22.9.12

Presença de Animais selvagens em circo contestada


O que é preciso fazer



O que é preciso é que MUITAS pessoas pressionem os governantes através da colaboração e intervenção com estruturas e organismos já existentes, assinando e recolhendo assinaturas para petições, falando nestes problemas com amigos, conhecidos e familiares para que eles tb o façam, uma infinidade de acções são necessárias, todas contam, mas têm que ser feitas. É necessário que vá para além de cuidar dos animais, porque para isto já existem associações e outros organismos que os ajudam (embora sejam sempre poucas para tantos), mas não resolvem o problema na base, porque eles multiplicam-se e estas precisam quem lhes ajude nas outras áreas, para que eles não continuem a aumentar de número. Elas já fazem muito.
O destino destes animais não deve ser o de viverem enjaulados.

Não devia ser permitido venderem animais, sinceramente é o que acho. Mas isto então, me dirão que estou maluca, não é?
Pois acho que eles são maltratados primeiramente porque são considerados coisas, propriedade e como tal, cada um faz com as suas coisas aquilo que bem entende, não é?

Os animais para consumo também são animais como nós e parece que teimam em esquecê-los. E para esses não há assim tanta gente que os defenda, pois comer animais faz parte da nossa cultura. Sempre se pode ter a desculpa que a saúde está em causa, o que não é verdade pois existem estudos e provas disso em grande quantidade, apenas a economia e a nossa falta de consciência é que não deixa que se tornem verdade.
Eu também cresci nesta cultura, mas fui descobrindo realidades que não se falam.
Em pequenos ensinam-nos a gostar de animais (normalmente) e depois temos que esquecer e não nos questionarmos sobre o que foi a vida e morte do que temos no prato.
Actualmente, não há desculpa para este comportamento. Sei que posso chocar alguns, mas eu tb me choco com os estes hábitos apenas culturais, porque foi assim que nos ensinaram.
Actualmente espanta-me mais a falta de perguntas do que a falta de respostas.

Sendo assim e para quem não saiba e queira saber, partilho informação abaixo e em anexo que não contém imagens chocantes de animais, só conhecimento sobre a alimentação, a saúde e a descrição resumida do que se passa com eles. Os "acores-melhores-sem-maltratos-aos-animais" abrange todos os animais, acho eu.



http://www.youtube.com/watch?v=i8FyLcj0d2I&feature=related - O Alimento Importa

http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=2nbh4De-vqc - Forks over Knives (Troque a faca pelo garfo)

Documentários que abordam um dos grandes problemas da sociedade moderna: os graves problemas de saúde que afetam parte significativa da população causados por um cardápio de alimentos de origem animal. Apesar da mais avançada tecnologia médica no mundo, nós estamos mais doentes do que nunca. Os casos de diabetes estão aumentando, sobretudo entre a nossa população mais jovem. Cerca de 50% da população toma, ao menos, um remédio receitado e as cirurgias de grande porte viraram rotina. Doença cardíaca, câncer e AVC são as três principais causas de morte no país, mesmo gastando-se biliões anualmente para combatê-las. Milhões sofrem de uma série de outras doenças degenerativas. Será que haveria uma solução para todos esses problemas?

http://www.youtube.com/watch?v=bsPHTemgYYY&feature=related - A CARNE É FRACA

Neste documentário você entenderá melhor porque é que a dieta vegetariana é a melhor dieta pela nossa saúde, pelo planeta, pelos animais. Contém algumas imagens dos animais explorados para a alimentação.



http://www.mudaomundo.org/factos
A espécie humana explora os animais das outras espécies das mais diversas formas: usa-os para se alimentar, vestir e calçar; usa-os para se divertir (touradas, rodeios, circos com animais, espectáculos com animais marinhos, etc.); usa-os para experimentação; e muito mais. Esta página aborda resumidamente algumas práticas na indústria alimentar, que é responsável por 99% de toda a exploração, sofrimento e morte de animais às mãos da espécie humana.
Apesar de não ser a crueldade específica de cada forma de exploração animal que torna essa exploração injusta — toda a exploração é injusta em si mesma — é importante que tenhamos conhecimento daquilo que são as práticas correntes na indústria.

