
Ana Cadete
Ana Catarina Cantante dos Santos
Ana Catarina Soares Carreiro
Ana Cláudia Martins de Melo
Ana Sofia Ferreira
Ana Teresa Fernandes Simões Ribeiro
André Filipe Cabral Leite
Andre Correia
Andrea Fernandes Simões Ribeiro
Andreia Soares de Jesus Leite
António Eduardo Soares de Sousa
António Humberto Serpa
António M. F. Cabral
Arlinda Maria Garcia da Fonte
Armando B. Mendes
Baltasar Ornelas Pinheiro
Bárbara Jacob Oliveira
Bárbara P. Bernardino
Carla Cabral
Carla Viveiros
Carlos Bruno Castanha Gomes
Carlos Couto
Catarina Furtado
Cecília Santos Alves
Cecília de Sousa Melo- Terceira
Cidalina do Carmo Lopes Gomes
Clara Raquel Reis Patuleia
Cláudia Albasini
Cláudia Emanuela Vieira Tavares
Cláudia Moniz Tapia
Clara Cymbron
Conceição Melo
Constança Pereira Quaresma
Cristina D’Eça Leal Soares Vieira
Cristina Sofia da Costa Oliveira Machado – Professora – Pico da Pedra
David Santos
Deborah da Cunha Estima
Décio Almada Pereira
Diamantina Barbosa
Diogo Pereira Bernardino
Dolores Oliveira
Duarte Sousa
Edgar Coutinho
Eliene Narducci
Elsa Lobo Ferreira
Elvira Dias de Almeida
Elvira Lameiras
Emanuel de Jesus Ferreira Carreiro
Emília Maria Mendonça Soares
Esmeralda Raposo
Eva Almeida Lima
Evaristo Melo
Filipa D’Eça Leal Soares Vieira Ferreira de Pina
Francisco Luís do Rego Soares Raposo
Gabriela Mota Vieira
George Robert Hayes
Gilberto Melo Pacheco
Gonçalo de Portugal
Helena Alexandra Frazão Tavares
Helena Cabral
Helena Maria Carreiro
Helena Melo Medeiros, S. Miguel
Isabel Marques Ribeiro
Isabel Velho
Inês Barbosa
Joana Augusto Gil Morais Sarmento, Angra do Heroísmo
Joana de Jesus Lopes
Joana D’Eça Leal Soares Vieira da Costa Pereira
João Carlos da Silva Abrunhosa de Carvalho, Ponta Delgada
João Luís Coutinho
João Luis de Sousa Rebelo
João Manuel Hipólito Manes
João Silveira Sousa
Joaquim Alberto Pereira Bernardino
Joaquim Maria Reis Patuleia Pessoa de Moraes
Jorge Manuel Melo Amaral
José António Resendes
José de Andrade Melo – Professor -Santa Maria
José Manuel N. Azevedo
José Melo
José Moniz Pimentel
Jessica Ann Ferreira
Katerina L´dokova
Laura Paiva
Leonor Pereira Bernardino
Lúcia Maria Oliveira Ventura
Lúcia Travassos
Luís Alberto da Silva Bernardo
Luis Barbosa
Luís Filipe dos Santos Resendes
Luís Manuel Amorim Cordeiro
Luís Manuel Garcia
Luís Miguel Mendonça
Margarida Hilário
Maria Alexandra Janes Morais Cardoso Baptista
Maria Alice de Medeiros Barbosa
Maria do Carmo Barreto
Maria Conceição Salgadinho
Maria Gabriela Serra Medeiros Oliveira – Bióloga – Ponta Delgada
Maria Goretti Medeiros Sebastião
Maria Helena D’Eça Leal
Maria João Fernandes Lopes
Maria José Milheiro
Maria Luisa Rocha Moniz Borges de Sousa
Maria Manuela Carreiro Machado
Maria Natália Melo
Maria Zita Santos Raposo Correia
Maria Vieira Soares
Marina Sécio
Mário Jorge Furtado Arruda
Mario de Sousa Borges
Marta Elisa dos Santos Dutra
Miguel Franco Wallenstein Teixeira
Mónica Sofia Rodrigues da Cunha Azevedo
Nélia Maria Torres Melo
Nelson Correia
Olga Margarida Gomes Miranda Cordeiro
Patrícia Fraga Serra
Paula Cristina Vieira Tavares
Paula Curi Garnet Andrade Melo – Jurista – Santa Maria
Paulo A. V. Borges
Paulo Jorge Simas Correia
Paulo Mota Machado Bermonte
Pedro Leite Pacheco
Pedro Miguel Baptista Pacheco
Raquel Ramos
Rita Patuleia P. Bernardino
Rui Andrade Lopes
Sandra Câmara
Sara Margarida Correia Cabral
Selma Maria Rezendes Cordeiro
Sérgio Diogo Caetano
Silvia Borges
Sílvia Melo
Sizaltina Rego
Sónia Borges
Sonia Lisboa
Susana Pereira
Teófilo José Soares de Braga
Tiago Patuleia
Vanda Veloso
Vera Sousa
Vitor Correia
Vitor Hugo
Zulmira Almeida
(Última actualização – 2 de Outubro 12:00)