28.8.17
Cidade da Horta pioneira
Cidade da Horta pioneira
Durante dezenas de anos, a cidade da Horta foi exemplo para todas as outras no que diz respeito à proteção dos animais. Com efeito as suas Posturas de 1882 foram muito elogiadas pelo jornal “O Zoófilo”, em 1950, nos seguintes termos: “Ainda hoje, 68 anos decorridos, se não encontra melhor, nem igual num só diploma, mesmo emanado do Poder Central; e quanto às Posturas, raras, e muito raras se aproximam da transcrita. Às protetoras cumpre apontar o nome do seu autor, e perpetuá-lo da melhor forma”.
Embora as medidas propostas, pelo menos as que são do nosso conhecimento, quase perderam atualidade, pois, hoje, são mais raros os animais usados no transporte de pessoas e cargas, vamos fazer referência a algumas delas.
No que diz respeito aos burriqueiros, o código de posturas proibia, entre outras, o uso de “animais extenuados, chagados, doentes ou famintos sob pena de 4$000 reis”, também proibia “aos burriqueiros carregar em bestas cargas superiores às forças dos animais, sob pena de 600 reis” e fixava uma punição com três meses de cadeia para todo “o indivíduo que nas ruas da cidade ou estradas públicas, espancar cruelmente as bestas mesmo quando emperram”.
No que diz respeito aos cocheiros, o código de posturas proibia “o emprego de cavalgaduras doentes, maltratadas, feridas, manhosas ou mal ensinadas, e no caso de contravenção seu dono ou proprietário do trem que as empregue será inibido de fazer serviço com elas e pagará a multa de 4$000 reis” e obrigava o uso de “chaireis de oleado em tempo chuvoso” para proteger “os animais muares ou cavalares empregados no serviço de trens”, “sob pena de 1$000 reis”.
No que diz respeito a outros animais que não os de tiro, as Posturas da cidade da Horta proibiam a condução “de aves ou quaisquer animais vivos, pendurados de cabeça para baixo sob pena de 480 reis de multa de cada vez” bem como proibiam o espancamento ou outras práticas de crueldade “ou ferocidade com os cães que divagam, sob pena de 240 reis de multa ou 24 horas de cadeia”.
Na ocasião, o jornal referido considerava que mais do que Posturas camarárias que dependiam das pessoas que num dado momento ocupavam os cargos era importante a existência de legislação a nível estatal que obrigasse todos a cumprirem.
Teófilo Braga
(Correio dos Açores, 31316, 29 de agosto de 2017, p. 13)
24.8.17
Lajes do Pico e os maus tratos aos animais
Amigo(a)s dos animais
Apelamos a que envie, com a máxima urgência, o texto abaixo ou outro original para os endereços abaixo:
cmlpico@mail.telepac.pt,info.sraf@azores.gov.pt, presidencia@azores.gov.pt, acoresmelhores@gmail.com
Exmo Senhor
Presidente da Câmara Municipal das Lajes do Pico
Exmo Senhor
Secretário Regional da Agricultura
c/c
Exmo Senhor
Presidente do Governo Regional dos Açores
Através de imagens publicadas na internet, tomámos conhecimento das deploráveis condições em que se encontram os cães abandonados depois de serem capturados pela Câmara Municipal das Lajes do Pico.
Depois de retirados da lixeira da Silveira, a alternativa encontrada em nada veio melhorar a suas condições, isto é, continuaram a estar acorrentados e sem um abrigo digno deste nome.
Como sabe Vossa Excelência há legislação que devia ser cumprida, a sua verificação caberá aos serviços tutelados pela Secretaria Regional da Agricultura e Florestas a quem se pede uma inspeção com carácter de urgência, mas desde já vai o nosso apelo para que imediatamente tome medidas para alterar a situação que é inaceitável para qualquer ser senciente, em nada o dignifica, como responsável máximo pelo concelho e que contribui para manchar a imagem de uma ilha que é uma mas maravilhas dos Açores.
Com os melhores cumprimentos
(nome)
https://www.facebook.com/acanilpico/posts/716192348577222
21.8.17
Manuel de Arriaga e a proteção dos animais
Manuel de Arriaga e a proteção dos animais
No dia 2 de agosto de 2016, publiquei um texto sobre o segundo presidente da república portuguesa, o micaelense Joaquim Teófilo Fernandes Braga (1843 - 1924) e os animais. Hoje, darei a conhecer o contributo do primeiro presidente da república portuguesa, o faialense Manuel de Arriaga (1840 - 1917).
