31.12.12

PERIGOS DOS FOGOS DE ARTIFÍCIO




Problemas mais frequentes:
Fugas: os animais perdem-se, podem ser atropelados ou provocar acidentes
Mortes: enforcando-se na própria coleira quando não conseguem rompê-la para fugir, atirando-se de janelas, atravessando portas de vidro, batendo com a cabeça nas paredes, ficando entalados em grades
Ferimentos Graves: quando são atingidos por foguetes, ou, sem saberem, quando abocanham uma cana por acharem que é um brinquedo
Traumas: mudanças de temperamento, pânico e/ou agressividade
Ataques: investidas contra outros animais e/ou contra humanos, mesmo que estes sejam seus conhecidos
Mutilações: no desespero para fugir, podem mutilar-se, ao tentarem atravessar grades e portões
Convulsões: (ataques epileptiformes)
Afogamento em piscinas, tanques e poços
Quedas de andares ou de alturas superiores
Aprisionamentos indesejados em locais de difícil acesso
Paragens cardio-respiratórias

Recomendações:
Acomodar os animais dentro de casa, onde possam sentir-se em segurança, com iluminação suave, e, se possível, um rádio ligado com música;
Fechar portas e janelas para evitar fugas;
Dar alimentos leves, já que os distúrbios digestivos provocados pelo pânico podem matar (por exemplo, por torção do estômago, especialmente em animais de porte grande);
Cobertores pesados estendidos nas janelas ajudam a abafar o som, bem como cobertores no chão ou um edredão sobre o animal;
Não deixar muitos cães juntos, porque, excitados pelo barulho, podem lutar até a morte. Tente deixá-los em quartos/divisões separados/as, para evitar que na altura dos fogos se mordam uns aos outros por desespero;
Algumas horas antes da meia-noite leve o/os animal/animais para perto da televisão ou de um rádio e aumente aos poucos o volume, para que se distraia/m e se vá/vão habituando ao som alto. Assim, não ficará/ficarão tão assustado/s com o barulho intenso e inesperado dos fogos;
Alguns veterinários aconselham o uso de tampões de algodão nos ouvidos; podem ser colocados alguns minutos antes e tirados logo após os fogos;
Por favor não tome a iniciativa de sedar um animal. Nunca deve recorrer a calmantes e/ou sedativos sem que estes estejam devidamente prescritos pelo médico-veterinário assistente;
Todos os animais se assustam facilmente nas épocas festivas com o barulho dos foguetes. O pânico desorienta-os, e fá-los correr sem destino;
Tente evitar as situações acima descritas, garantindo aos animais condições mínimas de segurança, evitando ambientes conturbados e barulhentos (desde antes da meia-noite; umas 3 horas antes seria o ideal), e transmitindo-lhes, na medida do possível, paz e tranquilidade, dando-lhes a sensação de que tudo está bem e sob controlo.

Com prudência, atenção, e um pouco de boa vontade, podem evitar-se fatalidades.

Fonte: Animal

30.12.12

Terceirense Contra as Touradas





Carta ao sr. Governador Civil, com um pedido particular
Vila Franca de Xira, Outubro de 1925
Exmo. Sr.
Eu sei que V. Ex.ª tem muito que fazer e muito em que pensar. O cargo de Governador Civil de Lisboa é dos que dão água pela barba. É certo que as coisas da política e das eleições se aldrabam pelo Terreiro do Paço; que a ordem pública é com a Polícia e o Carmo - lá as armam lá as desarmam; que dos abastecimentos se encarrega aquela bela rapaziada dos fiscais; e que os passaportes correm pela repartição respectiva; mas tem Vª Ex.ª esse calvário da inspecção dos teatros e a tragédia de dar esmolas com o dinheiro das casas de batota. Só nisto das esmolas V. Ex.ª ganha- queixa do peito! Distraia porém V. Ex.ª alguns momentos desse seu Governo e escute-me.
Há dias realizou-se nesta vila uma tourada, em que foram mortos dois touros. Diziam que era proibido matar. Tolices! O representante da autoridade, representante portanto de Vª Ex.ª, do Dr. Sr. Domingos Pereira e do Sr. Teixeira Gomes, atendeu os justos pedidos da população, que gritava: que se mate, que se mate! E voltou o polegar para baixo…E dois touros rolaram na arena sangrenta, como outrora os cristãos no Coliseu dos Recreios de Nero…
Ouça Vª Ex.ª a descrição do tipo de um dos touros, feita cá por um “colega”: - “Outro bicho! AH! Gente de bom gosto! Que lindo bicho! É um jabonero, novito, mas lindo, tipo de escultura, cabeça nervosa e hastes curtas e aguçadas”.
Repare Vª Ex.ª agora a cena:
“Então o de Triana (matador) aponta e a espada, tocando o osso descaída, salta ao chão. O bicho pensa: ainda não foi desta, e dá duas voltas feliz. Mas Angelito tapa-o com o pano vermelho, perfila-se de lado, aponta e a espada vai, com destino ao coração, até ao meio, ferido de morte, o jabonero não ajoelha. Fica ao centro a olhar o sol, que venceu as nuvens e enche a praça.
Respiração suspensa. Capotes, mais capotes, e o lindo bicho encosta-se às tábuas, à espera, à espera…
Enfim, o de Triana toma outra espada, fina – como uma sentença de morte – e descabella, com felicidade.
Lindo touro! Caiu redondo… Emoção. Voltas. Música. Palmas. Lenços.”
E o cronista conta por último, que depois da corrida o jabonero foi passeado, morto, de trem, pelas ruas desta vila “vencido e orgulhoso”.
A quem ficamos devendo todo este espectáculo extraordinariamente emocionante? Ora a quem… Ao Malta. Vª Exª não conhece?! Nem V.Exª conhece outra coisa! O Malta! O Maltazinho… Um companheirão, um “cara direita” e um “bom republicano!”.

Pois aqui tem Vª Ex.ª porque o venho incomodar. O povo quer recompensar Malta. Pensou-se em oferecer-lhe um banquete na Lezíria, em elegê-lo deputado, em nomeá-lo revolucionário civil. A modéstia de Malta obstinadamente recusa. Há uma coisa porém, a que nenhum Malta resiste… Vª Ex.ª. já me percebeu… É aquilo que Vossas Ex. as todos têm, que, numa palavra, a Malta toda possui!...
É a medalhinha, a venera ou lá o que é e que pelo nome não perca.
A Torre e Espada estava a calhar. O valor, a lealdade e o mérito ali! que nem um homem. Se não puder ser porém – o Cristo. O Cristo, Sr. Governador, com a sua roseta vermelha, até estava a dizer… E mesmo o Santiago, porque não? O mérito científico, artístico e literário, demonstram-se ali. Aquilo tem muita ciência e muita arte e dá lugar a muita boa literatura, como Vª Exª pode verificar pela amostra acima.
Ao menos Sr. Governador Civil se de todo em todo não puder ser qualquer das outras – a Filantropia e a Generosidade. Pois não há filantropia e generosidade em poupar trabalho aos magarefes, dando ao mesmo tempo uma lição de disciplina democrática, de obediência à vontade popular?
Porque foi o Povo, o Povo soberano quem exigiu a morte do touro. Foi o Povo, foi o “Sol” quem gritou: que se mate, que se mate! E a autoridade, verdadeiramente cônscia dos seus deveres – obedeceu. Então porque merece ser premiada a autoridade? Por ter sabido romper com uma ignominiosa tradição secular. É certo que Vª Ex.ª e o Sr. Presidente da República já tinham autorizado os rojões mas, que é isso comparado com aquele estranho ritual de apontar a espada, que toca o osso “descaída” e salta ao chão; com aquela volúpia de “tapar” o touro com o pano vermelho, “perfilar-se” uma pessoa de lado e apontar a espada que vai, com destino ao coração, até ao meio, com aquele delírio de tomar outra espada, fina como uma sentença de morte e de descabellar com felicidade?
Note Vª Exª – com felicidade; e depois passear pelas ruas o touro de tipóia, morto, “vencido e orgulhoso”.
É por estas e por outras que se verifica, Sr. Governador, que esta República é aquela que por nós sonhávamos, nós que não pensamos como esse reaccionário Boto Machado, que apresentou no Parlamento um projecto de lei abolindo as touradas, nós, os “aficionados”, recebemos dinheiro dos “apoderados”, para os touros serem “estoqueados”.
Do que o povo precisa é disto, Sr. Governador, destas lições de valentia e de coragem moral. Dêem-lhe touros de morte e autoridades democráticas, dêem-lhes um pouco de sangue, mesmo de boi, e ele regressará galhardo aos tempos heróicos das Conquistas, das Navegações e dos Descobrimentos.

Vª. Ex.ª, pela sua rica saúde, não vá supor que estou falando por ironia. Isto é a pura da verdade. Temos exemplos de casos bem recentes. Olhe Vª Exª o 19 de Outubro… Vª Exª ainda não tinha autorizado os touros-de-morte, mas só com o cheiro do que ia por Espanha, fez-se aí uma “faena”linda.
Vª Ex.ª lembra-se do homem que matou António Granjo? Era um clarim ou corneteiro da G.N.R. (nunca se apurou bem se era uma coisa ou outra, só se sabe que era da música), que ao sair do Arsenal com o sabre, que embebera no corpo desse politico, a pingar sangue, rugia – já o pinchei, já o pinchei!
Vê Vª Ex.ª! ... Termos técnicos. Linguagem tauromáquica.
Amanhã quando suceder o mesmo ao Sr. Dr. Domingos Pereira ou a Vª Ex.ª (longe vá o agouro!), outro clarim ou outro corneteiro – outra da música- rugirá – já o descabellei, já o descabellei, com felicidade! ...
Não empalideça Vª Exª., que diabo! Somos homens! E os homens são para as ocasiões! Mas é a lógica. Com ensaios como o que o Malta regeu, “eles”, que já têm queda para a música, organizam aí um orfeão de primeiríssima ordem.
E olhe Vª Ex.ª que eu não vejo isto pelo “lado do boi”, vejo pelo lado “deles”, cá pelo meu lado. Conheço -“os”; conhecemo-nos. Quem finge desconhecê -“los”, que não se queixe depois.
Afinal, eu estava a desconversar. Não se esqueça Vª Ex.ª mas é da Legião Vermelha, Legião de Honra, Cruz de Guerra ou Cruz de Cristo lá para o Malta. Bem merece, o rapaz.
Que em boa verdade, este pedido não devia partir de mim, pobre diabo sem influências… Estavam lá na tourada tantos senhores finos. Até estavam jovens Professoras de Universidade; jornalistas de sangue azul e sangue às riscas; asas gloriosas de aviadores; próximos futuros certos deputados, tudo gente de bem e que se rebolou com o espectáculo que o Malta deu mai-lo da Triana.
Eles é que deviam falar, eles é que deviam pedir. Vª Exª a eles atendia-os e com certeza não vai escutar esta
Voz que Clama no deserto/Jaime Brasil
A Batalha, Suplemento Semanal Ilustrado, nº 99, 19/10/1925

4.12.12

Não manchar a imagem dos Açores











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PORTUGUÊS

Caros/as amigos/as,
Pedimos a vossa ajuda no envio desta carta que pede a retirada de videos de touradas dos postos de turismo das ilhas dos Açores.