E por cá tb:

http://ww1.rtp.pt/acores/index.php?article=7048&visual=3&layout=10&tm=5

Esta notícia mostra uma parte sobre a indústria do leite que é desmesuradamente subsidiada (é um dos motivos porque temos que importar legumes e frutas). Há subsídios para tudo e até para a morte.
Na ilha de São Miguel, Açores são abatidos entre 800 a 1000 bezerros por semana, para serem totalmente incinerados para se poder manter o preço da carne em alta. Por cada um desses bezerros o agricultor recebe 75 euros. A notícia é de 2009 e chocou-me bastante e descobri depois, que esta é a situação natural desta indústria nos países "civilizados", continua enquanto consumirmos leite.

E como é que existem assim tantos bezerros? Existem porque as vacas para terem leite precisam engravidar e para haver sempre leite, elas depois de 3 meses do nascimento, engravidam novamente por inseminação artificial.

Como se a nossa vida dependesse do leite e derivados, dessa quantidade tremenda que ingerimos e que se comercializa. Se repararem, quase tudo o que se come, com excepção das frutas e legumes para quem os consome, contém leite ou derivados.

A vaquinha feliz não existe. Estranho quando dizem que elas cá são felizes, porque as vêem no pasto. Também se propagandeia que beber leite e ainda por cima, muito, faz bem...e ainda por cima de vacas que consomem rações com OGM e pastos com imensos químicos sintéticos (herbicidas e fertilizantes).
Em vez de produzirmos leite, teríamos muito mais emprego e trabalho para todos se produzíssemos legumes, vegetais, frutas, cereais, castanhas, etc.

Acho que fiz algumas perguntas e encontrei algumas respostas...

A.Teresa

14.9.12

Alice Moderno e as touradas





Numa tourada (1)

Pela 1 hora da tarde, e depois de havermos, à janela da sala do hotel, inutilmente esperado uma carruagem requisitada, a qual nunca chegou a aparecer, dirigimo-nos a pé para a praça de touros, sita num alto, na freguesia de S. Pedro, indo ocupar um camarote.
Acha-se em Angra uma quadrilha composta de jovens toureiros, los niños sevillanos, rapazes de 16 a 18 anos, ainda imberbes, que correm novilhos com destreza, e fazem as delícias da população terceirense, tão amadora de touros, que bem mostra correrem-lhes nas veias ainda hoje glóbulos de sangue espanhol.
Tanto os camarotes como as bancadas encontram-se repletos de espetadores, e, nos primeiros raios de um lindo sol outonal, cintilam garridamente as cores claras das toiletes femininas das senhoras terceirenses, reputadas, entre as açorianas, pela sua graça e formosura.
Pelos corredores, vendedores ambulantes oferecem favas torradas, milho submetido ao mesmo processo culinário, laranjas e água, e, à entrada, ao balcão, vendem-se refrescos, entre os quais cerveja da fábrica Melo Abreu Herdeiros, de Ponta Delgada.
Começa a diversão por exercícios de ginástica, executada por operários, sócios da agremiação, Recreio dos Artistas.
Toca uma filarmónica e, de espaço a espaço, sobem ao ar pequenas girandolas de foguetes.
Concluídos os exercícios acrobáticos, feitos, com mais ou menos mestria na barra fixa, são retiradas estas e o tapete sobre o qual haviam dado cambalhotas os curiosos ginásticos.
Entra então a quadrilha, que se dirige para o camarote da autoridade, a fazer os cumprimentos do estilo, percorrendo em seguida a praça com vénias aos espetadores.
Os jovens toureiros vestem fatos claros, de vistosas cores. Usam meia de seda, calção, sapatos de fivela e, como é da praxe, rabicho.
Um deles monta um cavalo esquelético, de olhos vendados e é logo para o infeliz quadrúpede que se dirige toda a minha atenção. É ele, não tenho pejo de o confessar, que absorve toda a minha simpatia e para o qual todos os meus melhores desejos…
 Pobre animal, ser incompleto, irmão nosso inferior, serviu o homem com toda a sua dedicação e com toda a sua lealdade, consumindo em seu proveito todas as suas forças e toda a sua inteligência!
Agora, porém, no fim da vida, é posto à margem e alugado a preço ínfimo, para ir servir de alvo às pontas de uma fera, da qual nem pode fugir, visto que tem os olhos vendados!”
E esta fera, pobre animal, também, foi arrancada ao sossego do seu pasto, para ir servir de divertimento a uma multidão ociosa e cruel, em cujo número me incluo!
Entrará assim em várias touradas, em que será barbaramente farpeada até que, enfurecida, ensanguentada, ludibriada, injuriada, procurará vingar-se, arremessando-se sobre o adversário que a desafia e fere. Depois de reconhecida como matreira, tornada velhaca pelo convívio do homem, será mutilada. Em vez de touro de praça, será boi de charrua ou carroça, ou ambos alternadamente. E lavrará pacientemente, resignadamente, santamente, as terras destinadas a produzir o trigo e o milho que o homem há-de comer.
Quando as suas forças tiverem entrado no período declinatório, dar-lhe-ão, em vez da restrita ração quotidiana, dose dobrada. E quando algum descanso relativo, aliado a esta também relativa superalimentação lhe tiverem revestido o esqueleto de alguns escassos ádipos, será abatido e fragmentado, ainda para alimentação do mesmo homem, que se não esquecerá, também, de lhe utilizar o couro, para defesa dos seus pés, e os cascos e chifres para artefactos do seu uso …
E, então, por um fenómeno físico que muitas vezes tenho observado em mim própria, toda a alegria festiva daquela diversão, em que certamente não haveria morte de gente nem mesmo de bicho, se transforma em melancolia amaríssima, contra a qual dificilmente posso reagir. Tento, todavia fazê-lo. Empunho o meu binóculo, e enquanto não entra o touro, do que serei avisada pelo toque de corneta, vou correndo com a vista os camarotes, em muitos dos quais reconheço caras minhas conhecidas e, em alguns, os meus companheiros de viagem de bordo do Funchal.
Moniz Machado, por exemplo, num camarote próximo àquele em que me encontro, come, ao tempo, denodadamente milho torrado, e parece disposto a gozar a festa em todas as suas peripécias, com o seu infalível bom humor. Para este feliz mortal, não há melancolias nem tristezas, e este vale é bem mais de risos do que de lágrimas!
Toca dentro em pouco a corneta, a música ataca a canção do Toreador da Carmen de Bizet, os capas poem-se em posição, e o cavaleiro empunha a lança com que tem de defender-se, e ao triste cavalinho que monta…