De acordo com informação colhida na publicação “O Zoófilo”, da Sociedade Protetora dos Animais, de janeiro-março de 1999, o Dr. Manuel de Arriga foi sócio efetivo daquela associação, tendo visitado as suas instalações no início do seu mandato, EM 1911, como presidente da república. Na ocasião, ele mesmo estabeleceu o valor da sua quota que passou a ser a mais elevada de todas.
Sobre a sua dedicação à causa animal um jornal da época escreveu: “o presidente Arriaga, em Portugal, tem sobejamente demonstrado quanto se interessa pelo desenvolvimento e prosperidade das Sociedades Protectoras de Animais, consideradas como elemento de educação e, consequentemente, de progresso social”.
Em 1989, Manuel de Arriaga escreveu uma poesia sobre os maus tratos aos animais de tiro que intitulou “Bendito Coice!” que por ser longa apenas transcrevemos alguns extratos:
Subia à noite a rua de S. Bento
Um carro americano;
O peso é muito; o gado é lazarento
Sujeito a esforço insano!
…
Da mula onde caiu a chicotada,
A paz que tinha foi-se!...
E unindo as poucas forças indignada,
Ferrou no carro um coice!
…
Alguns dos passageiros, resolutos,
Resolvem-se a ir a pé,
E os mais já pedem a favor dos brutos
Amor, justiça até!...
…
O ódio aos animais, durante o resto
Da longa rua foi-se,
Devido àquele enérgico protesto,
Bendito aquele coice!...
Teófilo Braga
(Correio dos Açores, 31310, 22 de agosto de 2017, p.13)
A obsessão do Arnaldo
A obsessão do Arnaldo
O dito especialista em direito regional, que também é especialista em touradas, publicou recentemente uma folha de couve onde afirma que “Na verdade, a primeira lei, na altura aprovada através de portaria governativa, é de 1978. Isto é, ainda em Portugal não se pensava nos direitos dos animais – e já os Açores tinham leis que protegiam o toiro da Terceira”.
Protegido pela famosa legislação de proteção aos touros da Terceira ainda ontem, dia 19 de agosto, morreu um touro numa tourada à corda na freguesia da Agualva.
Como o jurista parece não ser bom em história, recordamos o Decreto de Passos Manuel, de 19 de setembro de 1836, que sobre as touradas diz o seguinte:
“Considerando que as corridas de touros são um divertimento bárbaro e impróprio de Nações civilizadas, bem assim que semelhantes espetáculos servem unicamente para habituar os homens ao crime e à ferocidade, e desejando eu remover todas as causas que possam impedir ou retardar o aperfeiçoamento moral da Nação Portuguesa, hei por bem decretar que de hora em diante fiquem proibidas em todo o Reino as corridas de touros."
20 de agosto de 2017
José Ormonde
20.8.17
18.8.17
15.8.17
Mortes e feridos nas Praças de Touros
Mortes e feridos nas Praças de Touros
No passado dia 17 de junho, com trinta e seis anos morreu, no sudoeste de França. o toureiro basco Iván Fandiño que matava touros, para divertimento de seres pouco humanos, desde os 14 anos de idade. O toureiro foi atingido pelo corno de um touro quando já estava no chão durante uma tourada em Aire-sur-l'Adour.
De acordo com a agência de notícias EFE, no século XX, morreram 138 profissionais da tauromaquia devido a sofrimentos sofridos nas arenas.
A morte de toureiros não impressiona muito os adeptos da tauromaquia, pois para estes não há bela sem senão, isto é, não há beleza na tauromaquia se aqueles não colocarem em risco as suas vidas.
Os opositores das touradas não reagem de forma uniforme. Com efeito, se há alguns que se regozijam com as mortes, há outros que lamentam o facto e usam-no como um dos argumentos para combater as touradas.
Em relação ao número de mortes, Fernando Alvarez, doutor em biologia pela Universidade de Tulane (E.U.A.), autor do livro “La Verdade Sobre los Toros” não nega que não haja risco, mas considera-o muito baixo, pois os toureiros estão muito bem informados acerca dos handicaps físicos do touro, em termos de visão, que “não vê ou só vê um vulto entre meio metro e um metro de distância e que ataca sobretudo o que está mais perto e em movimento”.