Agradecemos desde já!





Para: acoresturismo@mail.telepac.pt, info.turismo@azores.gov.pt



cc: presidencia@azores.gov.pt, srtt-Info@azores.gov.pt, pt.de.smg@azores.gov.pt, pt.f.smg@azores.gov.pt, pt.ae.smg@azores.gov.pt, pt.de.ter@azores.gov.pt, pt.ae.ter@azores.gov.pt, pt.fai@azores.gov.pt, pt.pic@azores.gov.pt, pt.sjo@azores.gov.pt, pt.gra@azores.gov.pt, pt.sma@azores.gov.pt, pt.flo@azores.gov.pt, dt.lis@azores.gov.pt, pt.por@azores.gov.pt, associacaoportasdomar@gmail.com, turismoacores@visitazores.com, info@artazores.com



Bcc: mcatacores@gmail.com





Exmo Senhor Diretor Regional do Turismo

c/c Secretário Regional do Turismo e Transportes, ao Presidente do Governo

Regional dos Açores e aos responsáveis pelas Delegações e Postos de  Turismo dos Açores



Temos conhecimento de que em vários estabelecimentos comerciais, sobretudo os especializados em produtos para turistas, são emitidos regularmente vídeos sobre touradas à corda.



Destes estabelecimentos é bom exemplo a Loja Açores situada nas Portas do Mar, em Ponta Delgada, onde é possível encontrar três grandes ecrãs a passar, simultaneamente, vídeos de “Marradas”, que conhecemos bem através da publicidade aos mesmos que é feita no Youtube (http://youtu.be/2h-WhhqFjv4).



Os mencionados vídeos, para além de transmitem imagens de violência contra os animais, mostram a brutalidade duma tradição que provoca sofrimento às pessoas que, participando são voluntariamente ou não, alvo de ferimentos, nalguns casos de elevada gravidade, ou que acabam por morrer, como já aconteceu este ano na Terceira e no Pico.





Como pessoa consciente e compassiva, venho manifestar a minha preocupação pelo facto da transmissão das referidas imagens constituírem um poderoso instrumento de deseducação para insensibilizar, habituar e até viciar crianças e adultos no abuso sobre animais, o que poderá induzir mais violência sobre animais e sobre pessoas.



Para além do referido, as imagens transmitidas constituem uma enorme vergonha para os Açores e poderão dissuadir o turismo de muitas pessoas provenientes de países onde este tipo de eventos é fortemente repudiado e até perseguido criminalmente



Temos conhecimento que a transmissão de marradas nos aeroportos, para além de já terem deixado horrorizados alguns turistas, tem causado perplexidade a algumas pessoas que têm visitado a Região, a convite de empresas ou do próprio governo regional, e embaraço aos seus acompanhantes.



Face ao exposto, venho solicitar a tomada de medidas no sentido de por fim à transmissão de vídeos de marradas e touradas em todos os locais onde os mesmos possam contribuir para a banalização do sofrimento de animais e pessoas e para manchar a imagem dos Açores junto de potenciais visitantes.





Atentamente,

(Nome)





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ESPAÑOL

Compañeros e Compañeras, les pedimos su ayuda en el envío de esta carta solicitando la eliminación de los vídeos de las corridas de toros en las oficinas de turismo de las islas Azores. 

Muchas gracias!







Para: acoresturismo@mail.telepac.pt, info.turismo@azores.gov.pt



cc: presidencia@azores.gov.pt, srtt-Info@azores.gov.pt, pt.de.smg@azores.gov.pt, pt.f.smg@azores.gov.pt, pt.ae.smg@azores.gov.pt, pt.de.ter@azores.gov.pt, pt.ae.ter@azores.gov.pt, pt.fai@azores.gov.pt, pt.pic@azores.gov.pt, pt.sjo@azores.gov.pt, pt.gra@azores.gov.pt, pt.sma@azores.gov.pt, pt.flo@azores.gov.pt, dt.lis@azores.gov.pt, pt.por@azores.gov.pt, associacaoportasdomar@gmail.com, turismoacores@visitazores.com, info@artazores.com



Bcc: mcatacores@gmail.com







Exmo. Sr. Director Regional de Turismo

c/c Secretario Regional de los Transportes e Turismo , Presidente del Gobierno Regional de

Azores, responsables por las Delegaciones y Puestos de Turismo de Azores







Tenemos conocimiento de que en varios establecimientos comerciales, concretamente los especializados en productos regionales para turistas, son emitidos regularmente videos de eventos tauromáquicos con toros ensogados.





De este tipo de establecimientos constituye un buen ejemplo la “Loja Açores” situada en las Puertas del Mar, en Ponta Delgada, donde se encuentran tres grandes pantallas que pasan simultáneamente videos de “embestidas y cornadas” que son bien conocidos por la publicidad existente de ellos en Youtube (http://youtu.be/2h-WhhqFjv4).



Los videos mencionados, además de trasmitir imágenes de violencia contra los animales, muestran la brutalidad de una tradición que provoca sufrimiento a las personas que, participando o no de forma voluntaria, son objeto de daños corporales, en algunos casos de elevada gravedad, y que en ocasiones acaban incluso por fallecer, como ya sucedió este año en las islas de Terceira y Pico.



Como persona consciente y compasiva, quiero manifestar mi preocupación por el hecho de que la trasmisión de estas imágenes constituye sin duda un poderoso instrumento de deseducación que lleva a insensibilizar, habituar y hasta viciar a niños y adultos en el abuso contra animales, lo que podrá inducir en el futuro más violencia sobre animales y sobre personas.





Además, las imágenes trasmitidas constituyen una enorme vergüenza para las Azores y podrán disuadir para el turismo a muchas personas provenientes de países donde este tipo de eventos es fuertemente repudiado y hasta perseguido criminalmente.



Tenemos constancia de que la transmisión de estas “embestidas y cornadas” en los aeropuertos, además de dejar horrorizados a algunos turistas, ha causado una gran perplejidad a algunas personas que visitan la región, invitadas por empresas o por el propio gobierno, y un gran embarazo a sus acompañantes.



Considerando todo lo expuesto, solicito que se tomen medidas para poner fin a la trasmisión de estos videos en todos los lugares donde puedan contribuir para la banalización del sufrimiento de animales y de personas y donde puedan contribuir para manchar la imagen de las Azores frente a potenciales visitantes.





Atentamente

(Nombre)





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FRANÇAIS

Chers camarades
Nous demandons votre aide en envoyant cette lettre demandant le retrait des vidéos de corridas de bureaux de tourisme des îles Açores.
Je vous remercie à l'avance!








Envoyer à: acoresturismo@mail.telepac.pt, info.turismo@azores.gov.pt



cc: presidencia@azores.gov.pt, srtt-Info@azores.gov.pt, pt.de.smg@azores.gov.pt, pt.f.smg@azores.gov.pt, pt.ae.smg@azores.gov.pt, pt.de.ter@azores.gov.pt, pt.ae.ter@azores.gov.pt, pt.fai@azores.gov.pt, pt.pic@azores.gov.pt, pt.sjo@azores.gov.pt, pt.gra@azores.gov.pt, pt.sma@azores.gov.pt, pt.flo@azores.gov.pt, dt.lis@azores.gov.pt, pt.por@azores.gov.pt, associacaoportasdomar@gmail.com, turismoacores@visitazores.com, info@artazores.com



Bcc: mcatacores@gmail.com





Monsieur le Directeur Régional au Tourisme

c/c au Secrétaire Régional de Transport e Tourisme, au Président de la Région des Açores et aux responsables des Délégations et Offices de Tourisme des Açores





Nous avons appris que dans plusieurs établissements commerciaux, spécialement dans ceux spécialisés en produits destinés aux touristes, des vidéos de corridas à la corde sont exhibés régulièrement au public.



Le magasin Açores, situé à Portas do Mar, à Ponta Delgada en est un exemple, où trois grands écrans donnent à voir simultanément des vidéos de marradas , bien connues par la publicité diffusée sur Youtube (http://youtu.be/2h-WhhqFjv4).



Les vidéos mentionnées, en plus de projeter des images de violence contre des animaux, montrent la brutalité d'une « tradition » qui provoque même de la souffrance aux personnes, participantes, volontaires ou non, puisqu'elles sont souvent blessées grièvement ou même tuées, comme cela a été le cas cette année à Terceira et à Pico.



En tant que citoyen doué de conscience et de compassion, je tiens à manifester mon indignation vis à vis la diffusion de ces images, lesquelles constituent un puissant outil anti-pédagogique, ayant pour effet la désensibilisation et la banalisation de la cruauté envers les animaux, tout en incitant à la violence non seulement contre les animaux mais aussi contre les personnes.



Par ailleurs, ces images sont honteuses pour les Açores, pouvant dissuader plutôt qu'attirer les touristes, lesquels dans leur grande majorité, sont originaires de pays où ces pratiques barbares sont condamnées par la population et interdites par la Loi.