13.9.12

Concretizar o sonho de Alice Moderno



Concretizar o sonho de Alice Moderno  

Como se não bastasse toda uma vida empenhada na defesa de várias causas, com destaque para proteção dos animais, Alice Moderno, no seu testamento, deixou uma verba necessária para a construção de um Hospital Veterinário, onde os animais de companhia, em especial os pertencentes aos mais desfavorecidos da sociedade, pudessem ser devidamente tratados.

Um arremedo de hospital começou a funcionar, em 1948, num pequeno pavilhão pouco espaçoso na rua Coronel Chaves, onde até há alguns anos funcionou o CATE. As suas minúsculas dimensões e por se assemelhar mais a um canil do que a um hospital fizeram com que o mesmo nunca tenha chegado a ser oficialmente inaugurado.

Mais tarde, a Junta Geral do Distrito de Ponta Delgada construiu um edifício na Estação Agrária, em São Gonçalo, com um pouco mais de espaço. O mesmo foi dotado do material e da aparelhagem necessária, tendo a sua manutenção ficado a cargo dos rendimentos obtidos através do legado da benemérita Alice Moderno.

Nos primeiros anos, sob a administração da Sociedade Micaelense Protetora dos Animais, presidida pela Dona Fedora Serpa Miranda, com a colaboração da Junta Geral, foi assegurada a enfermagem permanente aos pequenos animais e a consulta diária a animais de todas as espécies, através do veterinário municipal de Ponta Delgada.

Hoje, não se pode falar em hospital veterinário pois no espaço existente funciona um consultório veterinário que era, pelo menos até há pouco tempo, assegurado por vários médicos veterinários que exerciam as suas funções a título privado. Segundo Ana Coelho, em 2009, o número de atendimentos era diminuto e ainda existia graças à boa vontade dos Serviços de Desenvolvimento Agrário e dos especialistas que ali trabalhavam diariamente.

Todos os anos, ultrapassa largamente dois mil o número de animais de companhia (cães e gatos) que são abandonados, acabando na sua maioria por serem abatidos nos canis municipais ou atropelados nas estradas. A título de exemplo, só no canil de Ponta Delgada, em 2009 deram entrada 2088 animais, tendo sido encaminhados para adoção cerca de 780, o que significa que foram abatidos cerca de 1300. Em 2010, deram entrada no mesmo canil  2177 animais, tendo sido abatidos 1278.

