25.6.13
As autarquias e uma nova política para os animais de companhia
As autarquias e uma nova política para os animais de companhia
Há alguns meses, fui primeiro subscritor de uma petição, que posteriormente foi apresentada à ALRA - Assembleia Regional dos Açores, onde um grupo de mais de um milhar de cidadãos apelou à classe política e governativa da Região Autónoma dos Açores para que fosse criada legislação que se traduzisse na tomada de medidas no sentido de combater o abandono de animais de companhia e no controlo das populações de animais errantes.
Hoje, a ausência desta política, apesar do esforço titânico que é feito pelas diversas associações de proteção aos animais existentes nos Açores e por muitos cidadãos a título individual, tem como resultado o abandono, anual, de milhares de animais de companhia e o abate de grande parte destes nos canis ou Centros de Recolha Oficiais.
Embora tenha sido muito bem recebido pela Comissão dos Assuntos Sociais da ALRA, onde os deputados que intervieram se mostraram sensíveis ao problema, fiquei com a sensação, oxalá me engane, que ficará tudo mais ou menos na mesma. Com efeito, alguns deles referiram as dificuldades orçamentais derivadas do contexto socioeconómico que a Região está a atravessar. As desculpas do costume?
Se a nível regional não são esperadas alterações de fundo, pelo menos as autarquias, que são as entidades que gerem ou deviam gerir (bem) os canis e colaborar com todos os munícipes que por terem perdido o emprego, por terem visto os seus salários reduzidos, etc., têm dificuldades em cumprirem o pagamento de todas as despesas destinadas à sua sobrevivência com dignidade e perderam a capacidade para manter os seus animais de companhia, sejam capazes de fazer alguma coisa.
Embora desconhecendo os resultados, queria chamar a atenção para o exemplo que está a ser seguido pela Câmara Municipal de Lisboa que parece estar a corrigir a sua política em relação ao assunto em questão. Com efeito, os primeiros passos já foram dados. Assim, no passado dia 18 de Junho foi dada posse ao Provedor dos Animais de Lisboa e a um grupo de trabalho que terá por objetivos “analisar as condições de funcionamento da Casa dos Animais de Lisboa (a nova designação do canil), identificar boas práticas suscetíveis de ser implementadas, reunir com as associações dedicadas à causa animal, bem como outras entidades que desenvolvam a sua atividade nesta área, ouvindo as suas recomendações”.
Para quem, como eu, desconfia de conversões sobretudo de políticos “profissionais”, as palavras da provedora dos animais de Lisboa sobre o abate de animais nos canis, são deveras encorajadoras. Aqui ficam, para memória futura:
“Pessoalmente, apenas admito a eutanásia de uma animal quando a sua qualidade de vida esteja em causa, nunca porque tem a infelicidade de ser um "supranumerário".
Pelo que assumo o compromisso de lutar afincadamente para que a Casa dos Animais de Lisboa não pratique a eutanásia, senão nas circunstâncias que referi.
Para que tal seja possível, e consciente de que o espaço físico da Casa dos Animais não é infinito, é necessário sermos extremamente proactivos no controlo da população animal (leia-se, esterilizar controladamente os cães e gatos alfacinhas) e na promoção de adoções responsáveis. E mantermos uma relação de colaboração estreita, em rede e de reciprocidade com as Associações que atuam em Lisboa.”
Como podem as autarquias suportar as despesas com uma nova política para os animais de companha que relegue o abate para o fim da linha ou o transforme numa exceção?
Umas roqueiras a menos, umas passeatas ao estrangeiro ou ao continente a menos, umas deslocações em veículos mais baratos, umas estadias em hotéis com menos estrelas, umas senhas de presença a menos, uns artistas “nacionais ou internacionais” pimbas a menos, tudo isto é mais do que suficiente para garantir e fomentar um melhor relacionamento entre homens e animais.
Não é preciso inventar nada. Basta seguir e adaptar as boas práticas que por todo o lado estão a ser implementadas. E por que não inovar?
Teófilo Braga
(Correio dos Açores, nº 2830, 26 de Junho de 2013, p.12)
20.6.13
Touradas não beneficiam a economia
Movimento Cívico Abolicionista da Tauromaquia dos Açores (MCATA)
Comunicado
MCATA manifesta que as touradas não trazem nenhum benefício económico
Muitas vezes é afirmado que as touradas são uma mais-valia económica para a ilha Terceira, por movimentar um importante volume de negócio no sector da venda de comidas e bebidas. Mas a verdade é que estes benefícios, que favorecem um sector económico certamente bastante reduzido, não dependem realmente da realização de touradas e sim da realização de qualquer tipo de festividade, como fica demonstrado pela idêntica vitalidade que este sector experimenta nos eventos e festividades sem nenhuma relação com a tauromaquia ou também nas numerosas festas, sem touradas, que acontecem nas outras ilhas.
