21.5.09

Sorte de varas


Sou contra a legalização da “sorte de varas” na arte taurina por um conjunto grande de razões. Nos debates parlamentares de 2002 sobre esta matéria tive oportunidade de expor e fundamentar essa argumentação, o que não farei agora. Tendo em conta o que se passou no Parlamento Regional na semana passada, entendo que foi muito positivo ter havido uma maioria de representantes dos açorianos que votaram contra uma iniciativa parlamentar subscrita por deputados do PSD, PP, PPM e PS que visava autorizar nos Açores a “sorte de varas”. Acho, por outro lado, ter sido negativo e despropositado, que esses mesmos deputados proponentes, perante as acrescidas possibilidades de legislar, apenas tenham encontrado essa matéria polémica para tentarem inaugurar o novo poder legislativo. O trabalho feito por diversas organizações teve o elevado mérito de fazer com que crescesse o número de cidadãs e cidadãos que ganharam consciência da inaceitabilidade daquela prática espanhola, aumentando assim muito o número daqueles que a não querem por cá. Estou mesmo em crer que o número de deputados (26) que propuseram e votaram a iniciativa é muito maior, percentualmente, do que a quantidade de açorianos que hoje defendem tal prática.

Usar bem e para bons fins, úteis à sociedade e geradores de amplos consensos, a capacidade legislativa que temos, é uma necessidade. Esta “lei dos 26”, justamente derrotada por 28 do PCP, BE,PS e PSD não se enquadrava nesse principio. Foi bom derrotar a “sorte de varas” agora.
josé decq mota

Fonte:Açoriano Oriental, 21 de Maio de 2009

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