C'est un fait avéré que la diffusion de marradas dans les aéroports, en plus d'étonner les touristes, choquent ceux qui visitent la région invités par les entreprises ou par le gouvernement régional lui-même.



Cela étant dit, je sollicite que des mesures soient prises pour qu'on mette fin à cet étalage de violence gratuite dans tous ces lieux où il contribue à la banalisation de la souffrance animale et des personnes et où il porte préjudice à l'image même des Açores.



Cordialement,

(nome)





---



ENGLISH

Dear Friends,
We ask your help in sending this letter requesting the removal of videos of bullfights of tourism offices of the Azores islands.
Thank you in advance! 






To: acoresturismo@mail.telepac.pt, info.turismo@azores.gov.pt



cc: presidencia@azores.gov.pt, srtt-Info@azores.gov.pt, pt.de.smg@azores.gov.pt, pt.f.smg@azores.gov.pt, pt.ae.smg@azores.gov.pt, pt.de.ter@azores.gov.pt, pt.ae.ter@azores.gov.pt, pt.fai@azores.gov.pt, pt.pic@azores.gov.pt, pt.sjo@azores.gov.pt, pt.gra@azores.gov.pt, pt.sma@azores.gov.pt, pt.flo@azores.gov.pt, dt.lis@azores.gov.pt, pt.por@azores.gov.pt, associacaoportasdomar@gmail.com, turismoacores@visitazores.com, info@artazores.com



Bcc: mcatacores@gmail.com









Mr. Regional Director for Tourism

c/c Regional Secretary of the Transportation and Tourism, the President of the Region of the Azores and leaders of delegations and the Azores Tourist



I have learned that in many commercial establishments, especially those specializing in products for tourists, videos of bullfighting are regularly exhibited to the public.



For example, the store Azores, located at Portas do Mar, Ponta Delgada contains three large screens that are used to show videos of marradas, which can be found on Youtube (http://youtu.be/2h-WhhqFjv4 )



The videos mentioned, in addition to projecting images of violence against animals, show the brutality of a "tradition" that causes suffering to both participants and observers who are often seriously injured or even killed, as was the case this year in Terceira and Pico.



As a citizen endowed with conscience and compassion, I wish to express my opposition towards the dissemination of these images, which have the effect of desensitizing and normalizing cruelty to animals, while inciting violence against both animals and people.



Moreover, these images are shameful for the Azores and deter tourists, the vast majority of whom are from countries where these barbaric practices are condemned by the public and prohibited by law.



In addition, the showing of marradas in airports shocks tourists who visit the region at the invitation of companies or by the regional government itself.



That being said, I ask that measures be taken to end this display of gratuitous violence in all those places where it contributes to the trivialization of the suffering of animals and people, and where it is detrimental to the image of Azores.



Sincerely,

(Name)




















29.11.12

Taking the face

ANIMAIS EM CIRCOS DESEDUCAM




A todas as pessoas singulares ou coletivas, solicita-se o envio do correio electrónico, abaixo dirigido à diretora regional da educação do Governo regional dos Açores.
Muito obrigado

Enviar para:
dref.info@azores.gov.pt

Cc: apacores@gmail.com, cantinhoanimaisacores@hotmail.com, acoresmelhores@gmail.com



Exmos Senhores,,

Através da comunicação social tomamos conhecimento de um anúncio onde se mencionava a exibição de um circo “dentro do ginásio de uma escola” na freguesia dos Ginetes, na ilha de São Miguel (Açores).

Confirmando o que o senso comum nos induz, na recente Declaração de Cambridge sobre a consciência, assinada por uma plêiade dos mais competentes cientistas, afirma-se que muitas espécies animais, incluindo os mamíferos e as aves, além de serem seres sencientes, são seres conscientes, muito à semelhança dos seres humanos.
A utilização de animais em espetáculos circenses é cada vez mais condenada pelas sociedades contemporâneas. A utilização de animais para entretenimento já não faz qualquer sentido nos tempos que correm. Existem muitas razões para esta tomada de posição, nomeadamente, as condições inadequadas de cativeiro a que os animais são submetidos, o uso de violência nos treinos e condicionamento dos animais, a privação de liberdade e de contacto com membros da sua espécie, entre outras.
Uma outra razão que conduz a este repúdio prende-se com o facto dos supostos objetivos educacionais, resultantes da exibição de animais em atividades circenses, junto das crianças e jovens, falharem por completo. Quando as crianças e jovens observam os animais a “atuarem” num circo não são levados a refletir sobre a importância da proteção das espécies selvagens em liberdade. Muito pelo contrário.
Os animais utilizados nos circos são submetidos a restrições físicas e sociais graves, na medida em que estão privados de viver no seu meio ambiente natural e de interação com outros animais da mesma espécie. Estes animais são coagidos a ter comportamentos muito distintos dos que habitualmente têm no seu meio ambiente natural, pelo que, nos circos com animais, as crianças e jovens assimilam e interiorizam que é normal e socialmente aceite privar os animais da sua liberdade apenas para o nosso divertimento.
Os animais não escolheram ser artistas de circo e não é desta forma que queremos que as nossas crianças e jovens os vejam.

Tendo tomado conhecimento que o Circo Família Cardinali exibe animais selvagens em escolas, e por todas as razões acima descritas, vimos, por este meio, manifestar a nossa desaprovação na utilização de animais em atividades circenses e, particularmente, na sua exibição em estabelecimentos escolares cuja população-alvo preferencial são crianças e jovens.

Cumprimentos

(Nome)

18.11.12

Contra os subsídios da UE para as touradas



A Fundação Franz Weber lançou uma "tweetcampaign” contra os subsídios
para as touradas provenientes da União Europeia.

É dever de todos os cidadãos preocupados com o futuro na nossa Terra
participar e divulgar a campanha.

Para o fazer pode utilizar o seguinte link: www.NoMoreFunds.org

12.11.12

MANIFESTO




Pelo fim da tauromaquia nos Açores



Desde o século XIX, muitas têm sido as vozes açorianas que se têm insurgido contra as práticas tauromáquicas, entre as quais se destacam: a escritora Alice Moderno, o médico Alfredo da Silva Sampaio, o militante social Adriano Botelho e o professor universitário Aurélio Quintanilha.

É cada vez maior o número de pessoas que entende a tauromaquia como uma expressão de insensibilidade e violência, que deseduca e anula o sentido crítico individual e coletivo.

Nos últimos anos, têm sido publicados estudos que reconhecem que crianças e adultos que assistem a práticas tauromáquicas tornam-se pessoas tendencialmente mais agressivas e violentas.

A ciência comprova que a tourada, como conjunto de práticas cruentas, é causadora de dor e sofrimento a mamíferos que, como os touros e os cavalos, têm um sistema nervoso muito parecido com o humano.

Estando as sociedades em constante evolução, a tradição não pode servir para legitimar ou justificar a continuação de práticas cruéis e violentas. Por esse motivo e pelo reconhecimento de que uma sociedade que se diverte perante o sofrimento alheio não é uma sociedade saudável, são cada vez mais os países, regiões e municípios por todo o mundo a proibir a prática da tauromaquia e outros espetáculos violentos com animais.

Nos Açores, tal como no resto do país, num contexto socioeconómico de dificuldades extremas para o cidadão comum, o estado continua a financiar a tauromaquia com milhões de euros do erário público, sem que isto tenha qualquer impacto no desenvolvimento da economia, beneficiando apenas um pequeno grupo de empresários tauromáquicos.

Para combater e contribuir para a alteração da situação atual, o Movimento Cívico Abolicionista da Tauromaquia dos Açores (MCATA) organiza-se como um coletivo informal de pessoas que apoia a total abolição de todas as práticas tauromáquicas e adota os seguintes princípios:

● Independência face a qualquer outro tipo de grupo social constituído, como partidos políticos, organismos oficiais, grupos económicos, crenças religiosas ou outros grupos de interesse;
● Sem fins lucrativos, todo o trabalho é estritamente voluntário;
● Sem quaisquer hierarquias, é privilegiada a discussão e o consenso como principal método de tomada de decisões.
● A não-violência, o respeito pelo outro e o diálogo estão na base de todas as iniciativas e intervenções.


O MCATA faz um apelo à união de todas as pessoas que lutam pela abolição da tauromaquia e defende a cooperação solidária com todas as organizações abolicionistas da região, e também ao nível nacional e internacional.

Por último, o MCATA compromete-se a lutar para que a Região Autónoma dos Açores acabe com qualquer apoio logístico e financeiro à tauromaquia e invista, antes de mais, nas necessidades básicas dos cidadãos, como a educação, a saúde, a habitação, a ação social, os transportes e na criação e fixação de postos de trabalho, considerando sempre como uma prioridade a conservação, defesa e respeito pelo ambiente, e pelo próximo, nos Açores.

Por uma região sem crueldade e sem violência, junta-te ao MCATA!

8.11.12

Um ano de touradas, um ano de sucesso




2012, ANO DE SUCESSO PARA A TAUROMAQUIA NOS AÇORES: PELO MENOS DOIS MORTES, UM NÚMERO DESCONHECIDO DE FERIDOS, MILHARES DE EUROS ESBANJADOS E A REVELAÇÃO DA INSENSATEZ E IGNORÂNCIA DE ALGUNS POLÍTICOS

Acabada a época tauromáquica, é tempo de fazer um balanço preliminar, necessariamente muito incompleto, pois o que é transmitido pela comunicação social aficionada ou pelos “especialistas” em tortura animal, mais ou menos suave, é apenas a parte mais “cor-de-rosa” da impropriamente denominada festa dos touros.

Esta época vai ficar marcada pelo desaparecimento de um jornal da Igreja Católica, A União, cujo diretor, o padre Marco Gomes, tomou partido pelo divertimento à custa do sofrimento dos touros e cavalos, tendo dado a voz aos adeptos das touradas, mesmo das mais cruéis e bárbaras, como as picadas e ignorado as associações que defendem os animais e que consideram anacrónicas as touradas ditas artísticas ou populares.