O mesmo autor refere que os toureiros não têm qualquer razão para se vangloriarem dos seus pretensos feitos já que, segundo as estatísticas, muito maior risco correm as pessoas que trabalham nas minas, nos transportes e na construção civil”.
Não me incluo nos que ficam contentes quando alguém fica ferido ou morre numa tourada porque o que desejo é que não haja derramamento de sangue, nem abuso de animais, nem mortes nas praças ou nos matadouros, “às escondidas”, depois das touradas.
Teófilo Braga
(Correio dos Açores, 31305, 15 de agosto de 2017, p.8)
11.8.17
Alice Moderno
11 de agosto de 2017 – Alice Moderno Presente
“Caridade não é apenas a que se exerce de homem para homem: é a que abrange todos os seres da Criação, visto que a sua qualidade de inferiores não lhes tira o direito aos mesmos sentimentos de piedade e de justiça que prodigalizamos aos nossos semelhantes” (Alice Moderno)
Açoriana pelo coração, Alice Moderno nasceu em Paris, a 11 de agosto de 1867, e viveu primeiro na Terceira e depois em São Miguel, onde faleceu a 20 de fevereiro de 1946.
Para além da sua atividade de jornalista, escritora, agricultora e comerciante, Alice Moderno foi uma mulher que pugnou pelos seus ideais republicanos e feministas, sendo uma defensora da natureza e amiga dos animais.
Cento e cinquenta anos depois do seu nascimento não esquecemos a sua luta que ainda hoje faz todo o sentido e não foi em vão, pois a sua obra ainda hoje é reconhecida e o seu labor serve de inspiração a quem hoje continua a trabalhar para uns Açores melhores para todos.
Não esquecemos a sua desilusão face às promessas não cumpridas pelos republicanos na Primeira República, não esquecemos que não se iludiu com a ditadura do Estado Novo e não podemos ignorar a hipocrisia dos políticos surgidos após o 25 de abril de 1974 que lhe concederam, em 2014, a título póstumo, a insígnia autonómica de mérito cívico mas que não respeitaram o definido no seu testamento. Com efeito, no dia 31 de janeiro de 1946, vinte dias antes de falecer Alice Moderno, em testamento, deixou alguns bens, à Junta Geral Autónoma do Distrito de Ponta Delgada, com a condição desta, no prazo de dois anos, criar um hospital para animais.
O Estado Novo embora não tenha cumprido na íntegra as aspirações de Alice Moderno, construiu as instalações e garantiu, nos primeiros tempos, sob a administração da Sociedade Micaelense Protetora dos Animais e com a colaboração da Junta Geral, a enfermagem permanente aos pequenos animais e a consulta diária a animais de todas as espécies, através do veterinário municipal de Ponta Delgada.
A “democracia” acabou com tudo. Ainda dizem que o Estado é pessoa de bem!
Pico da Pedra, 11 de agosto de 2017
Teófilo Braga
Feira Taurina uma desgraça para a Graciosa e uma vergonha para os Açores
Envie um e-mail de protesto ou o texto abaixo para:
geral@cm-graciosa.pt, amscg@cm-graciosa.pt , presidencia@azores.gov.pt , srec.gabinete@azores.gov.pt , sram-sasm@azores.gov.pt , info.dram@azores.gov.pt
Feira Taurina uma desgraça para a Graciosa e uma vergonha para os Açores
Com uma área aproximada 60,66 km² e 4 391 habitantes (2011) quando um século antes eram 7603, a ilha Graciosa está mergulhada numa crise que lentamente vai levando ao seu abandono por parte de muitos dos seus habitantes.
Na nossa ilha a aposta na diferenciação cultural foi posta de lado pelos autarcas que apoiam a oferta, a quem visita e aos locais, de touradas “importadas” da ilha Terceira.
Este ano uma vez mais nas Festas do Santo Cristo vai haver uma Feira Taurina que tal como em anos anteriores vai ser suportada com dinheiro dos contribuintes oferecido pela Câmara Municipal de Santa Cruz.
A Câmara Municipal de Santa Cruz é o principal suporte da indústria da tortura de animais, a tauromaquia, quer através das verbas que transfere para a PRODIB, quer através da publicidade que faz ao evento na revista da SATA “My Plan”.