E se olhamos para o produto mais consumido durante as touradas, a cerveja, vemos que, sendo este um produto importado, produzido fora da região, o seu consumo não traz nem produz nenhuma riqueza. Antes pelo contrário, é dinheiro que sai da região.
Falando propriamente das touradas, estas apresentam muitos aspetos económicos puramente negativos. Para começar, como acontece com qualquer tipo de espetáculos, as touradas não são uma atividade produtiva. Economicamente não produzem nenhuma riqueza nem recursos, unicamente os consomem.
Consomem, por exemplo, o dinheiro que durante as festas do Espírito Santo deveria ser destinado à solidariedade, à partilha, à oferta aos mais carenciados da sociedade, e que no entanto acaba por ser gasto maioritariamente nos touros. É portanto um dinheiro que, longe de respeitar o significado tradicional das festas, longe de ajudar as pessoas necessitadas da freguesia, cada vez mais abundantes nas atuais circunstâncias, é gasto no efémero espetáculo dos touros, sem proveitos, e que ainda acaba por levar algumas pessoas feridas para o hospital.
Consomem também o dinheiro das autarquias, como a de Angra do Heroísmo, que oferece cada ano 150 mil euros só para a realização de touradas de praça. E também consome muito dinheiro que o governo regional deveria destinar a políticas sociais muito mais necessárias mas que acaba, no entanto, por ir parar a futilidades como os 75 mil euros gastos num fórum tauromáquico ou os 150 mil euros gastos num monumento ao touro. Todo somado, o dinheiro público mal gasto no espetáculos das touradas dá uma elevadíssima quantia anual que a ilha, no atual contexto económico, não pode permitir-se desperdiçar por mais tempo.
E ainda podemos falar dos efeitos negativos para a economia que a contínua realização de touradas, mais de uma por dia, acaba por ter na produtividade dos terceirenses. Ou também das pastagens, públicas e privadas, destinadas atualmente para a cria de gado bravo e que não são aproveitadas para a produção de riqueza. Ou também do efeito negativo que as touradas têm sobre o turismo, quando os turistas estrangeiros procuram principalmente um turismo de natureza, oposto ao maltrato animal que é repudiado e considerado ilegal nos seus países.
Assim, para o MCATA fica claro que as touradas são na realidade um enorme buraco negro para a economia da Terceira e que a ilha só ganhava reduzindo o seu número ou mesmo acabando, no futuro, definitivamente com elas.
Açores, 17 de Junho de 2013
A Equipa do MCATA
Comunicado
MCATA manifesta que as touradas não trazem nenhum benefício económico
Muitas vezes é afirmado que as touradas são uma mais-valia económica para a ilha Terceira, por movimentar um importante volume de negócio no sector da venda de comidas e bebidas. Mas a verdade é que estes benefícios, que favorecem um sector económico certamente bastante reduzido, não dependem realmente da realização de touradas e sim da realização de qualquer tipo de festividade, como fica demonstrado pela idêntica vitalidade que este sector experimenta nos eventos e festividades sem nenhuma relação com a tauromaquia ou também nas numerosas festas, sem touradas, que acontecem nas outras ilhas.
E se olhamos para o produto mais consumido durante as touradas, a cerveja, vemos que, sendo este um produto importado, produzido fora da região, o seu consumo não traz nem produz nenhuma riqueza. Antes pelo contrário, é dinheiro que sai da região.
Falando propriamente das touradas, estas apresentam muitos aspetos económicos puramente negativos. Para começar, como acontece com qualquer tipo de espetáculos, as touradas não são uma atividade produtiva. Economicamente não produzem nenhuma riqueza nem recursos, unicamente os consomem.
Consomem, por exemplo, o dinheiro que durante as festas do Espírito Santo deveria ser destinado à solidariedade, à partilha, à oferta aos mais carenciados da sociedade, e que no entanto acaba por ser gasto maioritariamente nos touros. É portanto um dinheiro que, longe de respeitar o significado tradicional das festas, longe de ajudar as pessoas necessitadas da freguesia, cada vez mais abundantes nas atuais circunstâncias, é gasto no efémero espetáculo dos touros, sem proveitos, e que ainda acaba por levar algumas pessoas feridas para o hospital.
Consomem também o dinheiro das autarquias, como a de Angra do Heroísmo, que oferece cada ano 150 mil euros só para a realização de touradas de praça. E também consome muito dinheiro que o governo regional deveria destinar a políticas sociais muito mais necessárias mas que acaba, no entanto, por ir parar a futilidades como os 75 mil euros gastos num fórum tauromáquico ou os 150 mil euros gastos num monumento ao touro. Todo somado, o dinheiro público mal gasto no espetáculos das touradas dá uma elevadíssima quantia anual que a ilha, no atual contexto económico, não pode permitir-se desperdiçar por mais tempo.