Este ano, também, vai ficar marcado pela continuação da integração nos programas das festas religiosas de algumas freguesias da aberração que é a da tortura animal, vulgo touradas, vacadas ou afins. Tal acontece numa altura em que as paróquias passam por dificuldades e a diocese anda de rastos, de tal modo que vai despedir trabalhadores do órgão de comunicação social referido e de que é proprietária.

Foi precisamente numa tourada integrada numa festa religiosa que na ilha do Pico, morreu (foi assassinado pela ignorância ou pela indústria tauromáquica) estupidamente uma pessoa. A propósito, para além daquela morte as touradas à corda também foram responsáveis pela morte de um homem, em São Bento, na Ilha Terceira, desconhecendo-se se houve mais alguma morte, pois mortes e feridos em touradas são mais do que segredo de estado.

Tal como não há isenção jornalística (nalguns casos, interesse) para divulgar o número de mortes e de feridos em touradas, o hospital de Santo Espírito da Terceira, também dá uma ajuda preciosa à falta de transparência, não divulgando qualquer informação, mesmo quando solicitado para o efeito.

Aproveitando a época de campanha eleitoral, a maioria dos políticos dos Açores, sem qualquer estatura moral para o exercício de qualquer cargo público ignorou o bárbaro “espetáculo” que podia ser cultural na era da escravatura humana mas que hoje é anacrónico ou, pior, pronunciou-se, revelando a sua ignorância ou a sua baixeza moral e ética.

Limitando-me aos três partidos mais votados, diria que não vale a pena gastar o teclado do computador para escrever muitas linhas sobre o líder do CDS-PP pois o mesmo, como um dos votantes a favor da legalização da sorte de varas, é um adepto confesso da tortura em grau mais elevado.

A líder do PSD foi uma surpresa desagradável para todos os simpatizantes do seu partido que acreditavam na sua compaixão para com os animais. Com efeito, numa declaração à RTP - Açores, a Drª Berta Cabral afirmou que aprendeu a gostar de touradas à corda, que não reconhece qualquer violência nessas touradas e foi mais longe ao dizer que a tourada à corda é uma brincadeira em que quem leva a melhor é o touro. Destas declarações posso concluir que a senhora ou não está bem informada ou virou fundamentalista. Com isto quero dizer que ela deve rejubilar sempre que uma pessoa vai para o cemitério ou quando alguém vai para ao hospital. Por outro lado, a ex-líder do PSD não sabe, ou finge não saber que, tal como os seres humanos, os touros têm a capacidade de sentirem sofrimento físico e psicológico e que na tourada à corda alguns touros também morrem, ficam feridos, ficam exaustos, sofrem susto e ansiedade.

Se Berta Cabral surpreendeu alguns, Carlos César foi uma revelação, pois para além do elogio à tourada à corda, não se cansou de dar loas ao quinto touro (o álcool associado à tourada). Assim, foi por demais infeliz e afrontosa para todos os açorianos que acham injustificado o sofrimento animal para divertimento de uns poucos, por mais pequeno que seja, a seguinte afirmação: “Um açoriano que se preze gosta de tourada à corda”. Um vómito!

Em termos de dinheiros públicos para a tauromaquia, em 2012, continuamos a não saber quanto dos nossos impostos continuou a ser usado para a alimentar a indústria da deseducação e do sofrimento animal.

Mas, uma coisa é certa, a hipócrita da União Europeia continuou a financiar as touradas, com o argumento de que não se pronuncia sobre as práticas “culturais” de um país quando é capaz de impor regras para o tamanho dos pepinos e os governos e as autarquias continuam a financiar, direta ou indiretamente, através do apoio às festas locais, as touradas. Mesmo assim, não andaremos longe da verdade se dissermos que o dinheiro dos nossos impostos que foi transferido para aos bolsos de alguns terá no mínimo sido superior a quatrocentos mil euros.

Manuel Oliveira

6 de Novembro de 2012

Boletim Terra Livre, nº 51, Novembro de 2012

Desaparecido


(Já foi encontrado)

5.11.12

Vacada na Lagoa



A todas as pessoas singulares ou coletivas, solicita-se o envio do e-mail, abaixo dirigido ao presidente da Câmara Municipal da Lagoa (São Miguel – Açores) a solicitar o não apoio e a não autorização da vacada que está marcada para o próximo dia 10 de Novembro.
Muito obrigado

Enviar para:
gabpres-cml@mail.telepac.pt , mcatacores@gmail.com, acoresmelhores@gmail.com

Ex. Senhor Presidente da Câmara Municipal da Lagoa,

Tomei conhecimento de que se irá realizar na Freguesia de Santa Cruz, no próximo dia 10 de Novembro, uma vacada e venho por este meio manifestar o meu total repúdio por tal acontecimento, uma vez que as vacadas, contribuem para insensibilizar, habituar e até viciar crianças e adultos no abuso cruel exercido sobre animais.
Sabemos que Vossa Exª, como pessoa culta, tolerante e defensora do bem-estar animal, irá rever a sua posição anterior de apoiar eventos desta natureza, convencendo os promotores, que já pediram autorização à autarquia, a desistir da realização do evento.
Como autarca respeitador da lei, que infelizmente não é a melhor em termos de proteção dos animais, estamos certos que V. Exª não permitirá que a vacada ocorra pois a realização da mesma em domínio público marítimo e na data referida é contrária à legislação (artigo 49.º do DLR n.º 37/2008/A, alterado pelo DLR n.º 13/2012/A), violando o regulamento respetivo a eventos como o referido.

Com os melhores cumprimentos
Nome

Homem morre em tourada à corda na Terceira

4.11.12

Publicidade Longe da Crueldade




Publicidade Longe da Crueldade – 3.ª Fase

Envie correio registado e, além de contribuir para o FIM da emissão televisiva de touradas, habilite-se a conseguir um donativo de 100 EUROS para uma organização da causa animal à sua escolha e/ou a ganhar, para si, LEMBRANÇA(S) SOLIDÁRIA(S) e, quem sabe, talvez ainda um FANTÁSTICO PRÉMIO FINAL!

1 . Como participar

1.1. Envie registada, com aviso de recepção, uma carta ou encomenda criativa (ex.: cartão com slogan, embalagem de produto caracterizada, vídeo, foto, etc.) em que fique claro o seu repúdio pela emissão televisiva de espetáculos tauromáquicos e respectivos apoios, bem como o seu desejo de que deixem de existir, para um dos seguintes destinatários à sua escolha:
- RTP;
- TVI;
- Um anunciante TV, selecionado por si, entre os que constam desta “Listagem de Endereços” (onde se encontram igualmente os endereços da RTP e TVI).

1.2. Coloque uma cópia da carta ou foto do material criativo enviado, e outra do aviso de recepção (sem os seus dados pessoais e morada à vista) aqui: Página MAT Facebook 2. Se preferir pode optar por enviar para marinhenses.antitouradas@gmail.com. Nesse momento, indique qual a organização portuguesa da causa animal, inscrita nas finanças e sem quaisquer ligações à industria tauromáquica, que gostaria de ajudar através de um donativo efectuado por nós, nos termos no ponto 4 abaixo.

2. Votação

No dia 25 de Novembro, criaremos na Página MAT Facebook principal um álbum com todos os materiais que nos chegarem até essa data por uma das vias indicadas no ponto 1.2. acima, e, nesse mesmo dia, nesta mesma página (Página MAT Facebook principal), dar-se-á início à votação, que decorrerá até 9 de Dezembro. Cada “gosto” nas cartas/fotos que publicarmos, corresponderá a um voto.

3. Quem pode participar

Qualquer pessoa singular, independentemente da sua nacionalidade e residência e de ter ou não ligações a organizações da causa animal, pode e deve participar.

4. Donativo Organização, Rifas e Lembranças Solidárias

As 10 publicações que obtiverem maior número de votos serão as mais vencedoras. O participante correspondente a cada uma delas, por ordem de maior número de votos, terá direito a:

1.ª - Fazer com que a organização portuguesa da causa animal, inscrita nas finanças e sem qualquer ligação à indústria tauromáquica, por si previamente indicada, receba um donativo, efectuado por nós, no valor de 100,00€. E ainda, para o autor da carta/material: Rifa Patudos Felizes número 460 que o/a deixa habilitado/a a ganhar uma máquina de Lavar/Secar; um Burro de Trapos Burricadas; e uma Pulseira União Zoófila.

2.ª - Rifa Patudos Felizes número 461 que o/a deixa habilitado/a a ganhar uma máquina de Lavar/Secar, um Burro de Trapos Burricadas, e uma Pulseira União Zoófila.

3.ª - Rifa Patudos Felizes número 462 que o/a deixa habilitado/a a ganhar uma máquina de Lavar/Secar, um Porta-chaves Burro de Trapos Burricadas, e uma Pulseira União Zoófila.

4.ª a 10ª - Rifa Patudos Felizes número 463 (4.ª), 464 (5.ª), 465 (6.ª), 466 (7.ª), 467 (8.ª), 468 (9.ª), 469 (10.ª), que o/a deixa habilitado/a a ganhar uma máquina de Lavar/Secar; e uma Pulseira União Zoófila.

5 – Entrega do Donativo e das Lembranças Solidárias, e Transferência das Rifas

Entre os dias 10 e 15 de Dezembro:

5.1. Entraremos em contacto com a organização a quem for destinado o donativo e nas 24 horas seguintes à obtenção do NIB efetuaremos uma Transferência Bancária de 100,00€ diretamente para essa organização;

5.2. Facultaremos à Associação Patudos Felizes os nomes dos contemplados com as rifas – pagas por nós -, passando o processo a desenrolar-se como se as rifas tivessem sido adquiridas à Patudos Felizes diretamente por aqueles/as para quem as vamos transferir;

5.3. Enviaremos, via CTT, aos/às contemplados/as, as restantes lembranças – que resultam de donativos efectuados por nós à Associação para a Preservação do Burro - Burricadas e à União Zoófila -, com todas as despesas (incluindo portes de envio) a nosso cargo.