É muito triste a mensagem que alguns Graciosenses deixam ao mundo. Em vez de divulgarem o seu património natural e cultural, como fazem as outras autarquias, fomentam o pior que há nesta ilha, a tortura e a insensibilidade e a falta de compaixão para com o sofrimento de seres vivos que partilham a Terra connosco.
Cumprimentos
10.8.17
Parque Zoológico da Povoação
A Associação Vegana dos Açores vem por este meio reforçar aquilo que tem vindo a referir vezes sem conta: o Parque Zoológico da Povoação tem de ser encerrado! Dizemos isso com toda a convicção, porque queremos defender quem por natureza não tem voz para o fazer.
O Parque Zoológico da Povoação, visto pelo Presidente da Câmara Municipal da Povoação como atração turística, encontra-se classificado na página “TripAdvisor” com 2.5 estrelas, onde 45% das pessoas considera este espaço terrível.
Este parque mancha a imagem dos Açores!
Sabendo que a tendência mundial é de encerrar este tipo de Parques. Porque razão continua este município a querer passar uma imagem irreal de que é uma atração turística?
Esta noticia do Açoriano Oriental vem reforçar toda a informação que a nossa Associação tem vindo a apresentar.
As respostas dadas pelo Presidente da Câmara Municipal da Povoação só demonstram a falta de sensibilidade perante esta situação, onde só conta o investimento. Como pode falar de melhoria de condições, se sabemos muito bem, que a exploração, transporte rotativo de animais vai continuar a existir?
Uma questão que levantamos, mas para a qual nunca obtivemos resposta por parte do município, foi a da morte de vários simios do parque, em que o caso foi completamente abafado! Sabemos que os simios morreram, pedimos esclarecimentos por email, nunca nos foi facultada uma resposta.
A verdade é que estes animais estão condicionados pela situação que lhes foi imposta, no entanto existem soluções muito melhores do que mantê-los confinados, aprisionados para toda a vida. Vários países viram como solução a introdução dos animais em refúgios, reabilitação e tentativa de re-introdução nos seus habitats.
Em época de eleições convinha que houvesse transparência em todo este assunto. Apelamos em nome das mais de 1000 pessoas que assinaram a petição para o encerramento do parque zoológico que haja esclarecimentos, que não sejam dadas as respostas “cliché” dos investimentos que têm de ser feitos, ou de melhoria de condições sem se explicar como será investido o dinheiro. Ora, num dia era para o transporte rotativo de animais entre Lisboa e a Povoação, no dia seguinte já era para quartos de enfermaria de animais...queremos respostas!
Enquanto para nós são 5 minutos de entretenimento, para estes animais é uma vida inteira de tortura!
Jessica Pacheco
(Presidente da Associação Vegana dos Açores)
3.8.17
TOURADAS NAS FESTAS DO SENHOR BOM JESUS DOS AFLITOS - FENAIS DA LUZ
TOURADAS NAS FESTAS DO SENHOR BOM JESUS DOS AFLITOS - FENAIS DA LUZ
O Pároco tinha-se manifestado, perante a Comissão de Festas do Senhor bom Jesus dos Aflitos, então em funções, contra a realização da tourada. Além de não ser uma tradição micaelense, a tourada é uma prática anti-cristã, que já foi várias vezes condenada pelos Papas. Inclusivamente a última encíclica do tão aplaudido Papa Francisco, Laudato Si', condena os maus tratos sobre animais. A tourada é uma prática sádica, na qual as pessoas se divertem à custa do medo e do pânico do toiro, além de ser uma actividade bárbara, anti-civilizacional e dispendiosa, que queima verbas que podiam muito bem ser canalizadas para uma acção social ou até para o restauro da Igreja.
Infelizmente, a Comissão realizou a indesejada tourada, na qual poucas pessoas participaram. Porém, a Comissão foi demitida pela Diocese, por desobediência aos ditames da Igreja, a este e a outros. E acabam-se 7 anos de barbárie contra animais em nome de Deus!
Enquanto eu for pároco, não haverá lugar para violência contra animais, nem touradas nem bezerradas. Porque, enquanto houver maus-tratos contra animais, haverá sempre violência contra pessoas...
O Pároco dos Fenais da Luz
P. Ricardo Tavares
25.07.2017
Fonte: https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1383628365052083&set=p.1383628365052083&type=3&theater¬if_t=like¬if_id=1501716553489788
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