E ainda podemos falar dos efeitos negativos para a economia que a contínua realização de touradas, mais de uma por dia, acaba por ter na produtividade dos terceirenses. Ou também das pastagens, públicas e privadas, destinadas atualmente para a cria de gado bravo e que não são aproveitadas para a produção de riqueza. Ou também do efeito negativo que as touradas têm sobre o turismo, quando os turistas estrangeiros procuram principalmente um turismo de natureza, oposto ao maltrato animal que é repudiado e considerado ilegal nos seus países.
Assim, para o MCATA fica claro que as touradas são na realidade um enorme buraco negro para a economia da Terceira e que a ilha só ganhava reduzindo o seu número ou mesmo acabando, no futuro, definitivamente com elas.
Açores, 17 de Junho de 2013
A Equipa do MCATA
18.6.13
ESPECTÁCULOS COM TOUROS. OPINIÃO.
ESPECTÁCULOS COM TOUROS. OPINIÃO.
Meias soluções não servem, porque,
Todos os espectáculos com touros (incluindo as touradas com velcro e com "bandarilhas" sem arpão, mas com ventosas) exigem a captura violenta do touro ao ser retirado do campo, passando a sofrer claustrofobia, pânico, fúria, risco de contusão e esgotamento em luta por se libertar, metido e apertado em caixa de transporte e assim transportado, posto em curro, depois na tourada ou no jogo, etc.
Tudo isso representa agressão, risco e sofrimento intenso para o touro. O cavalo continua obrigado a sofrer e a arriscar, se for obrigado a intervir.
Vasco Reis, 17.6.13
16.6.13
Turista não gosta de aves engaioladas
To whom it may concern,
I am a British tourist and have very much appreciated the beauties of your island. However,one thing shocked me and several members of our group also. On one of our stops, we were horrified to see a bird in a cage desperately trying to escape. On our asking what kind of bird it was, we were told it was a native canary and that they are probably a protected species as their numbers have greatly declined over the past years. We were very tempted to open the door of the cage, but refrained from doing so not to cause any trouble. I most sincerely hope that something can be done to avoid such situations in future as we left the island with a bad impression of the way these birds are treated.
Boicote TopAtântico e mande-lhe um e-mail de protesto
A Agência de Viagens TopAtlântico (https://www.facebook.com/topatlantico) está a promover as touradas integradas nas Sanjoaninas 2013.
Escreva um e-mail a protestar pelo facto de as touradas, para além de serem um espetáculo bárbaro, constituírem um péssimo cartão de visita para uma região como os Açores.
Pode usar o texto abaixo ou personalizá-lo a seu gosto.
Para: lajes@topatlantico.com, terceira@topatlantico.com, s.miguel@topatlantico.com, horta@topatlantico.com, saldanha.cb@topatlantico.com, grupos.turismo@topatlantico.com,
Cc: governoregional@azores.gov.pt , info@artazores.com, acoresmelhores@gmail.com
Exmos Senhores,
Foi com perplexidade e alguma tristeza que tomámos conhecimento que a Vossa empresa está a promover as touradas integradas nas Sanjoaninas que se realizarão em Angra do Heroísmo entre os próximos dias 21 e 29 de Junho.
Como é do Vosso conhecimento as touradas para além de constituírem um espetáculo bárbaro desconceituarem a nossa terra aos olhos dos estrangeiros, cultos e amigos da natureza e dos animais, que nos visitam, são um dos veículos de promoção da insensibilidade e de deseducação para com o respeito que todos devemos ter para com os animais.
Como pessoas que querem o progresso da nossa Terra repudiamos a atitude da TopAtlântico e apelamos para que reconsiderem a Vossa atitude.
Os Açores não precisam do contributo de instituições que promovem o retrocesso civilizacional.
Com os melhores cumprimentos
(Nome)
(Localidade)
The “TopAtlântico” travel agency ( https://www.facebook.com/topatlantico) promotes bullfighting in its Sanjoaninas 2013 program.
Write an email to protest that the bullfights are, besides barbarian, a lousy visit card for a region like the Azores.
You can use the text below or customize it to your liking.
To: lajes@topatlantico.com, terceira@topatlantico.com, s.miguel@topatlantico.com, horta@topatlantico.com, saldanha.cb@topatlantico.com,grupos.turismo@topatlantico.com,
Cc: governoregional@azores.gov.pt, info@artazores.com, acoresmelhores@gmail.com
Gentlemen,
With amazement and sadness we noticed that your company is promoting bullfighting as part of the Sanjoaninas Festival in Angra do Heroísmo between June 21 and 29, 2013.
As you know bullfights are not only a barbaric spectacle degrading our country in the eyes of foreign animal and nature friends who visit us, but also the instruments promoting miseducation and lack of our due respect for animals.
As people, who strive for the progress of our country, we reject this attitude of TopAtlântico and we call on you to change your attitude.
The Azores are not waiting for institutions that promote the deterioration of our civilization.
With the kind regards,
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