6. Notas finais:
6.1. Esta ação é da exclusiva responsabilidade de Marinhenses Anti-touradas;
6.2. O conteúdo das cartas e encomendas é da exclusiva responsabilidade dos participantes;
6.3. Reservamo-nos no direito de não publicar para votação cartas/fotos de encomendas que não se coadunem com os objectivos desta ação, não cumpram todos os requisitos acima indicados, ou contenham linguagem ou materiais pouco apropriados;
6.4. Cada pessoa pode participar com o número de cartas/encomendas que entender, enviadas para tantos destinatários quantos entender, e todas as que nos chegarem conforme indicado em 1.2. serão publicadas para votação (sem prejuízo do disposto em 6.3.).
6.5. Uma mesma pessoa poderá acumular, no máximo, as ofertas correspondentes a duas posições, entre as 10 que serão contempladas;
6.6. Poderá ser exigido a quem vier a ter direito às lembranças que nos envie, via correio normal, o original do aviso de recepção mencionado em 1.1.;
6.7. No caso do sorteio da máquina de lavar decorrer em data anterior a 9 de Dezembro (o que é muito pouco provável), já não fará sentido transferir as rifas para os nomes daqueles/as a quem elas calharem por via desta nossa iniciativa. Ainda assim, na eventualidade de o número sorteado corresponder a algum dos números que temos reservados e que foram acima referidos, o eletrodoméstico não deixará de ser entregue à pessoa a quem a rifa com essa número vier a calhar.
6.8. A presente iniciativa dos Marinhenses Anti-touradas, inserida na Campanha “Publicidade Longe da Crueldade – 2012”, não é nem pretende ser um passatempo ou concurso. As lembranças e rifas a distribuir não são mais do que um pequeno incentivo extra à participação das pessoas que não concordam com a transmissão televisiva de touradas, sendo que, quer essas lembranças e rifas, quer o donativo dos 100 euros a uma organização da causa animal, visam lembrar que as entidades sem fins lucrativos desta causa precisam muito de donativos;
6.9. Em qualquer eventual conflito que surja, somos competentes, com exclusão de quaisquer outros, para decidir o que nos parecer mais adequado.

2.11.12

Amanhã, desligue a RTP- Açores



O Movimento Cívico Abolicionista da tauromaquia nos Açores enviou hoje, dia 2 de Novembro, um pedido de esclarecimento à RTP-Açores, acerca dos critérios para incluir na sua programação do próximo sábado uma tourada às 15h.


Apelamos à participação de todos/as, enviando o texto abaixo.

Obrigad@!
http://iniciativa-de-cidadaos.blogspot.pt/


- - - - -

Para: rtpa@rtp.pt, telejornal.acores@rtp.pt, info.acores@programas.rdp.pt,


Ex.mos/as Senhores/as
Diretor e Programadores/as da RTP-Açores,

Foi com alguma surpresa que tomamos conhecimento de que a RTP Açores tem agendada a transmissão de uma tourada no próximo sábado, dia 3 de Novembro, pelas 15 horas.

De acordo com a liberdade de programação que cabe aos operadores de televisão, prevista no art. 26º, da lei nº 27/2007, de 30 de Julho (Lei da Televisão), surpreende-nos que a RTP-Açores, serviço público de televisão, ignore o seu necessário espírito crítico e aceite promover uma prática repudiada, por todas as pessoas de bom senso e sensíveis ao sofrimento, pelo seu carácter violento com animais e pessoas. Se dúvidas houvesse disto, basta termos em atenção que só neste ano já morreu um touro e duas pessoas, uma na Terceira e outra no Pico, nas touradas à corda.

Espera-se que A RTP-AÇORES, ao prestar um serviço inquestionável à população dos Açores, tenha bem presente uma preocupação social ao não promover a violência em horário acessível a todas as pessoas e idades, e especialmente às crianças.

Considerando que a função de qualquer órgão de comunicação social é o de, para além de informar com isenção, promover o saber, fomentar a educação e nunca estimular maus costumes, sejam ou não tradicionais (como o alcoolismo ou a violência doméstica), ou fazer perpetuar tradições anacrónicas como as touradas que, banalizando a violência, levam à apatia e à insensibilidade perante o sofrimento alheio;

Considerando que a RTP-A tem um importante papel pedagógico na partilha de informação e conhecimento entre a população açoriana, que contribua para o seu desenvolvimento social e cultural;

Considerando que inúmeros estudos aprovados pela comunidade científica reconhecem que as crianças que são expostas a comportamentos de violência e agressividade, contra pessoas ou animais, são potenciais futuros agressores;

Considerando que a RTPA, como serviço publico, tem inquestionavelmente uma responsabilidade para com a sociedade;

Gostaríamos de ser esclarecidos/as sobre os critérios de inclusão na programação do canal público de televisão de programas profundamente deseducativose que não contribuem em nada para o desenvolvimento ético e para bem-estar de todos os que vivem nos Açores.

Aguardamos a vossa resposta.


Com os nossos sinceros cumprimentos,
[Nome]

Participe


20.10.12

Manuel António Pina e as touradas

Faleceu ontem Manuel António Pina. Deixamos aqui um texto da sua autoria.




Viva a morte!
"Viva la muerte"

(Por Manuel António Pina. In JORNAL DE NOTÍCIAS, 23 de Fevereiro de 2010)

Só nos faltava esta: uma ministra da Cultura para quem divertir-se com o sofrimento e morte de animais é... cultura. Anote-se o seu nome, porque ele ficará nos anais das costas largas que a "cultura" tinha no século XXI em Portugal: Gabriela Canavilhas. É esse o nome que assina o ominoso despacho publicado ontem no DR criando uma "Secção de Tauromaquia" no Conselho Nacional de Cultura. Ninguém se espante se, a seguir, vier uma "Secção de Lutas de Cães" ou mesmo, quem sabe?, uma de "Mutilação Genital Feminina", outras respeitáveis tradições culturais que, como a tauromaquia, há que "dignificar".

O património arquitectónico cai aos bocados? A ministra foi ali ao lado "dignificar" as touradas. O património arqueológico degrada-se? Chove nos museus, não há pessoal, visitantes ainda menos? O teatro, o cinema, a dança, morrem à míngua? Os jovens não lêem? As artes estiolam? A ministra foi aos touros e grita "olés" e pede orelhas e sangue no Campo Pequeno. Diz-se que Canavilhas toca piano. Provavelmente também fala Francês. E houve quem tenha julgado que isso basta para se ser ministro da Cultura...

10.10.12

Um documentário bestial

O realizador Nuno Costa, o etólogo Manuel dos Santos, o psicólogo Vítor Rodrigues, a especialista em Património Margarida Ruas e o investigador de História e Cultura Pedro Teixeira da Mota em diálogo, após a ante-estreia do documentário, sobre o touro, as touradas, aficionados e não aficionados, violência e amor, e quais as melhores e mais evolutivas soluções.

1ª parte
http://www.youtube.com/watch?v=0BJbNWzahr0&feature=share&list=UL0BJbNWzahr0

2ª parte
http://www.youtube.com/watch?v=xwHO4fCWiEo&feature=share&list=ULxwHO4fCWiEo

3ª parte
http://www.youtube.com/watch?v=eyAPtndlvGI&feature=share&list=ULeyAPtndlvGI

4ª parte
http://www.youtube.com/watch?v=mmHOX4obHN8&feature=share&list=ULmmHOX4obHN8



Breve reflexão sobre a tauromaquia, a propósito de “Um Documentário Bestial” de Nuno Costa,



A tauromaquia, o combate do homem contra o touro, tem a sua origem na ritualização de intemporais mitos dualistas acerca do combate originário entre a luz e as trevas, o bem e o mal, o puro e o impuro, para que o cosmos vença o caos e a ordem predomine sobre a desordem. Estes mitos dualistas acerca do combate entre a luz e as trevas, o homem e o animal, expressam na verdade o sentimento humano, presente em todos nós, de uma divisão e um combate interno, entre a luz da consciência, da razão e da ética e as trevas da irracionalidade, dos instintos mais básicos e das emoções destrutivas.

Num ciclo de civilização antropocêntrica como o nosso, o homem foi identificado com a polaridade positiva e o animal com a negativa, sendo muitas vezes convertido num bode expiatório da violência, do mal-estar psicológico-existencial e dos conflitos e tensões resultantes da repressão dos mais irracionais impulsos e instintos humanos em prol da vida em sociedade. Projectar a necessidade de luta e triunfo da luz sobre as trevas interiores, do melhor sobre o pior de nós, num combate exterior com um animal, como se humilhá-lo, torturá-lo e vencê-lo, pela dor e pela morte na arena ou no matadouro, tornasse alguém melhor, é uma manifestação grosseira de ignorância e do esquecimento da dimensão simbólica e psicológica daqueles mitos arcaicos.

A esta luz, e num tempo onde o homem já não necessita sequer de se treinar para a guerra lutando contra animais, a tauromaquia revela-se um espectáculo de pura agressão bárbara e gratuita contra um ser senciente e pacífico, forçado a sofrer terrivelmente num confronto que não deseja. Na tauromaquia há uma dissimulação do mal da violência e do sofrimento, anestesiando-se a natural tendência do homem, presente já nos mamíferos e em inúmeros outros animais não-humanos, para a empatia e para se colocar no lugar do outro: em primeiro lugar, pela convicção ignorante, entranhada desde há milénios no subconsciente humano, de que o homem é o “bom” e o animal o “mau”; em segundo lugar, pela estética do espectáculo, com as luzes, as cores (incluindo o vermelho vivo do sangue), a música, as vestes e os movimentos rituais que prendem a atenção, excitam os sentidos e adormecem a consciência crítica; em terceiro lugar, pelo êxtase emocional de uma multidão a vibrar em uníssono, onde as pessoas esquecem o mal-estar psicológico-existencial, os problemas da vida e as razões da consciência nesses momentos fugazes de gratificante diluição numa festa social que proporciona a alegria da reunião de parentes e amigos, bem como da comunhão da comida e da bebida.