No atual contexto socioeconómico da região, onde muitas pessoas perderam emprego e apoios sociais e têm dificuldades em cumprirem o pagamento de todas as despesas destinadas à sua sobrevivência com dignidade, prevê-se que aumente o número de animais que não terão o devido acompanhamento médico veterinário e que aumente o número de abandonos.

O esforço que é feito pelas associações de proteção dos animais, que se debatem com falta de meios e de apoios públicos, acaba por ser muito modesto pois, através dele, só uma pequena parte dos animais irá conseguir tratamento adequado e uma percentagem, também, pequena dos abandonados conseguirá um novo lar.
Sabendo-se que estamos perante um problema humanitário e de saúde pública cuja resolução não pode depender, exclusivamente, do setor privado da atividade médico-veterinária, a situação só poderá ser alterada se a Região Autónoma dos Açores tomar as devidas medidas legislativas no sentido da promoção, por um lado, da esterilização dos animais errantes, como método eficaz do controlo das populações, e, por outro lado, do incentivo à adoção responsável.
Por último, para que a memória de Alice Moderno, pioneira da proteção dos animais nos Açores, seja respeitada sugere-se a transformando o atual Hospital Veterinário Alice Moderno, em São Miguel, em hospital público, onde os animais temporariamente a cargo de associações de proteção de animais ou de detentores com dificuldade ou incapacidade económica possam ter acesso a tratamentos a preços simbólicos.
Este hospital poderia ser cogerido pelas associações de proteção dos animais com atividade, em São Miguel, em parceria com o Governo Regional dos Açores. Assim, seria respeitado o desejo de Alice Moderno que era que fosse assegurado tratamento “aos pobres irracionais desprotegidos da sorte”.
Teófilo Braga
(Correio dos Açores, 12 de Setembro de 2012)Concretizar

11.9.12

POR UMA NOVA POLÍTICA PARA COM OS ANIMAIS DE COMPANHIA





Bom dia

Para atingir um número razoável de assinaturas (500) para que a petição seja apresentada em plenário na Assembleia Legislativa Regional dos Açores faltam 125.

Se ainda não o fez e se concordar assine e divulgue o máximo possível.

Queria atingir a meta até ao fim desta semana, se tal não acontecer, a partir de segunda-feira vou para a rua recolher assinaturas em papel.

Pelos animais e muito obrigado

Teófilo Braga

                 Em 2010 deram entrada no canil de Ponta Delgada 2177 animais, 1278 foram abatidos.


PARA QUE A VONTADE DE ALICE MODERNO SEJA RESPEITADA

POR UMA NOVA POLÍTICA PARA COM OS ANIMAIS DE COMPANHIA

Sua Excelência Presidente da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, 
Suas Excelências Presidentes dos Grupos Parlamentares à ALRAA, 
Sua Excelência Presidente do Governo Regional dos Açores, 


Ex.mas/os Senhoras/es,
 

Vimos, através deste instrumento de participação cívica, apelar à classe política e governativa da Região Autónoma dos Açores para que seja criada legislação que se traduza na tomada de medidas no sentido de combater o abandono de animais de companhia e controlar as populações de animais errantes;
 Considerando que atualmente, nos Açores, são abandonados milhares de animais de companhia e que grande parte destes acaba por ser abatida nos canis ou Centros de Recolha Oficiais (CRO);
Considerando o contexto socioeconómico da região, onde muitas pessoas perderam emprego e apoios sociais e que têm dificuldades em cumprirem o pagamento de todas as despesas destinadas à sua sobrevivência com dignidade, o que tem levado a que aumente o abandono de animais de companhia;
Considerando que o abandono de animais é um problema humanitário e de saúde pública cuja resolução não pode depender, exclusivamente, do setor privado da atividade médico-veterinária, ou da boa vontade das Associações, amigos e protetores de animais;
Solicitamos que a Região Autónoma dos Açores tome as devidas medidas legislativas no sentido da promoção, por um lado, da esterilização dos animais errantes, como método eficaz do controlo das populações, e, por outro lado, do incentivo à adoção responsável.
Solicitamos ainda que, seja respeitada a memória de Alice Moderno, pioneira da proteção dos animais nos Açores, transformando o atual Hospital Veterinário Alice Moderno, em São Miguel, em hospital público, onde os animais temporariamente a cargo de associações de proteção ou de detentores com dificuldade ou incapacidade económica possam ter acesso a tratamentos a preços simbólicos. Nas restantes ilhas, a função do Hospital Alice Moderno poderia ficar a cargo de um Centro de Recolha Oficial.

