7.8.22

Projeto de Decreto Legislativo Regional – “Determina o fim das touradas e prevê apoios aos trabalhadores e à reconversão das praças de touros.”

 


Projeto de Decreto Legislativo Regional – “Determina o fim das touradas e prevê apoios aos trabalhadores e à reconversão das praças de touros.”

 

Parecer do Coletivo “Açores Melhores sem Maus Tratos aos Animais”

 

O coletivo “Açores Melhores sem Maus Tratos aos Animais”, criado para combater as mais variadas formas de violência contra todos os animais e lutar por uma mudança social que leve a que sejam respeitados os direitos dos animais, considera inaceitável e anacrónica a existência de touradas no século XXI.

 

Em todas as modalidades tauromáquicas existentes nos Açores, mais nas touradas de praça, onde ainda não foram abolidas as bandarilhas, os touros sofrem.

 

Sobre o sofrimento dos touros nas touradas, o lúcido advogado e deputado do PSD, António Maria Pereira (1924-2009) escreveu:

 

“É óbvio que os touros sofrem quer antes, quer durante, quer após as touradas. A deslocação do animal do seu habitat, a sua introdução num caixote minúsculo em que ele se não pode mover e onde fica 24 horas ou mais, o corte dos chifres e as agressões de que é vitima para o enfurecer; ao que se segue a perfuração do seu corpo pelas bandarilhas que são arpões que lhe dilaceram as entranhas e lhe provocam profundas e dolorosas hemorragias; e finalmente, na tourada à portuguesa, o arranque brutal dos ferros; e tudo isto já sem se referir a tortura das varas e do estoque na tourada à espanhola – representam sem quaisquer dúvidas sofrimento intenso e insuportável para um animal tão sensível que não tolera as picadas das moscas e as enxota constantemente com a cauda quando pasta em liberdade.”

 

Para além do sofrimento dos animais, este coletivo concorda na generalidade com os argumentos contra a existência de touradas nos Açores apresentados, pelo PAN, no seu Projeto de Decreto Legislativo Regional.

 

Face ao exposto e porque a proposta tem o cuidado de prever a possibilidade de apoio aos trabalhadores ligados à tauromaquia que facilmente poderão ser reconvertidos para atividades similares- os ganadeiros em geral também se dedicam à criação de vacas de leite ou criam gado para carne- e por também prever apoios à reconversão das poucas e felizmente pouco utilizadas praças de touros, este coletivo considera que seria um exemplo para os poucos países do mundo onde a tauromaquia ainda que muito a custo persiste a aprovação, com as melhorias introduzidas pelos deputados açorianos, do Projeto de Decreto Legislativo Regional – “Determina o fim das touradas e prevê apoios aos trabalhadores e à reconversão das praças de touros.”

 

5 de agosto de 2022

 

Coletivo Açores Melhores sem Maus Tratos aos Animais