Para além daqueles que fazem da tauromaquia o seu modo de vida e estão directamente ligados aos interesses económicos da indústria tauromáquica, a maioria dos aficionados vê apenas nas corridas de touros a estética do espectáculo e o convívio social, que lhes confere um sentimento de identidade e de participação comunitária numa era de globalização e de fragmentação das relações humanas. É por isso que ganadeiros, cavaleiros, toureiros, forcados e aficionados não vêem nas corridas de touros senão isso e quase nunca o evidente sofrimento do animal, seja o cavalo ou o touro. Há um obscurecimento da percepção, que só vê o que está tradicionalmente programada, pelo meio familiar e pela pressão social, para ver, sendo cega para a presença do animal como um ser vivo e senciente, com interesses próprios que não permitem reduzi-lo a mero objecto e instrumento do prazer humano.

Mas o sofrimento dos animais, capazes como nós de sentir a dor e o prazer psicofisiológicos, é o que acima de tudo vêem os que lutam pela abolição da tauromaquia, pois esse sofrimento e a brutal transgressão da regra de ouro de toda a ética – o não fazer ao outro o que não desejamos que nos façam a nós – surgem em toda a sua injustificada e brutal nudez quando despidos dos véus da mítica superioridade humana, da tradição cultural, da beleza estética e da festa social. A tortura, a violação e o assassínio serão sempre tortura, violação e assassínio, e como tal inaceitáveis, por mais que nalgum lugar do mundo se convertam numa tradição cultural apreciada por alguns e numa festa social encenada com requintes estéticos de luz, cor, som e movimento.

A consideração dos interesses dos animais como um critério ético objectivo e inultrapassável é o que impede de reduzir a questão da legitimidade da tauromaquia a uma questão de liberdade de opção e de gosto humano, em que seria igualmente aceitável gostar ou não, como em geral argumentam os aficionados. Esta é decerto uma perspectiva nova e desafiante, para quem foi educado e pressionado familiar e socialmente para ver os animais como existindo naturalmente para satisfazer todos os desejos humanos, mas com o devido tempo e abertura todo o aficionado pode chegar no mínimo a compreendê-la, tornando possível um diálogo hoje difícil. Acredito inclusivamente, com esta compreensão, e por virtude da inteligência e sensibilidade presentes em todos os homens, não ser impossível que, como já tem acontecido, alguns aficionados de hoje se convertam nos abolicionistas de amanhã.

Todavia, a abolição da tauromaquia, que lenta mas firmemente se desenha no horizonte da civilização, apenas exige o fim da presença dos animais, touros e cavalos, no espectáculo, e não o do próprio espectáculo. Tal como os touros bravos e os montados podem sobreviver ao fim da tauromaquia, convertendo-se em santuários da vida selvagem, reservas ecológicas e pólos de atracção turística, criando novos empregos, também o actual espectáculo, sem animais, se pode converter numa encenação não-violenta, mantendo toda a sua estética tradicional, enquanto expressão de uma dada identidade cultural, a exemplo do que aconteceu com muitas práticas semelhantes em todo o mundo, que hoje são apreciadas como artes lúdicas livres de dor, sangue e morte, como as antigas artes marciais do sabre japonês, o kendo, e da capoeira afro-brasileira. Livre de animais, o actual espectáculo continuará a ser uma festa e um foco de convívio e coesão social, mas deixará de ser a festa da violência e da dor que actualmente lesa os animais e indigna e envergonha a nossa consciência, ferindo o mais fundo da nossa sensibilidade humana à dor do outro, à aflição do próximo, humano ou não-humano.

Na impossibilidade de estar pessoalmente presente na ante-estreia deste filme onde tive a honra de participar, quero expressar os mais sinceros parabéns ao Nuno Costa e a toda a equipa que produziu este Documentário Bestial, que é também "bestial" pelo inestimável serviço público de, num país onde o Estado se demite desta tarefa, contribuir para uma reflexão aprofundada e alargada sobre questões onde se joga o sentido mais fundo da nossa humanidade e da nossa evolução social e cultural. Quero também aproveitar esta oportunidade para apelar a que todos continuemos a assinar e divulgar - com a intenção de proteger animais e homens, bem como de fazer avançar a civilização - a petição pela abolição das touradas e de todos os espectáculos com touros, da qual sou o primeiro subscritor e que já excedeu as 50 000 assinaturas: http://peticaopublica.com/PeticaoVer.aspx?pi=010BASTA

Bem hajam!
Paulo Borges, Presidente da Direcção Nacional do PAN

9.10.12

Homem morre em Tourada à corda




Confirma-se a morte de um homem numa tourada à corda realizada no Pico no passado fim de semana.

A ida para o Hospital da Horta foi infrutífera.

Mais uma morte estúpida, numa prática que não tem razão de existir no século XXI.

8.10.12

Um morto e dois feridos em tourada no Pico, em 2006



Um morto e dois feridos em tourada no Pico

Um homem com cerca de 70 anos não resistiu aos ferimentos provocados por um touro

Actualizado em 2 de Julho 2006, às 19:14

Um homem morreu e dois ficaram feridos sábado à tarde, no Pico, durante uma tourada à corda, disse hoje à Agência Lusa o director da Unidade de Saúde daquela ilha.

Segundo Ivo Soares, o homem aparentando cerca de 70 anos deu entrada ao final da tarde de sábado no Centro de Saúde das Lajes com 'ferimentos múltiplos graves', vindo a falecer depois.

O responsável disse ainda que o idoso terá sido colhido pelo touro e projectado para a orla marítima.

Adiantou que um jovem também recebeu tratamento hospitalar, por 'apresentar ferimentos ligeiros, mas já teve alta'.

'Um outro ferido, com cerca de 67 anos, encontra-se internado, em vigil ância, uma vez que apresenta uma fractura da bacia', disse o director da Unidade de Saúde da ilha do Pico.

Fonte: http://www.dnoticias.pt/actualidade/madeira/157045-um-morto-e-dois-feridos-em-tourada-no-pico

7.10.12

A Tourada à corda pode ser Património Imaterial da Unesco?



(Veja o vídeo e tire as suas conclusões)


O Jurista Arnaldo Ourique responde ao Diário Insular

Escreveu recentemente um texto sobre a necessidade de se instituir a Tourada à Corda como Património da Humanidade. Como é que a ideia nasceu?

Para a feitura do meu recente livro Taurinidade Açoriana tive de fazer vários inquéritos a variadíssimas pessoas e juntei ao meu conhecimento anterior, sobretudo jurídico, um vasto leque de saberes desta área. Foi daqui que nasceu a ideia. Já tinha percebido pela análise da legislação que faço no dia-a-dia como investigador da Constituição Autonómica, que as artes taurinas estão em perigo porque o legislador regional é fraco e precário a fazer leis. Mas juntando a esse saber o conhecimento específico de todos quantos fazem uma parte técnica da taurinidade açoriana apercebi-me que era necessário chamar a atenção para esta problemática. Quando eu digo que a lei, por exemplo, altera o conceito de toiro de praça, isto nada diz às pessoas; parece assunto sem importância, mas não se apercebe da dimensão: foram proibidos de correr nas praças açorianas os toiros da Ilha Terceira. Daí, pois, a necessidade de sublinhar a necessidade para uma declaração da Unesco de modo a salvaguardar a nossa cultura. Agora sim, todos reparam nisto.
Qua reações teve quanto a esta ideia?

As melhores. Primeiro, tal texto está sendo traduzido para o inglês e o russo para oferecer ao turismo. Segundo, algumas pessoas dizem-me que é uma excelente ideia porque a taurinidade açoriana é um caso sério da cultura açoriana. E adentro dum círculo de pessoas desta área existe uma forte esperança de que pelo menos alguém olha para este tipo de assunto.
Quais os principais entraves para que a Tourada à Corda da Ilha Terceira seja declarada, ou pelo menos estudada no sentido de ser declarada Património da Humanidade?

Como é evidente não é, em rigor, a Unesco que faz esse trabalho. São os órgãos representativos do povo e esse povo que se organiza e prepara esse tipo de projeto. O maior entrave, pois, são as pessoas. Para já existe o choque da ideia. Mas estamos esperançados que depois disso virá finalmente o interesse genuíno; considero estranho que esta ideia nunca tivesse sido projetada.
Diário Insular, 02/10/2012

6.10.12

Tourada: património imaterial da Unesco?




A indústria tauromáquica, baseia-se na Convenção para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial da UNESCO para candidatar a tauromaquia a Património Cultural Imaterial da Humanidade.

Corresponde tal desejo ou sonho a uma possiblidade?

Vejamos o que diz a dita Convenção:

“Art.2º

1. Entende-se por “património cultural imaterial” as práticas, representações, expressões, conhecimentos e aptidões – bem como os instrumentos, objectos, artefactos e espaços culturais que lhes estão associados – que as comunidades, os grupos e, sendo o caso, os indivíduos reconheçam como fazendo parte integrante do seu património cultural. Esse património cultural imaterial, transmitido de geração em geração, é constantemente recriado pelas comunidades e grupos em função do seu meio, da sua interacção com a natureza e da sua história, incutindo-lhes um sentimento de identidade e de continuidade, contribuindo, desse modo, para a promoção do respeito pela diversidade cultural e pela criatividade humana. Para os efeitos da presente Convenção, tomar-se-á em consideração apenas o património cultural imaterial que seja compatível com os instrumentos internacionais existentes em matéria de direitos do homem, bem como com as exigências de respeito mútuo entre comunidades, grupos e indivíduos e de desenvolvimento sustentável”.

Analisando o artigo em questão, imediatamente dois problemas se levantam:

1º A tauromaquia não é compatível com os instrumentos internacionais de direitos humanos existentes. A tauromaquia de per si, não é um direito humano.

2º A tauromaquia não se integra no imperativo de respeito mútuo entre comunidades, grupos e indivíduos, bem pelo contrário, a tauromaquia divide comunidades, grupos e indivíduos.

No ponto dois do artigo segundo da Convenção, é referido que se entende por património cultural imaterial as artes do espectáculo, os usos sociais, rituais e os actos festivos.