6.9.12

Número de animais entregues no canil de Ponta Delgada aumentou 20% este Verão




Crise, falta de adaptação família/animal e redução do espaço disponível são principais factores apontados pelos donos

Há quem diga que gosta, mas que é demasiado grande, ou que vai mudar de casa, ou que com a crise já não tem dinheiro para o sustentar, ou que, afinal queria era um gato em vez de um cão, ou que até não sabia que era de uma raça potencialmente perigosa. Por estas e por muitas outras razões invocadas, as entregas de animais no Canil de Ponta Delgada aumentaram em 20%, enquanto que o número de abandonos decresceu. São menos os animais errantes e sem ninguém que lhes estenda a mão ou uma tigela de comida nas ruas da maior cidade açoriana, mas o facto é que, face a todas estas supostas “razões”, o número de abates, especialmente cães, semanalmente, já chega, em média, aos 40 animais. Semanalmente são doados 10 a 15 cães e gatos.

O Verão e as férias estão no fim. Que balanço é possível fazer-se ao nível do abandono de animais, tendo em conta ainda a tão badalada crise?
Ao contrário do que aconteceu nos últimos anos, temos assistido a mais entregas e menos abandonos. O número de capturas tem vindo a diminuir e notamos que as pessoas estão um pouco mais civilizadas e conscientes. No entanto, estamos a assistir a um aumento de casos de entregas ao canil municipal de Ponta Delgada, especialmente porque falamos de animais muito jovens, muitas vezes chegando ao cúmulo de chegarem animais que ainda nem são autónomos em termos de idade. Por uma razão ou por outra as pessoas entregam-nos aqui, ou abandonam-nos ao portão ou, até mesmo, atirá-los por cima do muro. Infelizmente, ainda se assiste a estas situações, e julgo que estas atitudes vêm de pessoas que não querem dar a cara. Inevitavelmente, o seu destino acaba por ser, na grande maioria das vezes, fatídico.

Estamos a falar de uma percentagem de entregas na ordem que quanto?
Ao nível das entregas, teremos cerca de mais 20% a mais do que nos anos anteriores.
As desculpas situam-se entre a mudança de casas para apartamentos e a redução de espaço disponível para ter os animais; a falta de adaptação e a crise. Também há quem venha trocar cães por gatos, ou até trocar um cão grande por um pequeno. Há de tudo. As raças perigosas também têm entrado com alguma abundância, uma vez que são animais que exigem algum dispêndio financeiro, nomeadamente o pagamento de seguros, alimentação específica, entre outras situações. Também a fiscalização sobre os donos aumentou e, para além disso, o facto de terem sido noticiados alguns casos de agressões que vitimaram algumas pessoas recentemente, tem também sido razão para algumas destas entregas, pela perda de confiança entre dono e animal ou até mesmo como forma de assegurar que os animais não serão perigosos para nenhum elemento do agregado familiar, nomeadamente quando existem crianças nestas casas.

Qual é, então, o destino destes animais?
Infelizmente é também o abate, tal como acontece com os que não são autónomos em termos de idade. Por semana estamos no Canil de Ponta Delgada a abater cerca de 40 animais, na sua grande maioria por estarem doentes ou velho ou então por serem demasiado novos para sobreviver ou pertencerem a raças ou cruzamentos de raças potencialmente perigosas.
No caso dos animais de raças que podem significar alguma perigosidade para os seres humanos, é sempre complicado conseguir a sua socialização. Por isso mesmo o destino acaba por ser sempre o abate.
Pela cadência normal deste Verão, os abates, semanalmente, atingem cerca de 40 animais. Não tanto pela lotação do canil, mas especialmente porque a política do canil tem sido a de realizar abates em animais que não têm qualquer potencial de adopção e não tanto por não termos espaço para os manter aqui.
Semanalmente temos cerca de 100 cães e 25 gatos. Essa é a nossa população média. Diariamente tanto podem dar entrada 20, como nenhum – o que acaba por ser um milagre. Doamos entre 10 a 15 por semana, muito embora haja alguns destes que acabam por voltar para o canil novamente, por motivos relacionados com a tal adaptação que não acontece.

