9.7.09

TOURADA DO PORTO DOS CARNEIROS 2009


Abaixo tornamos públicos alguns textos já enviados e que são do nosso conhecimento


Endereços para enviar protestos: gabpres-cml@mail.telepac.pt, cmlagoa.az@mail.telepac.pt, eml.lagoa@gmail.com


Exmo. Sr. Presidente da Câmara Municipal de Lagoa,

Venho pelo presente e-mail manifestar o meu total desagrado e reprovação à realização da III corrida de touros à corda organizada pela Câmara Municipal de Lagoa.
Em pleno séc. XXI estamos todos sensibilizados para respeitar os direitos básicos dos animais. Julgo que o Homem consegue arranjar outros meios de diversão que não incluam os maus-tratos e o uso de animais para entretenimento. A V. Exa. como Presidente de um organismo público caberia dar o exemplo, mas pelo que é público, vejo que é um dos principais promotores desta actividade, o que é de lamentar.
Sem outro assunto de momento, despeço-me atenciosamente,

Rui Gomes

É lamentável que o Presidente da Câmara Municipal de Lagoa justifique a organização de um espectáculo de brutalidade como é o da corrida à corda com o facto de que a “deslocação de milhares de pessoas ao Porto dos Carneiros é sinónimo de um contributo ao desenvolvimento do sector turístico do Concelho”. Esquece o Senhor Presidente que não é incentivando o retorno à barbárie que se projecta o futuro de uma região ou de um país. É lamentável que a Câmara Municipal de Lagoa manifeste desta forma a sua completa indiferença a valores da civilização que deviam norteá-la. É lamentável que, enquanto avança em toda a Europa um salutar movimento de repúdio por exibições abomináveis de sofrimento e dor dos animais, uma autarquia com reconhecido défices nas áreas da cultura e da educação avance, em contramão, com uma iniciativa deste jaez.
É com profunda indignação que apresento o meu protesto por mais este ataque injustificável aos já limitados direitos dos animais.
Em completo repúdio,
Miguel Santos




Exmo Senhor
Presidente da Câmara Municipal da Lagoa
Embora não me tenha surpreendido, tomei conhecimento que VEXA vai repetir o erro de promover uma tourada à corda no concelho da Lagoa. Assim, venho exercer o meu direito à indignação.
Ao apoiar a indústria tauromáquica, a Câmara Municipal da Lagoa ao contrário do que apregoa não está a promover o turismo, nem a cultura e muito menos o mundo rural.
Com a tourada que não é tradição na ilha de São Miguel a Câmara Municipal da Lagoa está a fomentar o alcoolismo, a indiferença face ao bem-estar animal e a colocar em risco a vida das pessoas.
Faço votos que os lagoenses conscientes e civilizados o penalizem nas eleições que se avizinham e se tal não vier a acontecer de uma coisa não se livra, o de ficar na história como uma pessoa insensível e agente da deseducação da população.

Com os melhores cumprimentos
Teófilo Braga


Exmos Senhores,

Em causa está a promoção de uma tourada no Porto dos Carneiros, no
próximo dia18.

As sociedades evoluem repensando os códigos éticos pelos quais se
regem. Algumas regiões avançam mais rápido que outras, por razões de
ordem vária e, quando o resto da sociedade acorda e decide acabar com
determinadas práticas, essas regiões já não precisam de fazer o
esforço da reconversão.

Assim se passa relativamente às touradas. O movimento que se opõe a
este espectáculo sangrento é imparável e historicamente
incontornável; felizmente algumas populações nunca o adoptaram ou, em
determinada altura, abandonaram a sua prática. Vendo decrescer as
audiências, a indústria tauromáquica - não se pode escamotear que é
duma indústria que se trata, mascarada de defesa da tradição cultural
- tenta desesperadamente ganhar novos públicos, levando a tourada a
locais
onde esta nunca teve expressão. S. Miguel, entre muitas outras ilhas
ou cidades, tem a sorte de estar no sítio certo na altura certa. Ou
seja, quando a sociedade civil inicia o movimento de abolição, alguns
municípios têm o privilégio de se encontrar fora dessa polémica,
podendo concentrar os seus esforços noutras questões mais prementes
para as populações que servem.

O argumento invocado para repetir esta escolha foi a da elevada
audiência, mas os poderes públicos têm que sair dessa lógica e
promover actividades que elevem e unam, não aquelas que fracturam,
incitam a comportamentos violentos e ao desrespeito. Por esta lógica,
poderíamos promover o martírio de condenados nos pelourinhos públicos,
pois era um espectáculo com enorme audiência, mas não o fazemos; e não
o fazemos porque é errado e significa um retrocesso civilizacional.

Nesta caso concreto, parece-me até desrespeitoso para os agricultores
que se debatem com inúmeros problemas - mormente o da actual escassez
de água - que se promova a criação de touros de lide que é
paradigmática do desperdício de recursos (cerca de 22.500 litros de
água por cada kg de um animal adulto, usado para efeitos de
espectáculo). A agricultura é um bem essencial, a tourada é um
divertimento para alguns; temos que pensar muito bem nas
consequências reais das nossas acções.

Obrigada pelo vosso tempo



Cristina Soares Vieira

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