Se bem que as touradas sejam consideradas espectáculos, nos países onde ainda são permitidas e considerando que esses países as catalogam com culturais, existe uma grande diferença entre o que é considerado pelas convenções internacionais entre o direito à cultura e a suposta cultura tauromáquica. Em direito, há que analisar o espírito do legislador, e obviamente que nesse espírito nunca esteve em causa considerar a tauromaquia como cultura. O que o legislador refere nessas convenções internacionais no que à cultura respeita como direito humano, é essencialmente o direito à educação. Essa é a definição de cultura como direito humano.

Assim sendo, a tauromaquia não está incluída nos tratados internacionais como um direito à cultura. Por outro lado, a tauromaquia é uma das actividades, senão mesmo a única, que consegue dividir e de que maneira comunidades inteiras, grupos e indivíduos.

Somente a título de exemplo, sempre que um jornal publica uma noticía sobre tauromaquia, não só os comentários são às centenas, como a maioria é contra essa prática.

Certas terrinhas deste país e dos outros, podem ter declararado a tauromaquia como património cultural imaterial, mas conseguir que a mesma seja declarada como tal pela Convenção da UNESCO, é uma questão totalmente diferente.

Se a UNESCO o fizesse violaria os termos da Convenção que criou.

Portanto, senhores autarcas as vossas declarações valem o que valem ou seja ZERO. Mas num país onde à viva força nos querem impingir touradas, quem tem olho acha que é rei e estes autarcas pensam que são os suprasumos da genialidade e para isso contam com a conivência dos partidos que os elegeram.

Mas ainda mais grave do que declarar a tauromaquia como património cultural imaterial destes lugarejos, é o facto que isso implica a sua promoção e consequentemente isso implica gastar o dinheiro dos contribuintes nessa aberração. Para um país que já não está de tanga mas sim nu, isto não é uma obscenidade, é um crime.

Prótouro
Pelos touros em liberdade

Fonte: http://protouro.wordpress.com/2012/10/06/tauromaquia-aceite-pela-unesco-sonhar-ainda-nao-paga-imposto/

3.10.12

Pelos animais


No Dia do Animal por uma nova política para os animais de companhia

Há um século foram fundadas as primeiras associações de proteção dos animais dos Açores que tinham como preocupação principal combater o abandono e os maus tratos de que eram alvo os animais de companhia e lutar por melhores condições de existência para os animais de tiro, nomeadamente cavalos, bois e burros, que eram vítimas de maus tratos, trabalhavam mesmo doentes e em muitos casos eram mal alimentados.

Desde então até hoje, muitos açorianos se têm dedicado à causa da proteção dos animais, sendo incompreensível como 34 anos depois de aprovada a Declaração Universal dos Direitos dos Animais, na nossa região, como um pouco por todo o mundo, o flagelo do abandono e dos maus tratos aos animais de companhia não tenha sido erradicado.

Hoje, 4 de Outubro de 2012, um conjunto de associações e coletivos dos Açores, consciente da crescente preocupação da sociedade face à proteção dos direitos dos animais, vem manifestar a sua concordância e apoio à petição “Por uma nova política para os animais de companhia” (*), que já conta com mais de 1000 (mil) subscritores.

Assim, considerando também que a presença de animais de companhia no seio das famílias, desde que estas tenham condições para os ter, contribui para a melhoria da qualidade de vida das pessoas e pode constituir um precioso instrumento de educação das crianças, vimos apelar para que seja:

- Criada, pela Assembleia Legislativa Regional, legislação que promova uma política responsável para os animais de companhia, de forma a evitar o contínuo abate de animais abandonados nos canis municipais e baseada, por um lado, na esterilização dos animais errantes, como método mais eficaz do controlo das populações, e, por outro lado, na adoção responsável dos animais abandonados;

- Criados acordos com as associações de proteção dos animais dos Açores devidamente legalizadas para a implementação a nível local das políticas de defesa dos animais;

- Respeitada a memória de Alice Moderno, transformando o atual Hospital Veterinário Alice Moderno, em São Miguel, em hospital público, onde os animais temporariamente a cargo de associações de proteção ou de detentores com dificuldade ou incapacidade económica possam ter acesso a tratamentos, incluindo a esterilização, a preços simbólicos. Nas restantes ilhas, a função e propósitos do Hospital Alice Moderno deveria ficar a cargo de um Centro de Recolha Oficial.

(*) http://www.peticaopublica.com/?pi=P2012N28493

Açores, 4 de Outubro de 2012

(Nome das Associações por ordem alfabética)
Amigos dos Açores – Associação Ecológica
Amigos do Calhau – Associação Ecológica
Associação Açoreana de Proteção dos Animais
Associação Cantinho dos Animais dos Açores
Associação dos Amigos dos Animais da Ilha Graciosa
Associação Faialense dos Amigos dos Animais
CADEP-CN - Clube dos Amigos e Defensores do Património-Cultural e Natural de Santa Maria
CAES – Coletivo Açoriano de Ecologia Social
MCATA – Movimento Cívico Abolicionista da Tauromaquia dos Açores

2.10.12

Alice Moderno e Maria Evelina Sousa e a Proteção dos Animais


Rua Pedro Homem, 15, r/c - local onde funcionou a primeira sede da SMPA

O dia de amanhã, 4 de Outubro, desde 1930, é dedicado, por vários países do mundo, aos animais. Neste dia, são homenageados os nossos amigos animais que, infelizmente, continuam, ainda hoje, a ser desrespeitados por muitos humanos.

Neste texto, uma vez mais, vamos recordar duas pessoas que dedicaram a sua vida à proteção dos animais, Alice Moderno e Maria Evangelina de Sousa.

Alice Moderno, francesa por nascimento, nasceu a 11 de Agosto de 1868 e açoriana pelo coração, faleceu, em Ponta Delgada, a 20 de Fevereiro de 1946. A primeira estudante a frequentar o Liceu de Ponta Delgada perdurará para sempre na memória de todos os que, nos Açores, têm compaixão para com os animais, a quem ela, tal como São Francisco de Assis, designava por “nossos irmãos inferiores”.

Toda a vida de Alice Moderno foi dedicada à procura de melhores de condições de vida para os animais, nomeadamente os de tiro, como cavalos, bois, mulas e burros que transportavam pesadas cargas, por vezes insuportáveis para as suas forças, em muitos casos doentes e famintos, sendo alvo de pancadaria sempre que as suas forças faltavam ou tinham o azar de escorregar em caminhos mais íngremes. Os animais de companhia, nomeadamente os cães que abandonados e depois de recolhidos pelas carroças municipais eram envenenados pelos serviços camarários ou que não sendo apanhados pelas sinistras carroças vagueavam pelas ruas, incluindo as de Ponta Delgada, eram envenenados com doses de estricnina, também, não foram por ela esquecidos.

O labor de Alice Moderno em defesa dos animais não se limitou à escrita, quer nos jornais que criou, como “A Folha”, quer noutros jornais dos Açores onde colaborou, como o Correio dos Açores, onde durante muito tempo manteve a seção “Notas Zoófilas”. Com efeito, para além de ter sido uma das fundadoras da SMPA - Sociedade Micaelense Protetora dos Animais, em 1911, foi sua presidente entre 1914 e 1946, data do seu falecimento.

Mas, a sua preocupação e amor pelos animais era tanta que vinte dias antes de morrer mandou redigir o seu testamento, onde deixou à Junta Geral do Distrito de Ponta Delgada alguns dos seus bens com vista à criação de um hospital veterinário o qual, segundo o Diário dos Açores de 11 de Agosto de 1967, “à parte a dedicação dos técnicos “, não correspondia à importância do património legado. O mesmo jornal sugeria, na altura, que o mesmo fosse valorizado com vista “a honrar, com inteira justiça, a memória da sua instituidora”.

Na criação da SMPA outra mulher teve um papel de destaque. Com efeito, foi a professora do primeiro ciclo, Maria Evelina de Sousa, diretora da “Revista Pedagógica” quem, com base noutros estatutos, redigiu os da SMPA os quais foram aprovados com pequeníssimas alterações. Evelina de Sousa que também divulgou a causa animal na “Revista Pedagógica” foi colaboradora de Alice Moderno, ao longo da sua vida, tendo sido, também, membro da direção daquela associação.

Hoje, passadas mais de seis décadas do falecimento tanto de Alice Moderno como de Maria Evelina de Sousa, já não se vêm as barbaridades de então, sobretudo porque o progresso fez com que os animais de tiro fossem substituídos por veículos a motor, mas o abandono de animais de companhia não para de crescer como não para de crescer o número dos que são abatidos nos canis. De igual modo é quase diária a chegada de notícias de maus tratos aos animais de companhia um pouco por todo o lado e os animais de tiro que ainda existem nas freguesias rurais continuam a ser tratados como pedras de calçada.

Face ao exposto, para honrarmos a memória das duas pioneiras referidas e de todas as outras pessoas que ao longo dos anos têm dedicado as suas vidas a tentar mudar mentalidades, é fundamental exigir novas políticas públicas para o tratamento dos animais que acabem de uma vez por todas com a que é seguida até hoje e que é a do abate para combater o abandono e a sobrelotação dos canis.

Hoje, numa região que se diz civilizada, é necessário, a par da exigência de uma vida digna para todos os seres humanos, a reivindicação de melhores condições para os animais que connosco partilham a vida na Terra.

É este apelo que fazemos a todas as pessoas de boa vontade e a todas as associações de proteção dos animais que existem nas várias ilhas dos Açores.

Teófilo Braga

22.9.12

Presença de Animais selvagens em circo contestada


O que é preciso fazer



O que é preciso é que MUITAS pessoas pressionem os governantes através da colaboração e intervenção com estruturas e organismos já existentes, assinando e recolhendo assinaturas para petições, falando nestes problemas com amigos, conhecidos e familiares para que eles tb o façam, uma infinidade de acções são necessárias, todas contam, mas têm que ser feitas. É necessário que vá para além de cuidar dos animais, porque para isto já existem associações e outros organismos que os ajudam (embora sejam sempre poucas para tantos), mas não resolvem o problema na base, porque eles multiplicam-se e estas precisam quem lhes ajude nas outras áreas, para que eles não continuem a aumentar de número. Elas já fazem muito.
O destino destes animais não deve ser o de viverem enjaulados.