BE/A quer mais centros de recolha licenciados

A Comissão Permanente de Economia reuniu no passado dia 24 de Julho a fim de apreciar e dar parecer sobre o Projecto de Resolução n.° 27/2012 - “Promoção do bem-estar animal e controlo das populações de animais errantes”, apresentado pelo Bloco de Esquerda, sendo que este documento visava, genericamente, recomendar ao Governo Regional a adopção de determinadas medidas no sentido da promoção do bem-estar animal e controlo das populações de animais errantes.
A iniciativa em apreciação defendia que “o quadro normativo legal em vigor sobre a protecção dos animais de companhia e a promoção do bem-estar animal, só por si, tem sido insuficiente para reduzir o número de animais de companhia errantes na Região Autónoma dos Açores, pelo que urge reunir medidas que o tornem consequente” e, segundo o BE, a implementação imediata de medidas justifica-se face à situação actual, da qual destaca: a existência de apenas um Centro de Recolha Oficial (CRO) devidamente licenciado na Região Autónoma dos Açores, o qual se situa em Ponta Delgada; a existência de vários municípios nos Açores que não têm veterinários municipais, os quais contribuem decisivamente para o cumprimento do quadro normativo legal inerente aos CRO.
 
Para além do mais, a iniciativa refere o registo de taxas de occisão superiores nos canis municipais que apresentam falta de condições para procederem a uma política de controlo reprodutivo dos animais recolhidos.
Assim, em concreto, para dar resposta ao quadro acima exposto, a iniciativa resolveu recomendar ao Governo Regional que “reforce o acompanhamento ao licenciamento dos centos de recolha oficiais, assegurando que são cumpridas as normas de saúde e bem-estar animal” e “promova uma política de não occisão dos animais errantes recolhidos nos centros de recolha oficiais, adoptando, nomeadamente, meios eficazes de controlo da reprodução” para além de promover e facilitar “a contratação de veterinários municipais”, prevendo ainda meios para que “os CRO detenham condições de alojamento adequadas e condições para a realização de tratamentos rnédico-veterinários, cumprindo, assim, as normas de saúde de bem-estar animal, bem como meios para que os CRO possam realizar a esterilização dos animais errantes recolhidos, em especial dos não reclamados nos prazos legais”.
 
Esta iniciativa legislativa salienta que o Governo regional deverá “promover a realização de campanhas de sensibilização pública e dos detentores de animais contra o abandono, assim como para a adopção responsável dos animais recolhidos nos CRO” e “preveja que os animais a cargo de associações de protecção dos animais ou de detentores em incapacidade económica possam aceder a tratamentos médico-veterinários, nomeadamente a prática de esterilização, a preços simbólicos, nos CRO”.
 
Outro dos pontos do documento apresentado refere que deve ser “facilitado o registo no SICAFE [Sistema de Identificação e Registo de Caninos e Felinos], por parte dos veterinários responsáveis pela colocação do chip nos animais.”

Autor: Ana Coelho
Correio dos Açores, 5 de Setembro de 2012


3.9.12

Não ao abandono de animais, não aos canis de abate



Associação Cantinho Animais dos Açores

Vejam que imagem magnifica! 

APA promove feira de adoção


1.9.12

Festa dos Touros?



Um texto do veterinário português DR. VASCO REIS

«Eu tento combater a tauromaquia em todas as frentes e acho que isso vale a pena.
Sem tomar posição, porque para mim tudo isto é cruel e abjecto, lembro que, quanto ao ponto restrito "morte do touro", seja na tourada de morte ou após a tourada, num matadouro:

No matadouro o animal deve ser atordoado/paralisado por um disparo que destrói o lobo frontal do cérebro, antes de ser sangrado por golpe na veia jugular, ev.te artéria carótida, o que lhe provoca a morte pela perda de sangue.

Na arena, sem qualquer atordoamento, com o golpe (ou golpes) da espada pelo tórax dentro, o animal é rasgado, perfurado, posto a sangrar e mais ou menos asfixiado no próprio sangue, por vezes em repetidas tentativas até se acertar.

Outra diferença é que, na tourada de morte, embora com um fim de tremendo sofrimento, este acaba ali com a morte.

Na outra, à portuguesa, antes de ser libertado do sofrimento pela morte, o touro vai ter que sofrer bastante tempo na sequência dos ferimentos infligidos na lide e nas acções de confinamento e condução ao sítio do abate.

Obviamente, a "festa dos touros" só pode ser considerada uma festa para os tauromáquicos e para quem negoceie com isso.

Para os touros e cavalos não é um festejo, certamente, nem para pessoas conscientes e compassivas.»