Não devia ser permitido venderem animais, sinceramente é o que acho. Mas isto então, me dirão que estou maluca, não é?
Pois acho que eles são maltratados primeiramente porque são considerados coisas, propriedade e como tal, cada um faz com as suas coisas aquilo que bem entende, não é?

Os animais para consumo também são animais como nós e parece que teimam em esquecê-los. E para esses não há assim tanta gente que os defenda, pois comer animais faz parte da nossa cultura. Sempre se pode ter a desculpa que a saúde está em causa, o que não é verdade pois existem estudos e provas disso em grande quantidade, apenas a economia e a nossa falta de consciência é que não deixa que se tornem verdade.
Eu também cresci nesta cultura, mas fui descobrindo realidades que não se falam.
Em pequenos ensinam-nos a gostar de animais (normalmente) e depois temos que esquecer e não nos questionarmos sobre o que foi a vida e morte do que temos no prato.
Actualmente, não há desculpa para este comportamento. Sei que posso chocar alguns, mas eu tb me choco com os estes hábitos apenas culturais, porque foi assim que nos ensinaram.
Actualmente espanta-me mais a falta de perguntas do que a falta de respostas.

Sendo assim e para quem não saiba e queira saber, partilho informação abaixo e em anexo que não contém imagens chocantes de animais, só conhecimento sobre a alimentação, a saúde e a descrição resumida do que se passa com eles. Os "acores-melhores-sem-maltratos-aos-animais" abrange todos os animais, acho eu.



http://www.youtube.com/watch?v=i8FyLcj0d2I&feature=related - O Alimento Importa

http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=2nbh4De-vqc - Forks over Knives (Troque a faca pelo garfo)

Documentários que abordam um dos grandes problemas da sociedade moderna: os graves problemas de saúde que afetam parte significativa da população causados por um cardápio de alimentos de origem animal. Apesar da mais avançada tecnologia médica no mundo, nós estamos mais doentes do que nunca. Os casos de diabetes estão aumentando, sobretudo entre a nossa população mais jovem. Cerca de 50% da população toma, ao menos, um remédio receitado e as cirurgias de grande porte viraram rotina. Doença cardíaca, câncer e AVC são as três principais causas de morte no país, mesmo gastando-se biliões anualmente para combatê-las. Milhões sofrem de uma série de outras doenças degenerativas. Será que haveria uma solução para todos esses problemas?

http://www.youtube.com/watch?v=bsPHTemgYYY&feature=related - A CARNE É FRACA

Neste documentário você entenderá melhor porque é que a dieta vegetariana é a melhor dieta pela nossa saúde, pelo planeta, pelos animais. Contém algumas imagens dos animais explorados para a alimentação.



http://www.mudaomundo.org/factos
A espécie humana explora os animais das outras espécies das mais diversas formas: usa-os para se alimentar, vestir e calçar; usa-os para se divertir (touradas, rodeios, circos com animais, espectáculos com animais marinhos, etc.); usa-os para experimentação; e muito mais. Esta página aborda resumidamente algumas práticas na indústria alimentar, que é responsável por 99% de toda a exploração, sofrimento e morte de animais às mãos da espécie humana.
Apesar de não ser a crueldade específica de cada forma de exploração animal que torna essa exploração injusta — toda a exploração é injusta em si mesma — é importante que tenhamos conhecimento daquilo que são as práticas correntes na indústria.

E por cá tb:

http://ww1.rtp.pt/acores/index.php?article=7048&visual=3&layout=10&tm=5

Esta notícia mostra uma parte sobre a indústria do leite que é desmesuradamente subsidiada (é um dos motivos porque temos que importar legumes e frutas). Há subsídios para tudo e até para a morte.
Na ilha de São Miguel, Açores são abatidos entre 800 a 1000 bezerros por semana, para serem totalmente incinerados para se poder manter o preço da carne em alta. Por cada um desses bezerros o agricultor recebe 75 euros. A notícia é de 2009 e chocou-me bastante e descobri depois, que esta é a situação natural desta indústria nos países "civilizados", continua enquanto consumirmos leite.

E como é que existem assim tantos bezerros? Existem porque as vacas para terem leite precisam engravidar e para haver sempre leite, elas depois de 3 meses do nascimento, engravidam novamente por inseminação artificial.

Como se a nossa vida dependesse do leite e derivados, dessa quantidade tremenda que ingerimos e que se comercializa. Se repararem, quase tudo o que se come, com excepção das frutas e legumes para quem os consome, contém leite ou derivados.

A vaquinha feliz não existe. Estranho quando dizem que elas cá são felizes, porque as vêem no pasto. Também se propagandeia que beber leite e ainda por cima, muito, faz bem...e ainda por cima de vacas que consomem rações com OGM e pastos com imensos químicos sintéticos (herbicidas e fertilizantes).
Em vez de produzirmos leite, teríamos muito mais emprego e trabalho para todos se produzíssemos legumes, vegetais, frutas, cereais, castanhas, etc.

Acho que fiz algumas perguntas e encontrei algumas respostas...

A.Teresa

14.9.12

Alice Moderno e as touradas





Numa tourada (1)

Pela 1 hora da tarde, e depois de havermos, à janela da sala do hotel, inutilmente esperado uma carruagem requisitada, a qual nunca chegou a aparecer, dirigimo-nos a pé para a praça de touros, sita num alto, na freguesia de S. Pedro, indo ocupar um camarote.
Acha-se em Angra uma quadrilha composta de jovens toureiros, los niños sevillanos, rapazes de 16 a 18 anos, ainda imberbes, que correm novilhos com destreza, e fazem as delícias da população terceirense, tão amadora de touros, que bem mostra correrem-lhes nas veias ainda hoje glóbulos de sangue espanhol.
Tanto os camarotes como as bancadas encontram-se repletos de espetadores, e, nos primeiros raios de um lindo sol outonal, cintilam garridamente as cores claras das toiletes femininas das senhoras terceirenses, reputadas, entre as açorianas, pela sua graça e formosura.
Pelos corredores, vendedores ambulantes oferecem favas torradas, milho submetido ao mesmo processo culinário, laranjas e água, e, à entrada, ao balcão, vendem-se refrescos, entre os quais cerveja da fábrica Melo Abreu Herdeiros, de Ponta Delgada.
Começa a diversão por exercícios de ginástica, executada por operários, sócios da agremiação, Recreio dos Artistas.
Toca uma filarmónica e, de espaço a espaço, sobem ao ar pequenas girandolas de foguetes.
Concluídos os exercícios acrobáticos, feitos, com mais ou menos mestria na barra fixa, são retiradas estas e o tapete sobre o qual haviam dado cambalhotas os curiosos ginásticos.
Entra então a quadrilha, que se dirige para o camarote da autoridade, a fazer os cumprimentos do estilo, percorrendo em seguida a praça com vénias aos espetadores.
Os jovens toureiros vestem fatos claros, de vistosas cores. Usam meia de seda, calção, sapatos de fivela e, como é da praxe, rabicho.
Um deles monta um cavalo esquelético, de olhos vendados e é logo para o infeliz quadrúpede que se dirige toda a minha atenção. É ele, não tenho pejo de o confessar, que absorve toda a minha simpatia e para o qual todos os meus melhores desejos…
 Pobre animal, ser incompleto, irmão nosso inferior, serviu o homem com toda a sua dedicação e com toda a sua lealdade, consumindo em seu proveito todas as suas forças e toda a sua inteligência!
Agora, porém, no fim da vida, é posto à margem e alugado a preço ínfimo, para ir servir de alvo às pontas de uma fera, da qual nem pode fugir, visto que tem os olhos vendados!”
E esta fera, pobre animal, também, foi arrancada ao sossego do seu pasto, para ir servir de divertimento a uma multidão ociosa e cruel, em cujo número me incluo!
Entrará assim em várias touradas, em que será barbaramente farpeada até que, enfurecida, ensanguentada, ludibriada, injuriada, procurará vingar-se, arremessando-se sobre o adversário que a desafia e fere. Depois de reconhecida como matreira, tornada velhaca pelo convívio do homem, será mutilada. Em vez de touro de praça, será boi de charrua ou carroça, ou ambos alternadamente. E lavrará pacientemente, resignadamente, santamente, as terras destinadas a produzir o trigo e o milho que o homem há-de comer.
Quando as suas forças tiverem entrado no período declinatório, dar-lhe-ão, em vez da restrita ração quotidiana, dose dobrada. E quando algum descanso relativo, aliado a esta também relativa superalimentação lhe tiverem revestido o esqueleto de alguns escassos ádipos, será abatido e fragmentado, ainda para alimentação do mesmo homem, que se não esquecerá, também, de lhe utilizar o couro, para defesa dos seus pés, e os cascos e chifres para artefactos do seu uso …
E, então, por um fenómeno físico que muitas vezes tenho observado em mim própria, toda a alegria festiva daquela diversão, em que certamente não haveria morte de gente nem mesmo de bicho, se transforma em melancolia amaríssima, contra a qual dificilmente posso reagir. Tento, todavia fazê-lo. Empunho o meu binóculo, e enquanto não entra o touro, do que serei avisada pelo toque de corneta, vou correndo com a vista os camarotes, em muitos dos quais reconheço caras minhas conhecidas e, em alguns, os meus companheiros de viagem de bordo do Funchal.
Moniz Machado, por exemplo, num camarote próximo àquele em que me encontro, come, ao tempo, denodadamente milho torrado, e parece disposto a gozar a festa em todas as suas peripécias, com o seu infalível bom humor. Para este feliz mortal, não há melancolias nem tristezas, e este vale é bem mais de risos do que de lágrimas!
Toca dentro em pouco a corneta, a música ataca a canção do Toreador da Carmen de Bizet, os capas poem-se em posição, e o cavaleiro empunha a lança com que tem de defender-se, e ao triste cavalinho que monta…